Enquanto Carl subia pelo túnel, Deckard decidiu ver o altar mais de perto.
Conforme se aproximou das colunas que mostravam o caminho até o altar, percebeu que elas tinham gravuras feitas em alto relevo. Muitas estavam bem desgastadas, mas ainda era possível ver as cenas que elas exibiam; de guerras, armas e cenas que pareciam remeter à eventos de algum tipo de civilização passada.
Depois de olhar para elas por alguns momentos, pôde reconhecer algumas que se assemelhavam à gravuras romanas, gravuras gregas e também alguns desenhos que lembravam vikings. Todas as figuras eram relacionadas à guerras de alguma forma.
Enquanto se aproximava do altar, pôde notar que o último degrau também era entalhado.
Conforme alcançou o último andar, pôde ver que o altar em si era escavado; para que ficasse em um nível abaixo da altura dos andares, como uma espécie de piscina rasa e vazia.
Deckard entrou no desnível e iluminou em volta.
Nas bordas do desnível, haviam símbolos esculpidos. Ao olhar bem em volta, percebeu que o desnível dava a ideia de que a pessoa no altar estava dentro de uma arena circular, um coliseu, e também pôde notar alguns relevos que se assemelhavam à textos escritos em línguas que não reconheceu em um primeiro momento.
- Ainda bem que nunca perdi o costume de carregar meu sketchbook - relembrou em voz alta, para ninguém em específico.
Pegou seu pequeno caderno e uma caneta no bolso do seu casaco e foi copiando os relevos do altar conforme ia se aproximando.
Não foi uma tarefa fácil, pois só estava contando com a ajuda de duas pequenas lanternas, uma presa no capacete e o outra que estava presa embaixo de seu braço.
Após copiá-los, se sentou sobre o altar, para decifrar o que poderia ser aquilo.
Com alguma dificuldade, conseguiu reconhecer dois tipos de linguagem, o que lhe custou bons vinte minutos.
Conforme conseguia separar as duas línguas, pôde reconhecer uma como uma forma arcaica de latim. Nesse momento, agradeceu mentalmente ao seu professor da faculdade, que o puniu com aulas de latim durante dois semestres inteiros.- Ah, se o Carl já estivesse aqui com as luzes, minha vida seria tão mais fácil - Deckard voltou a resmungar sozinho.
Como se ouvisse seu pedido, Carl apareceu no túnel com uma lanterna em uma das mãos e o chamou de longe.
- Doutor, trouxe uma lanterna maior para o senhor, imaginei que iria facilitar o trabalho - Carl avisou, ao chegar ao fim do túnel.
- Ah Carl, estava pensando sobre isso agora mesmo - Deckard respondeu, aliviado.
- Bem, aqui está - Carl seguiu em sua direção, para lhe entregar e já voltou em direção ao túnel. - Agora, vou subir para buscar os materiais para mapearmos isso aqui. O Sr. César ficou de trazer eles até a entrada do túnel.
- Certo, vou voltar ao trabalho.
Assim que pegou a lanterna, colocou ela no chão, voltada para o altar. O que lhe permitiu perceber mais uma gravura na parte de trás do mesmo. Como já estava decifrando os outros relevos, decidiu terminá-los antes de lidar com esses novos.
Depois de algum tempo, pôde enfim perceber que se tratavam apenas de passagens relacionadas aos deuses da guerra de diferentes culturas. Nada muito gratificante, depois de todo o trabalho que teve.
- Vamos ver o que esse altar ainda tem reservado - Deckard se virou para as últimas gravuras que encontrou e começou a examiná-las atentamente. Depois de algum tempo, percebeu que se tratavam de uma espécie de poema em latim.
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Deckard - Histórias de outro mundo
خيال (فانتازيا)Deckard é um arqueólogo realizado e apaixonado pelo seu trabalho. Ele viu sua vida ser transformada pelo seu trabalho nas Organizações Discover. Agora, prestes a encarar uma nova e importante mudança na sua vida profissional, ele vai perceber que se...