"A verdade sobre Dawn"

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Corri até minha casa para ajudar minha mãe. Me preocupei de verdade com aquele telefonema. Aquilo não era algo comum de se acontecer, principalmente por minha mãe ser bastante independente e quase nunca pedir ajuda a ninguém, ainda mais, ela é orgulhosa.

- Mãe! Cheguei! - estava ofegante. - O que aconteceu?

- Filha. - Minha mãe estava séria. - O que significa isso? Acabaram de bater aqui na porta e deixaram esta carta verde grudada na porta, sem remetente e o destinatário está escrito "A verdade sobre Dawn".

Peguei a carta, estava com bastante medo do que estava ali dentro. Quando abri a carta, havia uma foto, estava retorcida e a qualidade da imagem era mediana, mas julgando pelas roupas, dava para perceber que era eu e a Kim nos beijando mais cedo.

- Então, o que tem a dizer? - disse minha mãe.

- M-Mas mãe? O que é isso? - perguntei.

- Você acabou de olhar e ainda pergunta?

- Olha só, essa é aquela garota, a Kimberly?

- Mãe...

- Dawn Morris! Não quero saber mais de vocês perto uma da outra!

- Não vou deixar de ficar perto dela por que você acha que eu devo! - comecei a enfrentá-la.

- Você acha que manda em si mesma?

- Não mando! Mas ninguém me afasta dos meus amigos!

- Amiga? Sério isso? Amigas que se beijam na rua?

- Eu e a Kim estamos em um momento diferente!

- Diferente como?

- Eu a amo, ela parece estar desenvolvendo o mesmo sentimento por mim! Não vou deixar nada e nem ninguém nos atrapalhar! - Eu não parecia eu falando. Como se uma "Nova Dawn" tivesse nascido naquele momento.

Fui para o meu quarto e me tranquei, não aguentei e comecei a chorar. Eu não sabia mais o que fazer, perdi meu chão. Algumas horas depois, meu telefone toca. Era Kim me ligando. Engoli o choro, tentei parecer não muito esquisita e atendi.

- Olá, Dawnzinha, o que aconteceu com sua mãe?

- Bem... Ela caiu de mau jeito mas já está se recuperou, foi apenas um susto.

- Ah, então tudo bem. Olha... Eu queria poder ir na sua casa agora... Será que eu posso?

- A-A-Ah, é que... Bem, eu já estava me preparando para dormir!

- Mas está tão cedo! Ainda são sete da noite!

- O susto que a minha mãe me deu me desgastou... sabe, não sou acostumada a esse tipo de coisa.

- Entendo... Bem, boa noite então Dawnzinha, sinta-se beijada.

- Obrigado, sinta-se beijada também. - Eu havia conseguido esboçar um sorriso naquele momento.

No outro dia, levantei mais cedo e me ajeitei para sair de casa. Lembrei de que eu tinha que esperar o pessoal, então saí e esperei eles sentada em um ponto um pouco depois da casa de Kim, pois eles passariam ali e eu os veria. Quase meia-hora depois, eles chegaram e pareciam preocupados por eu não ter me encontrado com eles.

- Garota, o que você está fazendo aqui? - Travis perguntou.

- Saí de casa mais cedo. - Respondi tentando parecer menos tenso o possível. Eu sabia que tinha alguém que nos perseguia e que faria essa maldade comigo e com a Kim. Evitei ficar perto dela.

No caminho da escola, percebi que Kim estava esquisita. Parecia preocupada, e eu sabia que era comigo. Ela me olhava tentando decifrar o que se passava dentro do meu caos, também chamada de mente.
Minutos depois, chegamos na escola. Kim e Travis seguiram para sua respectiva sala enquanto antes de entrar eu parei Noah no corredor e contei a ele o que havia acontecido. Noah ficou surpreso, pareceu tremer até. Não nego que isso me deixou um pouco curiosa, pois ele parecia tão desconfortável quanto eu. Sinto como se eu e Noah tivéssemos criados laços de amizade bem mais fácil do que foi com a Kim e com o Travis. Ele me entendia e até as mesmas dores que eu ele sentia.
- Olha - disse Noah, já dentro de sala. - Hoje faremos um seguinte : você vai na frente com o pessoal e eu vou atrás. Se eu ver alguma coisa suspeita na rua que possa estar "perseguindo" vocês, entro em contato assim que, ok?
- Ok! - respondi, um pouco confiante. O plano de Noah parecia bom e não nego que quero colocar as mãos naquele canalha que fez isso comigo e com a Kim. Fico um pouco mais aliviado pelo fato de não ter sido completamente exposta. Kim poderia sofrer muito e eu não quero vê-la sofrer.
Saímos para o intervalo, onde sentamos juntos para comer. Eu parecia preocupada, Noah estava tentando descontrair e fazer com que Kim e Travis não notassem minha suposta "falta de humor", o que não seria novidade, mas não na Dawn que nasceu quando beijou Kim pela primeira vez.
Alguns minutos depois, Maria chegou.
- Olá meus queridos! - disse animada.
- Olá! - respondemos em coro.
- Bem, quero pedir para que assim que terminarem de comer, se não forem demorar, claro, se poderiam vir comigo até a sala de teatro para separarmos os figurinos de vocês!
- Que demais! Tô sem fome mesmo! - disse Travis, largando a bandeja que ainda havia metade de uma maçã e a caixinha de leite intacta. Kim e Noah comeram rápido e eu optei por levar para comer por lá.
Chegando lá, havia uma infinidade de roupas. De vários modelos. Cores. Tecidos... Enfim, Kim estava louca. Assim que cada um pegou o que mais gostaria de usar na peça, foram todos se trocar.
Depois da troca de roupa, Loreley havia chegado para ficar com Maria, já tomando conta da menina. Percebi que ela estava fazendo origami com um papel da mesma cor da carta. Verde. Achei bastante esquisito, mas não levei tanta fé, afinal, Loli é uma criança. Não pensaria em algo desta forma, e Maria deve ter dado para ela brincar.
Saindo de lá, seguimos para nossas salas até a hora do sinal bater, onde o plano de Noah seria colocado em prática.

Golden Girls (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora