Passei todo o domingo pensando na conversa que tive com Mia e no compromisso que assumi de mostra-la a vida e a felicidade na festa de Izzy. Minha mente não parava de pensar em uma maneira de como conseguiria lhe mostrar o quanto que a vida é colorida. Foi quando tive a ideia de fazer a lista e não tinha qualquer pretensão de mostra-la o pedaço de papel com garranchos enumerados, mas quando ela começo a fugir de mim e, claramente, mentiu sobre o que havia sentido a respeito do nosso quase beijo achei que a lista a mostraria que seja lá o que esteja acontecendo entre a gente é mais do que aquele momento.
Quando vi o brilho em seus olhos ao ler o que estava escrito naquela lista a realidade sobre o que estou sentindo sobre ela me atingiu em cheio como um gancho de direita no estômago. Estou gostando dela de uma maneira que nunca gostei de outra garota e que sou capaz de realizar qualquer um dos seus mais difíceis desejos para ver essa pequena luz de alegria em seus olhos que só conheciam a tristeza.
Enquanto caminhamos de volta para casa, agora em um ritmo mais aceitável para os meus pulmões, penso em qual item da lista vamos fazer primeiro. Por conta do jogo que terão nesse final de semana precisa ser algo leve para não prejudicar seu desempenho em campo ou a machucar. Pensando nisso acho que uma tarde jogando videogame é uma boa opção e para realizar esse pequeno evento peço ajuda a Andy, que topa no mesmo instante.
Sei que Mia ainda não fica muito à vontade sozinha comigo mesmo que não sejamos mais estranhos um para o outro. Com o irmão por perto tenho certeza de que ela vai ficar mais solta e também posso incluir Olivia ao nosso cronograma. Assim ela também interage com Andy e fazemos uma troca. Eu ajudo Mia a conhecer a vida de uma adolescente comum e ele ajuda Oli a reaprender a ser uma criança feliz, risonha e tagarela.
_ Do que tanto sorri, filho? – Papai pergunta escorado no batente da porta do meu quarto. – Parece até comigo quando me apaixonei pela sua mãe. É isso? Está apaixonado?
_ Acho que ainda é cedo para me considerar apaixonado, mas admito que estou gostando de uma garota. – Confesso sem qualquer enrolação já que não posso negar o que deve estar estampado na minha cara.
_ Eu conheço ou foi alguém que conheceu na festa? – Questiona afobado me fazendo sorrir.
_ Eu já a conhecia antes da festa.
_ E quem é ela?
_ Mia. – Digo sem nenhum preparo e assisto o seu sorriso sumir aos poucos.
_ Você está falando da Mia que é filha do seu tio Logan? – Assinto com um movimento leve de cabeça. – E quando isso aconteceu? Quando começou a pensar que estava gostando dela?
_ Não estou pensando que gosto dela. – Digo firme para não deixar dúvidas, mas não altero a voz. – E não sei quando começou de fato. Me senti mexido por ela desde o dia em que fomos apresentados e no começo achei que o que sentia por ela era o mesmo que sento por Andy, mas quando fui a conhecendo percebi que não era a mesma coisa. E tive certeza disso na festa da Izzy quando quase nos beijamos.
_ Quase se beijaram na festa? – Questiona ainda tentando organizar todas as informações em sua cabeça e apenas assinto. – Não se beijaram porque ela não sente o mesmo que você?
_ Não. Foi porque alguém interrompeu. Mas sei que ela sente algo por mim também.
_ E como pode ter tanta certeza?
_ Porque vi em seus olhos, pai. – Digo sorrindo de forma involuntária só por lembrar daquele par de olhos que um dia tanto me intrigaram.
_ Se está certo do que sente por ela vá fundo. Mas tenha cuidado. Mia não é como as outras e não esqueça que ela é filha do seu tio.
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Segunda Chance
RomanceMia é uma adolescente de 16 anos que sonha fazer sua carreira no futebol e liberar a mãe do relacionamento abusivo com seu padrasto. Porém nem sempre as coisas acontecem como planejamos. Depois de perder a mãe em ato brutal de violência doméstica a...