Uma pessoa há muito tempo atrás fez parte da minha vida de uma forma que eu jamais vou ser capaz de esquecer.
Afinal, como esquecer o primeiro beijo, a primeira vez, o primeiro amor?
Eu só tinha um único objetivo quando decidi que cursaria publicidade e propaganda na tão famosa Universidade de São Paulo, que era conseguir trabalhar com algo que eu amava e me dedicar ao máximo nos estudos.
Deu certo. Mas só por um tempo.
Só até aquele garoto aparecer no corredor e esbarrar em mim. O pior de tudo é que ele fazia o mesmo curso que eu, ou seja, tínhamos aulas juntos.
E Deus, como eu nunca havia notado o quanto ele era lindo? Onde minha cabeça se encontrava durante as aulas para que eu nunca tivesse dado atenção àquele garoto?
Nos estudos, provavelmente. Mas desde aquele dia não.
Eu só estudava por ele, para poder ficar nas mesmas aulas que ele. E nossa, nunca nem tínhamos nos falado para valer!
A única interação que tivemos foi quando ele esbarrou em mim:
“— Desculpa aí, eu estava distraído. Você tá bem?
— Não, tudo bem, tá tranquilo.”
Foi isso, apenas isso.
Porra, eu não sabia nem sequer o nome dele.
Eu não saberia o que dizer sobre o que eu sentia em relação a ele se me perguntassem naquela época, mas hoje eu digo com convicção: foi amor a primeira vista.
Um amor platônico que nem de Friendzone poderia ser chamada, já que eu não era nada para ele. Só até aquele abençoado trabalho.
Tínhamos que apresentar um modelo de campanha em grupo, cada um composto por quatro pessoas.
O Pedro e a Malu eu já conhecia, desde antes da faculdade para ser sincera. Mas a novidade foi aquele garoto que havia esbarrado em mim, João Vitor.
Eu não sabia que era o mesmo garoto até ver ele indo na direção do nosso grupo, já que ele ficava do outro lado da sala.
E se eu já gostava dele só pela aparência, quando eu tive a oportunidade de conhecer ele de verdade, eu fiquei completamente encantada. Ele era perfeito, não havia nada nele que eu não gostasse.
Conversa vem, conversa vai, ficamos próximos, viramos amigos e nossa intimidade com o tempo evoluiu muito além do que é normal em uma amizade.
Eu lembro como se fosse ontem o dia em que tínhamos combinado de irmos até a festa de uma amiga. Estávamos todos loucos, eu mesma não lembro de quase nada daquela festa.
Exceto da sensação dos lábios dele nos meus.
Talvez fosse o efeito da maconha e de todo o álcool que consumimos, mas eu desejei que aquele momento acabasse nunca.
No dia seguinte eu tive medo de que ele lembrasse e me dissesse que aquilo foi um erro, porque para mim não foi. Mas parecia que eu não conhecia o João, ele jamais faria isso.
A maior prova disso é que algum tempo depois ele não usava mais a desculpa de estar bêbado para me beijar. E estávamos bem sóbrios quando eu decidi que queria que ele tirasse minha virgindade.
Não éramos namorados, somente amigos com benefícios. Ao mesmo tempo que era o suficiente, era muito pouco. Eu queria gritar para o mundo inteiro ouvir que eu amava ele e que ele era meu namorado.
Mas... Outra pessoa fez isso no meu lugar.
E isso, foi o fim do mundo para mim. Eu tranquei a faculdade, me afastei de quase todos. Exceto a Malu, a única que sabia de verdade o motivo de eu ter saído da USP.
Ela sabia que eu não suportaria ver os dois juntos nos corredores ou até mesmo em algumas aulas.
Nos anos que se passaram ela foi a única que ainda manteve contato comigo, é minha melhor amiga até hoje.
Eu sei que já se passaram anos e que eu deveria esquecer ele.
Mas isso é complicado quando eu sou tão apaixonada pelas músicas dele quanto eu sou por ele. E o pensamento de que ele tenha escrito pelo menos uma para mim ou pensando em mim, não ajuda em nada.
Eu só queria esquecer meu primeiro amor.
Eu só queria não amar o Jão.
Eu só queria não amar mais o João Vitor, e sim esquecer ele.
O problema disso tudo é que eu não quero de verdade.
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Aɪɴᴅᴀ Tᴇ Aᴍᴏ, Imagine Jão
FanfictionLayla teve um único amor durante toda a faculdade, mas nada terminou como ela gostaria. Anos depois, surge a oportunidade de trabalhar com ele e o reencontrar novamente. Ela aceita, mas decidida a deixar todos os sentimentos antigos para trás e fo...