Capítulo Treze

13 2 2
                                    

Os últimos dois shows do mês foram uma loucura total, talvez eu não tivesse nenhum pingo de noção da grandiosidade do show como uma fã assistindo, mas agora estando na equipe e estando muito mais envolvida nisso tudo eu entendo como é uma loucura total tudo isso.

E eu amei essa loucura.

Sei lá, me tirou da mesmice do meu trabalho na minha antiga agência de publicidade, me fez sentir um pouco mais viva e eu amei isso.

Como ontem foi domingo, o Jão resolveu simplesmente que a gente deveria sair um pouco, já que ainda não tínhamos saído juntos desde que eu vim para São Paulo - ele falou que a viagem para o Rio não poderia ser considerada um passeio e eu apenas aceitei.

Só que só deu certo por 40 minutos antes de os fãs dele começarem a aparecer e bombardear ele com vários pedidos de foto e autógrafos, o quais ele atenciosamente atendeu todos. Isso é uma coisa que me faz admirar muito ele, principalmente como artista, ele sabe que são os fãs dele que fazem ele ser o cantor tão reconhecido que ele é e em cada momento ele é extremamente grato a todos esses fãs e não faz pouco caso deles como alguns outros artistas fazem.

Era isso que me fazia ser fã do Jão, independentemente do meu passado com ele, mesmo se eu não o conhecesse eu ainda seria fã dele exatamente por isso.

Aí que horror, eu estou muito boiola por esse homem, isso não é normal, acho que estou com febre.

Vou ir trabalhar que eu vou ganhar mais, só que para isso eu preciso ir atrás do Jão. Eu cacei ele pelo apartamento todo até achar ele.

Eu o achei no quarto dele, felizmente.

— Ei, posso te perguntar uma coisa? — falei diretamente, fazendo com que ele levasse um susto.

Só então percebi que ele estava com uma caneta na mão e com o bloco de notas sagrado dele aberto. Sinto cheiro de música ou álbum novo e a era pirata ainda nem acabou.

— Você me assustou, minha alma foi pro céu e voltou.

— Desculpa — falei rindo um pouco. — Mas então, eu posso perguntar ou não?

— Pode, claro.

— O próximo show é daqui umas duas semanas né?

— Sim, dia 6 de maio, por quê?

— Tô sem nada de bom pra fazer então resolvi que vou começar a trabalhar na sua roupa desse show.

— Ué, mas não é só chegar lá e escolher?

— Não idiota, se fosse fácil assim eu ia te mandar pro palco vestido de qualquer jeito.

— Aí, não precisa agredir.

— Tá bom, desculpa — ele arregalou os olhos.

— Layla você tá bem? Você não tá com febre não?

— Ah, vai tomar no cu palhaço. Cansei da tua cara também, tchau.

— Ei, ei, ei, volta aqui.

Contra a minha vontade meu corpo parou e voltou a olhar para ele, já que eu estava indo para fora do quarto dele.

— O que você quer?

— Pensei que você poderia estender seus serviços como figurinista para fora dos palcos e me ajuda com umas roupas novas, tô precisando.

Eu respirei fundo antes de responder.

— Quando você que eu faça isso?

— Você tá livre esse sábado?

Aɪɴᴅᴀ Tᴇ Aᴍᴏ, Imagine JãoOnde histórias criam vida. Descubra agora