Concretização

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6 SEMANAS

O coração do seu bebê bate cerca de 105 vezes por minuto. Seu nariz, boca, dedos das mãos, pés e orelhas estão se formando e começam a tomar forma. Você pode estar sentindo enjoos matinais e seios doloridos.

Ao sair do carro, Cassie levou alguns minutos para admirar a construção na frente dela com um sorrisinho no rosto

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Ao sair do carro, Cassie levou alguns minutos para admirar a construção na frente dela com um sorrisinho no rosto.

Ela poderia ser descrita como um pequeno casarão, e se destacava das demais do bairro, com características arquitetônicas que a diferenciavam das casas vizinhas. Foi construído com um design mais contemporâneo, todos os ângulos convergindo para a entrada, que era arredondada, como a torre de um castelo. A casa tinha várias janelas grandes, o que garantia que o interior ficasse claro e bem iluminado à noite. Ao sol da tarde, parecia menos uma mansão e mais um chalé — mais acolhedora do que algumas das propriedades vizinhas.

Cassie sabia que Toto havia comprado a casa quando se mudou para o Reino Unido para trabalhar na Mercedes, e tinha feito muitas reformas nela. Ele não apenas refez o prédio principal, mas também a garagem e o suntuoso jardim dos fundos. Na primeira vez que a visitou, quando ela e Toto começaram a discutir o processo de fertilização in vitro, ela pensou que era um lar ideal para criar o futuro filho deles.

Jogando a bolsa no ombro e apertando a alça com um pouco mais de força do que o normal, ela caminhou até a frente da casa e tocou a campainha. Alguns segundos depois, a porta se abriu.

— Boa noite, Cassie — disse Toto, cumprimentando-a com um largo sorriso, antes de abrir mais a porta — Entra.

Ela passou por ele, plantando um beijo casto em sua bochecha antes de seguir pelo corredor. Depois de tirar os sapatos e entregar a bolsa para Toto pendurar em um dos ganchos instalados na parede, Cassie atravessou o foyer, olhando para a rosa dos ventos pintada no chão de madeira. Havia algo de encantador naquele detalhe, assim como na maneira como a escada que serpenteava pela entrada em forma de espiral.

Ao olhar em volta, ela conseguia ver uma garotinha descendo as escadas para abraçá-la depois de um dia de trabalho. Ela podia ver o sorriso banguela e os olhos brilhando de alegria, e ouvir o orgulho na voz dela ao apresentar a ela um desenho a lápis dela mesma, Cassie e Toto. "Nossa família", dizia a menina, antes que Cassie a beijasse e levasse o desenho para a geladeira, junto com outros desenhos. Nesses voos imaginados de fantasia que Cassie se tornou propensa, o cenário e o lugar mudavam, mas os personagens eram os mesmos: um homem alto, uma mulher ruiva e uma garotinha, sempre de mãos dadas.

Sempre juntos.

— Cassie?

Puxada de seus pensamentos, ela sorriu para Toto.

— Sim?

— Vamos pra cozinha? — Toto perguntou, sorrindo — Eu tô terminando de preparar o jantar agora.

— Claro, vamos — Cassie respondeu, seguindo-o pela casa, tentando afastar a tristeza que sempre a invadia ao imaginar o filho deles crescendo ali, enchendo a casa de desenhos dele com os pais juntos, corações pequenos feitos de giz de cera vermelho flanqueando a representação dela e de Toto.

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