Capítulo 26 - Preocupações

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- Que boca suja, hein Marília? - disse minha mãe fazendo uma careta enquanto já entrava e Luísa a seguia ainda segurando a risada.

- Mãe??? O que está fazendo aqui essa hora? - imediatamente joguei o cabelo de lado sobre o pescoço tentando cobrir os chupões.

- Você só pode estar louca né, minha filha? Que ideia absurda é essa de trabalhar, Marília? - ela falou séria.

- Ai dona Ruth, não começa! Já levei muitos sermões, você sabe que eu detesto ficar atoa. Nunca fui acostumada assim, chega! Eu estou bem!

- Tudo bem Marília, se você está bem, fico muito feliz por isso, mas podia pelo menos ter avisado. Eu sou a sua mãe, me preocupo! Não mereço ficar sabendo das suas coisas pela mídia! Eu te liguei mais de 20 vezes ontem, onde você se enfiou em minha filha? - ela falava tão rápido que eu mal conseguia raciocinar.

- Er... Eu... Eu esqueci de colocar o celular para carregar a noite, mãe, desculpa! - eu disse tentando arrumar uma desculpa que a convencesse, enquanto minha mãe me olhava ainda mais brava.

Puts. Nem celular eu lembrei que eu tinha na noite passada, Maraisa Pereira! Quero ver segurar esse b.o comigo.

- Você esquece que eu sou policial e que eu pesco mentira de longe né, senhorita Marília? - ela disse semicerrando os cílios para mim enquanto escutei um barulho na escada.

Olhei para ver como Maraisa estava e quase tive um infarto.

- Lila! Quem é essa hora?! - disse Maraisa arregalando os olhos no meio da escada.

A morena estava só com o roupão semiaberto sobre o seio e parada feito uma estátua na escada.

- Er... Bom dia, Ruth! - ela disse com um sorriso enquanto Luísa nos olhava surpresa.

- Nooooossa, vocês duas têm roupões lindos! - Luísa disse brincalhona nos encarando enquanto Maraisa tentava cobrir melhor os seus seios.

- Obrigada e não aconteceu nada comigo, eu estou bem, estou viva! - eu disse enquanto Maraisa descia e era quase impossível meus olhos não serem puxados por ela.

Quando voltei a olhar para Luísa e para minha mãe, minha irmã tentava falar em língua de sinais comigo apontando para o pescoço dela e minha mãe me olhava surpresa. Levei alguns segundos para entender. Puta merda, os chupões.

- O que é isso no seu pescoço, Marília? - perguntou minha mãe fazendo Maraisa querer enfiar a cabeça em um buraco na mesma hora.

- Er... Pernilongo! - eu disse rapidamente enquanto Maraisa e Luísa caíam na gargalhada.

- Que foi, suas idiotas? - perguntei olhando para a Maraisa que se contorcia de rir.

- PERNILONGO, Marília? JURA? Essa nem eu aguentei, desculpa, achei engraçado! - ela disse enquanto minha mãe já tinha mudado a cara de brava para surpresa.

- Agora eu entendi tudo, as duas travaram uma briga terrível contra os pernilongos a noite, né Maraisa? Porque estou vendo mais dois chupões aí no seu pescoço também! - minha mãe disse enquanto ninguém conseguia mais conter a risada.

- Malila está vivíssimo, dona Ruth! - Disse Luísa nos olhando brincalhona.

Percebi a expressão da minha mãe relaxar enquanto ela nos olhava com um sorrisinho bobo no rosto.

- Que bom que estavam se pegando e sendo felizes, porque pelo visto a noite foi boa, hein! - disse minha mãe enquanto Maraisa corava.

- Er... Vamos fazer um café? - a morena disse nos conduzindo para a cozinha enquanto eu dava uma risada.

À Beira do Penhasco | Malila Adapt.Onde histórias criam vida. Descubra agora