Capítulo 43 - Amor Genuíno

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Este capítulo contém cenas fortes de abuso sexual e que podem causar gatilhos, quem não gosta ou se fizer mal, por favor, pulem esta parte. Boa leitura!

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Minha mãe logo me abraçou, acariciando meus cabelos.

- Obrigada meu Deus, obrigada Papai do Céu! Obrigada! - ela dizia emocionada e eu chorava ainda mais.

- Não chora não, mamãe te ama, Maraisa... Levanta, filha! - ela falava e eu mal tinha forças para me levantar.

- Levanta que eu tô de colete, não posso abaixar não... - ela disse segurando nos meus braços e eu finalmente consegui ficar de pé.

Abracei minha mãe pelo ombro e me virei estendendo a mão para Marília.

- Pode ir com ela, meu amor... estou logo atrás de vocês! - ela disse deixando uma lágrima escorrer.

- Ai Jesus, obrigada, meu Pai! Eu pensei que não fosse ver mais a minha filha...

Minha mãe dizia enquanto entrávamos em casa, deixando as lágrimas escorrerem, e eu simplesmente não conseguia parar de chorar.

- Essa roupa está muito comprida em você, viu Maraisa? - ela disse e Marília deu uma risadinha, atrás de nós, me fazendo sorrir.

Marco logo apareceu e o abracei forte, enquanto Marília abraçava a minha mãe da mesma forma.

- Como a senhora está? - a loira perguntou.

- Menina, já fiz tudo, já chupei laranja, já andei de um lado para o outro e nada de vocês chegarem. Ai, eu estou nervosa! - minha mãe disse e eu dei uma risadinha entre lágrimas.

Voltei a abraçá-la forte e Mig... Meu pai, logo veio atrás ao passo que Marília cumprimentava Marco.

- Posso? - ele disse se aproximando de mim.

Hesitei. Dei um passo para trás e ele logo parou no lugar.

- Maraisa... Eu não sou ele. Eu que sou o seu pai, não faria mal algum para a sua mãe. Você sabe, eu sempre fiz de tudo por ela, filha. - ele disse com um ar de tristeza e segurei forte na mão de Marília.

Eu sei que ele é o meu pai. Eu sei que ele não faria nada comigo ou com a minha mãe. Sempre admirei muito Miguel, ele trata minha mãe como ela merece ser tratada e ensinou tudo ao Marco. Mas... Ele é... Homem. Algo me travava. Eu sei, o Marco também, o Bruno também, mas parece ser algo totalmente diferente.

Respirei fundo e olhei nos olhos da minha namorada, que parecia um pouco nervosa, mas ela assentiu com a cabeça, me passando mais força ainda com aquele contato entre nossas mãos.

Me soltei aos poucos da mão de Marília e dei um passo em direção ao meu pai, que logo abriu os braços para mim. Me aninhei nos braços dele e suspirei pesado. Meu Deus... Como isso é difícil.

O contato durou pouco tempo e eu logo voltei para os braços de minha mãe.

- Quer conversar, filha? - ela perguntou percorrendo a mão pelo meu braço em forma de carinho.

- Preciso, mamãe... - eu disse com um pouco de dificuldade, mas tentava me manter forte.

- Vamos lá para cima! - ela disse me puxando pela mão e me virei para olhar Marília novamente.

Ela estava sentada no sofá ao lado do meu irmão.

- Vai ficar bem aí? - perguntei com um sorriso fraco.

- Vou, amor, estou com o Pereira! - ela disse com um sorriso brincalhão. - Você é forte!

- Marília? - chamou minha mãe.

À Beira do Penhasco | Malila Adapt.Onde histórias criam vida. Descubra agora