Estou com um pressentimento ruim desde o momento que me despedi de Mia e Andy a pouco. Tento me distrair ajudando Oli a fazer a sua lição de casa, mas não consigo me concentrar em nada. Algo me diz que tem alguma coisa errada com a minha garota e estou decidido a ir até a casa dos meus tios quando ouço o som de batidas desesperada na porta da frente. Me apresso em atender quando escuto a voz assustada de Andrew a me chamar.
_ O que houve, Andy?
_ Ele vai machucar ela. – Diz em seu desespero. – Você precisa ir até lá para ajudar. – Pede me puxando pelo braço para a chuva. Não preciso de muito para saber que Mia está em perigo.
_ Eu vou ajudar a sua irmã. – Digo segurando em seus ombros para que me olhe com atenção. – Você vai entrar na minha casa e ligar para a polícia. Pode fazer isso? – Ele assente passando a mão no rosto encharcado.
_ Salva a minha irmã, Eric. – Pede com a voz de choro.
_ Pode deixar. Mas agora você precisa entrar e fazer o que te pedi.
Não preciso dizer mais nada. O garoto correr para dentro e fecha a porta. Pela janela o vejo pegar o telefone para chamar a ajuda. Não sei quem está dentro da casa dos meus tios e provavelmente não sou capaz de acabar com ele sozinho. Mas posso segurá-lo até a ajuda chegar. Só espero que não demorem muito.
Com passos apressados e cautelosos caminho até a casa ao lado. Me abaixo quando vejo pela janela a silhueta de um homem grande. Decido dar a volta na casa para entrar pela porta dos fundos e assim pegar o invasor de surpresa. No meio do caminho encontro o velho taco de basebol de Andrew largado no quintal e o pego para servir de arma.
Assim que me aproximo da porta ouço o som do grito abafado de Mia. Preciso domar o impulso e continuar a agir com frieza. Com cuidado destravo a porta e entro pela na cozinha me apressando em usar as bancadas como esconderijo.
_ Vai embora, Bill. – Mia pede com a voz carregada de dor.
_ Não vou até terminar o que eu vim fazer aqui. – O cara fala de forma débil. Está claramente fora de si.
_ E o que você veio fazer aqui? – Ela questiona em afronta. – Veio me matar como matou a minha mãe?
_ Eu não queria matar a sua mãe. – Me esgueiro um pouco o consigo ver de costas empunhando uma faca. – Mas ela mexeu no que não devia e começou a me ameaçar dizendo que ia embora com você e eu não podia deixar. – Ele gesticula fazendo a faca reluzir no ar. – Não antes de você ser minha.
Vejo quando ele começa a se aproximar dela abaixando a arma e aproveito esse momento para avançar até a sala e o golpear na nuca com toda a minha força na esperança de o fazer desmaiar. Mas tudo o que consigo é o fazer tombar um pouco para o lado levando a mão até o lugar onde o golpeei. Ergo novamente o taco e desfiro um novo golpe na altura das costelas que o faz cair em uma poltrona sem ar.
Corro até onde Mia está parada. Lágrimas banham o seu rosto e sua mão direita segura o braço esquerdo sinalizando que a algo errado com ele.
_ O que veio fazer aqui? – Pergunta quando seguro seu rosto ferido entre as minhas mãos.
_ Vim te tirar daqui. – Digo tentando controlar a respiração. Ter uma crise asma não é uma opção nesse momento.
Tento a guiar até a porta, mas somos barrados pelo invasor que começa a se recuperar dos golpes que lhe dei.
_ Ninguém vai sair daqui. – Fala apontando a faca em nossa direção.

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Segunda Chance
RomanceMia é uma adolescente de 16 anos que sonha fazer sua carreira no futebol e liberar a mãe do relacionamento abusivo com seu padrasto. Porém nem sempre as coisas acontecem como planejamos. Depois de perder a mãe em ato brutal de violência doméstica a...