Surpresa no palco

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  Saindo da sala, fomos para a sala do teatro onde começaríamos o treinamento intensivo para Travis assumir o papel do irmão de Maria. 

- Gente, olha, ficaremos até mais tarde hoje, por que precisamos ajeitar tudo para que Travis possa fazer um bom trabalho. Topam em ajudá-lo? - disse Maria.

- Sim! - Todos concordaram.

- Bem, Travis, já decorou parte de suas falas né?

- Sim, chefe! - disse ele brincando.

- C-Chefe? Não gosto muito deste termo, prefiro... Líder! 

- Não deixe o ego inflar. - disse Noah.

- É por que, um Chefe apenas manda, o Líder fica do lado do grupo para auxiliá-lo o máximo que puder para que tudo dê certo e eu quero estar com vocês o tempo inteiro! - exclamou ela, mais ansiosa que o normal. 

 Realmente achei lindo o que ela disse, me senti até incentivada a fazer meu papel como figurante da melhor forma o possível.

- Eu fiz umas mudanças no finalzinho do roteiro. Vocês se importariam de dar um simples beijo?

- Sem problemas, Noah é gatinho. - disse Travis com um olhar malicioso para Noah.

- A-Ah tudo bem! - disse Noah, um pouco intimidado.

- Desculpa Noah, é que isso me veio a cabeça ontem a noite, e você e o Travis seriam um belo casal se realmente fossem gays, haha... Bem, se você fosse. - disse Maria, um pouco envergonhada pelo que acabou de falar.

 Noah olhou para a minha cara e ele estava corado. Eu simplesmente não me aguentei e comecei a rir, mas eu virei de costas antes, para ninguém perceber nada. Kim apenas me viu virando, provavelmente não me viu rindo da situação do Noah. Foi bem engraçado. 

- B-Bem, eu não estava preparado para um beijo, mas eu não me importo não. - Noah parecia um pouco mais encorajado. 

- Ok meninos, muito obrigada. Vou conseguir fazer com que vocês fiquem mais confortáveis o possível com isso. Bem, não quero forçá-los a nada, se quiserem deixar o beijo apenas para a hora do show, tudo bem.

- Ah... Depende dele, não sei se ele ia conseguir isso agora, foi muito de repente. - disse Travis.

 No momento que Travis terminou de falar, o telefone de Maria tocou. 

- Gente, desculpa, é que eu ficaria de babá hoje e esqueci! Falei com o irmão da menininha que eu cuido para trazê-la para cá, ela assistirá nosso ensaio! Ela ficará quietinha, ela é um amor de criança. 

- Tudo bem, a gente espera você falar com eles e trazê-la. - disse Kim.

- Não, ele está vindo aqui para falar comigo... Ele não quer nos atrasar.

 A porta da sala de Teatro abre. 

- Com licença, Maria? - disse o garoto. Era Marvin, o garoto que acabava com a felicidade de Travis.

- Maria! Travis! - Loreley correu para os braços de Maria.

- Não acredito que ela cuida dela, era só o que me faltava... - Travis parecia um tanto decepcionado. 

- Travis, o que houve? - perguntou Noah 

- Ah, olá meninas. - disse Marvin. - Olá Travis. - disse ele com um olhar um tanto... sedutor. 

- Oi. - disse eu e Kim, em cojunto, com uma voz de tédio e decepção. 

- Marvin, não atrapalhe minha concentração, já pode ir. - disse Travis.

- Não precisa falar assim com meu irmão! - Loreley parecia furiosa.

- Loreley, conversa de gente grande. Lembra o que eu e o Marvin falamos com você ... - Travis perdeu a voz e voltou seu olhar para Marvin. - Vá logo, Marvin. Suma. 

- Ainda volto para conversar com você, Travis, tenha certeza disso. - disse Marvin enquanto fechava a porta. 

 Noah parecia bastante atordoado e preocupado com Travis por causa disso. Travis contou tudo a Noah e ele pareceu bem furioso pela cara de pau de Marvin em insistir em falar com ele. 

- Loreley, vou te pedir para se sentar naquela fileira, láaaa no alto, ok? - disse Maria

- Por que? Quero ver daqui! - disse ela, indignada.

- É que é um ensaio. Ensaios tem que ser vistos de longe, para manter o segredo da peça, se você descobrir, tem que ficar em silêncio e não contar a ninguém, se não estraga a surpresa! - disse Maria.

- Ela realmente leva jeito com crianças. - falei.

- Pois é. Eu também levo, amo crianças. - disse Kim. 

- Bem, meninos, podem começar o ensaio. Todos tomem suas posições e... Ação! - disse Maria. 

 O ensaio rolou muito bem. Travis estava se saindo muito bem, conseguimos ensaiar metade da peça sem problemas, foi como se ele tivesse nascido para isso. Achei bem legal a peça, estou gostando disso. Estávamos perto do final, no momento em que eles estava chegando na parte do beijo. Noah parecia estar dando tudo dele naquele ensaio. Ele era um ator nato. 

- Mas... você sabe que não poderíamos ficar juntos! - disse Paul, o personagem de Travis. 

- Claro que podemos! Isso só depende de nós! Se nos amamos, devemos fazer o que bem quisermos e lutar para ficarmos juntos! - disse Rony, personagem de Noah. 

- Mas se...

- "Mas se" nada! 

 Naquele momento, Noah surpreendeu a todos nós beijando Travis ali, naquele ensaio e o beijo não parecia fictício. 

 Travis após o beijo, surpreso com aquilo, recuou.

- E-Eu não esperava por essa hein, mas você beija bem. - Travis tentando cobrir sua timidez com suas brincadeiras.

- A-A-A-Ah, b-bem, n-não era para eu ter feito isso agora! É q-que, eu... Apenas... Atuei! - Noah estava completamente vermelho.

- Kim. - disse eu sussurrando. 

- Diga Dawnzinha. - Eu corei quando ela disse aquilo, com um sorrisinho no rosto.

- Noah gosta do Travis. 

- Sério? Achei que ele fosse hétero.

- Não... Ele já me contou que quando veio falar conosco era por que ele teve uma "paixão a primeira vista" por ele.

- Tipo você comigo? - Kim riu.

- E-Ei, pare! - eu estava completamente vermelha. 

- BRAVO! - Loreley lá de cima levantou e aplaudiu o ensaio.

- Isso aí Loli! Assim que se faz diante de uma boa atuação! - Maria falava enquanto acenava para a pequena. 

- Obrigada pessoal! Com mais alguns ensaios, a gente pode chegar perto do nível da perfeição! - disse Maria, completamente ansiosa.

- Obrigada novamente por permanecerem até tarde, estão liberados! e Loli, venha, vamos para sua casa!

 A noite já havia aparecido quando saímos da escola. Um silêncio da parte de Noah, enquanto eu, Travis e Kim estávamos todos conversando normalmente. 

- Ei, Rony, não precisa ficar assim! - disse Travis. Noah olhou para ele tentando não parecer tímido sobre o ocorrido. 

 Meu telefone toca. é minha mãe. 

- Diga mãe.

- Filha, por favor, venha correndo para casa, preciso de sua ajuda. 

 Me despedi do pessoal e comecei a correr. 


Golden Girls (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora