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- Meu Deus, Helô! Você tá tão linda.

- Você acha? - Ela riu baixo, pendurando o terno atrás de si. Agora estava somente com o cropped e a calça de alfaiataria.

Stenio tinha afastado a cadeira para ela se sentar no bar ao lado dele, trazendo a cadeira o mais próximo de si que poderia. Permaneceu com a mão pendurada na cadeira, atrás dela, o tempo todo.

- Sim! Tá.. Sei lá, nem sei, reluzindo.

Heloísa abriu o maior sorriso que poderia.

- O cruzeiro foi uma delícia. Nosso casamento foi lindo.. A empresa tá ótima.. Não sei, acho que to numa fase gostosa. - Ela deu de ombros.

- Vocês vão querer beber o que? - Moretti esfregou as mãos.

- Eu não vou beber, to dirigindo. - Leonor deu de ombros.

- É, eu também. - Helô se juntou a ela.

- Vão de uber e a gente pega o carro depois. - Moretti sugeriu.

- A gente não tem mais 18 anos, Moretti. - Heloísa revirou os olhos. - Conseguimos nos divertir sem álcool.

- Eu vou beber e dirigir porque gosto de viver perigosamente. Garçom, traz uma rodada aqui de Moscow Mule.

- Também não to afim. - Stenio agradeceu.

- Vocês viraram velhos, porra? Não aguento mais isso.

Stenio gargalhou.

- Porra, eu to exausto. Tem tanta coisa acumulada, tanta coisa pra gente resolver.. - Ele suspirou. - Se eu pensar muito, me dá falta de ar. Você devia dar graças a Deus que eu vim aqui ficar com vocês, ao invés de ir pra casa dormir com a minha mulher.

- Teu marido tá muito chorão, Helô. Faz ele parar.

Ela apoiou as mãos no rosto dele. A aliança de ouro agora na mão esquerda reluzia. Roubou alguns selinhos do marido.

- Você tá com fome? - Ele falou baixinho. - Já faz umas horinhas desde a sua última refeição. - Observou.

- To morrendo de fome. - Ela resmungou, impaciente.

- Vamos ver as opções. Bolinho de bacalhau..

Ela automaticamente fez cara de nojo. Sentiu um arrepio, e seu corpo tremeu, literalmente, o que fez com que ele desse risada.

- Acho que ainda estamos de mal com peixes... - Ele olhou para ela esperando confirmação.

- Pra sempre! - Ela fez uma cara de nojo. - Eu quero batata frita. - Ela decidiu.

- De novo? Amor, aqui não tem batata frita. Tem dadinho de tapioca, serve? - Ele via as opções de porções no cardápio.

Ela suspirou, e ele entendeu que uma coisa não anulava a outra.

- Ó.. Vem cá. - Fez um gesto chamando ela para perto. - Vamos comer aqui, só pra você não ficar sem comer. E aí, saindo daqui, eu te levo pro drive thru e a gente compra batatinha favorita, pode ser? - Ele falava enquanto beijava a bochecha dela, olhando em seus olhos fixamente. Falava com ela como falava com os sobrinhos.

- Tá bem.. - Ela concordou, a contragosto.

- E vocês, hein? - Caíque puxou assunto com o casal que parecia preso no mundinho deles. - Novidades?

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