Capítulo 5 - Coincidências

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A mulher não falava nada, apenas andava em minha direção se aproximando cada vez mais. Tentei olhar dos pés à cabeça daquele corpo escultural, mas ainda não conseguia ver o rosto dela. Quando a mulher chegou bem perto, os meus olhos se encontraram aos dela. 

Não havia mais dúvidas. Era ela, era Marília Mendonça.

Nesse momento ouvi o barulho estridente do meu celular tocando, me tirando daquela fantasia instantaneamente. Ainda bem, que sonho esquisito. Por que eu estava sonhando com a Marília? Eu hein. Olhei para o visor do celular e imediatamente reconheci aquele homem musculoso na foto.

- Marco?! – perguntei ainda sonolenta.

- E aí, maninha, que voz de sono é essa a essa hora do dia? Te acordei?

- Graças a Deus acordou. Tava tendo um sonho esquisito... mas que horas são?

- São 17h30 pra ser exato. E o que a senhorita tá fazendo em casa? Não tá fechando negócios com a tal empresária de Sex Shop, Marília Mendonça? – Marco deu bastante ênfase no nome de Marília.

- QUE? Como assim você já sabe? Você me viu? – perguntei assustada. Não que havia alguma coisa para me assustar, mas como assim? Até poucas horas eu não fazia ideia do que eu ia fazer e agora meu irmão já tá sabendo?

- Ah Maraisa, deixa se der ingênua, né... as duas mulheres empresárias mais influentes e famosas de Londres se encontrando na empresa mais renomada na área de SEX SHOP é um evento pra mídia. Já está em todos os sites de fofoca, minha irmã!

- SITES DE FOFOCA? Meu Deus.

- Pois é maninha, cada dia mais famosa! – Marco gargalhava na linha.

Ele sabia que até hoje eu ainda não tinha me acostumado com a vida de ser reconhecida onde quer que eu fosse. E agora ao lado da Marília, isso parece que vai virar um babado.

- E Maraisa... tem uma foto bem mais íntima para apenas empresárias viu...

- É O QUE Marco? QUE FOTO? – Meu cérebro trabalhava na versão 2.0 pra tentar lembrar de algum momento mais íntimo entre nós duas, será que... não, a hora que eu quase caí a gente estava em uma sala fechada, não tinha como.

- Ah, é uma que você tá segurando a mão dela sobre a mesa do restaurante – ah... esse momento. – E vou te dizer Maraisa, essa mulher é um escândalo de linda, mesmo que eu não goste da fruta, mas eu sei que você gosta....

- Marco... era só porque estávamos falando de um assunto delicado... Eu sei que eu tenho uma amiga maravilhosa mesmo. – Respondi sentindo minhas bochechas corarem. Qual o problema de ter uma amiga bonita agora?

- "Amiga"... sei... mas então, depois você olha a sua fama. Agora eu queria te chamar para ir lá na mamãe um pouco, já que você está em Londres a gente pode ir junto, e depois eu tava querendo ir no Pub, estão falando que vai rolar uma balada boa hoje, bora?

- Hum... balada? Não sei não... – a verdade é que eu ainda não tinha descartado a possibilidade de chamar a Marília para fazer alguma coisa mais tarde, mas meu irmão estava implorando tanto no outro lado da linha que eu cedi.

- Ok, ok... eu vou com você. E sobre ir à casa da mamãe, daqui a pouco eu passo aí na sua casa para irmos, pode ser?

- "Isso!" – Marco vibrou porque eu aceitei. – Está ótimo, só vou tomar um banho... e Maraisa, leva sua roupa e maquiagem que a gente se arruma lá na mãe, estava querendo que você fizesse um delineado de gatinho em mim porque hoje tem!

- Tá bom, caramba. - Gargalhei do meu irmão. Era sempre muito divertido quando saíamos juntos, mesmo que eu sempre voltava para casa sozinha porque o Marco costuma sumir do nada com algum boy que ele encontra pelo caminho. – Daqui a pouco passo aí, beijo!

À Beira do Penhasco | Malila Adapt.Onde histórias criam vida. Descubra agora