"...Não se sabe a origem dessa gripe que está se espalhando por toda Europa e sul da Ásia, nem mesmo que tipo de vírus pode ser... 'As pessoas estão enlouquecidas, eu não sei o que está acontecendo'..."
"Os Estados Unidos ainda não declarou nenhum aviso de emergência, mesmo as mortes em cada estado do país tenham passadas de cem por dia. 'Isso é loucura, eles precisam tomar alguma atitude!' A população pede por respostas, mas o governo parece não dar a mínima para as súplicas que estão vindo de todas as partes."
Desligo o rádio quando meu sobrinho entra no cômodo. Não gosto que ele ouça esses tipos de notícias, por mais realistas e necessárias para sua proteção.
Tem uma coisa que eu amo nessas manhãs: o cheiro de café, panquecas e frutas frescas. Principalmente quando tudo isso vem da minha casa de infância com pessoas que amo dentro dela. Ainda mancando devagar, levo até a mesa as torradas que preparei para ele.
ㅡ Bom dia, tia! ㅡ Me cumprimenta com o sorriso adorável, deixando um beijo em minha bochecha.
ㅡ Bom dia, garoto. Quer carona pra escola? ㅡ Me sentei ao lado dele, mastigando uma fatia de bolo de laranja. Meu favorito!
Iria me responder, porém foi interrompido pela mãe.
ㅡ Não precisa, Diana. Vou passar para pegar algumas coisas no mercado, então é caminho. ㅡ Diz quando entra na cozinha.
Eu sorri dando de ombros, quase revisei o olhar ao ouvir a voz daquela mulher. Eu sei que deveria respeitá-la por ser a esposa do meu irmão e mãe do meu sobrinho, mas é um pouco difícil desde a última vez em que estive aqui.
Mas isso não importa. Não mais. O que aconteceu ficou no passado, até meu irmão escolheu colocar essa história em uma caixinha e fechar, eu também preciso fazer isso.
ㅡ Até mais tarde, tia Dia. ㅡ Ele acessou para mim uma última vez, fiz o mesmo de costas para a porta, pois escrevia uma das cartas que enviarei para meu supervisor.
Sei que é bem antiquado, hoje em dia as pessoas usam aqueles eletrônicos, mas no exército ainda fazemos isso por questões de segurança. Entretanto, não quer dizer que os eletrodomésticos sejam descartáveis para emergências. Bom, acho que eu não deveria dizer "fazermos", já que não tenho certeza se vou permanecer no meu gargo ou, no mínimo, nas forças armadas por muito tempo.
Desde aquele maldito ocorrido, minha vida tem sido um inferno.
Toca-la é um aperto no peito que odeio admitir sentir. Não é mais um incômodo físico. Contudo, ainda há luta psicológica para superar as memórias que ela me trás.
Olhei para o lado da porta, vendo aquela nossa fotografia lá: eu, meu pai e meus irmãos. Estávamos voltando de uma viajem á praia, ainda molhados e sujos. Mas papai achou que a paisagem era perfeita atrás de nós, então paramos em campo para tirarmos ela. Nós éramos tão felizes, as coisas eram boas naquela época.
Fui cortada de minha linha de lembranças quando a campainha soou, corri até a porta da forma que podia com essa perna idiota. Abri com um sorriso fechado, encontrando Shane de cabeça baixa, ele não tinha sorriso algum no rosto.
Quando ele me encarou, reconheci aquele olhar, aquela porcaria de olhar que todas as vezes que eu precisarei expressar para alguma família de um dos meus homens abatidos em missão, me vinha sempre a vontade enorme de ter ido com eles.
ㅡ O que aconteceu?
ㅡ Achamos que eram três, mas eram quatro. Diana, ele...
ㅡ Me conte no caminho. ㅡ O interrompi, indo até meu casaco e de volta para a entrada logo depois. Peguei as chaves e fui com ele até a viatura. ㅡ Ele está morto?
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Zombie Heart l • TWD
Fanfic• Primeira temporada! ★☆☆ ❝ Colocada sem aviso prévio, Diana terá que enfrentar os novos perigos que é estar respirando no mundo dos Walking Dead, enquanto tem ao seu lado os desafios julgadores do próprio subconsciente. ❞ ☠ Antes de iniciar a leitu...