suit and tie

25

- Preciso tomar um banho, tá ficando muito frio.

Ele sorriu olhando o corpinho dela todo arrepiado. Stenio estava sem camisa, tomando uma cerveja com os familiares.

- Gente, licença. Já volto. - Ele declarou, se levantando. Pegou a mão dela, enlaçando os dedos ali.

Andou de mãos dadas pela casa com a advogada enquanto explicava o caminho.

- Meu antigo quarto fica lá no último corredor, afastado de todo mundo.. Porque eu fazia muito barulho com o violão. - Ele riu sozinho contando. - Então minha mãe pegou trauma.

Os familiares trocaram olhares de confidência quando os dois entraram no quarto.

- Será que ele vai se casar com ela? - Eliza perguntou, emocionada. - Ela é tão linda. Tão querida. Doce.

- Acho que eles não entenderam ainda que se amam. - Fernanda concluiu. - Eles podiam dormir aqui, né? Tava com saudade desse chato. - Ela suspirou.

- Vamos tentar convencer. Mas todos os quartos de hóspedes estão ocupados por seus tio e primos..

- Tem o quarto do Stenio, ué. Cama de casal serve pra isso, pra dividir. E convenhamos que tenho certeza que eles já dividiram a cama antes. - Fernanda riu.

- Tomara que eles percebam logo!

•

- Ah, para. - Comentou animada ao invadir o quarto dele.

Na parede tinha alguns tipos de guitarra e de violão presos em suportes que davam para tirar e colocar de volta. Em outra parede, alguns pôsteres de banda.

Ele fechou a porta e a acompanhou, olhando mais para as reações dela enquanto olhava tudo, do que qualquer coisa.

- Você mentiu pra mim. - Ela olhou para ele com a boca aberta, surpresa.

- Que? Como assim?

- Falei que queria te ouvir cantar e você fingiu que achava que sua mãe tinha jogado seu violão fora. E você tem vários! - Ela bateu no braço dele, o que fez ele rir.

- Bom, achei que no máximo você ia entrar no quarto de hóspedes, não no meu antigo quarto de adolescência. Tenho vergonha. - Ele riu, colocando as mãos dentro dos bolsos da bermuda.

- Vergonha de mim? - Ela arqueou a sobrancelha.

- Sim.

- Eu literalmente já te vi nu várias vezes..

- Não é sobre isso, Helô. Você tá conhecendo coisas muito íntimas sobre mim que eu nunca abri pra ninguém. - Ele sorriu um pouco nervoso, enquanto coçava a cabeça, demonstrando desconforto. - Eu nunca trouxe ninguém aqui antes.

Heloísa cruzou os braços olhando para ele.

- Ninguém? - Duvidou.

Ele balançou a cabeça negativamente, ao que ela cerrou os olhos.

- Nenhuma namorada?

- Ninguém. - Reforçou.

- Bom, teu segredo tá a salvo comigo. Todos eles. - Ela prometeu, dando um passo na direção dele. - Por que tu me trouxe aqui, ein? - Ela estranhou ter sido a única.

- Minha mãe convidou. - Ele deu de ombros.

Ela ficou olhando nos olhos dele, um pouco confusa.

- Só por isso?

Stenio balançou a cabeça negativamente e a beijou.

Gael bateu na porta.

- Steniô! Me ajuda a tirar os carros da garagem.. Papai precisa pegar a caminhonete e tem outros 15 carros na frente.