Capítulo Seis

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Eu não sei porque eu corri.

Eu realmente não sei, e por isso eu não estou conseguindo explicar para o Pedro o porquê eu estou tão ofegante.

— Responde logo o que aconteceu pra tu sair correndo e tá tão ofegante agora.

— Eu fiz uma coisa e tive um arrependimento instantâneo e então corri. Que tal a gente ir agora?

— Quando a gente chegar lá você vai me explicar essa história direitinho.

— Certo, certo — começamos a ir em direção ao carro.

— E então, tem algum palpite de pra onde a gente vai?

— Eu tava pensando no parque do Ibirapuera, a gente ia tanto pra lá há alguns anos atrás...

— Caramba, a sua memória é tão boa em algumas coisas que me impressiona.

— É difícil esquecer momentos que me fizeram feliz aqui em São Paulo. Ainda mais quando eles são relacionados a você, o Renan, o João e a Malu.

— É bom saber que eu tô na lista — ele disse sorrindo.

— E como não estaria? Você foi uma das melhores pessoas que eu já conheci durante toda minha vida. Ainda é uma das melhores.

— Você também é uma das melhores pessoas que eu já conheci e é por isso eu estou muito feliz de poder tá com você hoje depois de tantos anos.

— Eu amo seu jeito carinhoso, sabia?

— Também amo o seu, porque sei que é bem raro de você mostrar — ele falou sorrindo.

Ele não mentiu, de qualquer forma.

Estávamos perto do parque já, quando ele resolveu estacionar o carro e fomos andando até o parque mesmo.

Eu não sou a pessoa mais saudável do mundo, mas andar com o Pedro por ali não era tão ruim assim.

Antes de entrarmos no parque, ele decidiu que queria comer algo então fomos até uma padaria e compramos coisas para comer. Ele pegou uma coxinha e eu um bolo de leite com calda de chocolate e compramos duas cocas.

Por unanimidade decidimos que comer no parque seria mais legal pela questão da natureza, felizmente o ar ali era mais respirável do que o do resto da cidade.

Porque honestamente, não é porque eu gosto da cidade e amei ter vivido aqui por uns anos que eu não prezo pelos meus pulmões. E eles definitivamente saem bem prejudicados ao redor dessa cidade.

Decidimos ir até um lugar com grama, perto de um lago - que inclusive é meio longe do portão por onde entramos - para podermos nos sentar e comer.

— A gente precisa marcar de vim todo mundo pra cá, como a gente fazia direto em 2014 — sugeri depois de tomar um gole de coca.

— Verdade, mas provavelmente não vai ser como era antes.

— Isso é meio óbvio, até porque provavelmente um monte de gente vai ficar em cima do João querendo autógrafo e foto.

E na realidade, tem uma grande probabilidade de que isso aconteça hoje mesmo. O Pedro tem tantos fãs quanto o próprio Jão.

— Verdade, só se a gente for pro canto mais vazio possível do parque — ele comentou rindo.

— Real — eu ri também. — e talvez nem isso seja o suficiente.

— Posso nem dizer que é exagero — ele riu e nós voltamos a comer.

Depois que nós dois terminamos de comer, eu resolvi perguntar algo que já estava me deixando meio cismada.

— Uma dúvida, você costuma a sair assim por lazer com muita frequência?

Aɪɴᴅᴀ Tᴇ Aᴍᴏ, Imagine JãoOnde histórias criam vida. Descubra agora