Capítulo 10 • What is happening to me?

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Behind these four walls, hoping you'd call

It's just a cruel existence

Like there's no point hoping at all

Baby, baby, I feel crazy

Up all night, all night and every day

Give me something

Oh, but you say nothing

What is happening to me?

I Don't Wanna Live Forever – Taylor Swift and Zayn

CHARLES

Eu e Anya caminhamos em silêncio pelo corredor do hotel vestindo nossos roupões depois de sair da piscina.

-Fico no próximo andar. - Diz ela. Estamos parados esperando o elevador.

-Vou para o terceiro andar. - Respondo.

Minha suíte fica em um lugar privilegiado do hotel, as janelas enormes em quase todo o quarto me dão uma vista incrível das montanhas e não me importo de usufruir muito bem dos luxos que meu dinheiro permite, apesar de que boa parte disso tudo provém de parcerias e publicidade.

Limpo a garganta em perceber que nosso tempo partilhado está terminando, mas preciso descansar e ter um tempo com os meus pensamentos sem a sua influência.

O elevador chega logo e quando as portas abrem um homem já está ali. Cumprimento-o com brevidade, seu rosto aparenta ter mais idade do que eu, talvez trinta e tantos anos, mas a forma como seus olhos correm para Anya chama a minha atenção acima de qualquer coisa.

Vejo que ela troca olhares com ele, mas desvia rapidamente. Entramos no elevador em silêncio e o homem permanece ali, o que é estranho porque não há andares selecionados no painel, então supostamente ele deveria ter saído quando entramos. Vejo que ele continua a olhar para a morena ao meu lado e como um homem posso dizer que esse olhar não é o de alguém que simplesmente olha para outra pessoa sem outras intenções. Esse homem tem intenções.

Anya levanta o braço para acionar o seu andar, mas aproveito a deixa para acionar o meu ao mesmo tempo e puxo a sua mão para baixo junto com a minha, deixando que o elevador nos leve somente até o meu andar.

O homem aperta o segundo andar, o mesmo de Anya. Tento não pensar se por acaso ela estaria interessada no cara, mas deduzo que não porque ela não contraria minha sugestão implícita de seguir comigo e sua mão continua embaixo da minha. O calor é confortável.

-Está bem aquecida? - Pergunto a ela, tocando na corda do seu roupão, a puxando para mais perto. Quero deixar claro para ele que ela não é uma opção. Não sei se ela está aqui com alguém, mas nesse momento a sua segurança é mais importante. Ignoro a voz que sussurra dizendo que não é apenas na sua segurança em que estou pensando.

-Sim. - Anya sorri para mim, sua mão toca o meu braço por cima do roupão em um gesto carinhoso. Seja por sua vontade ou para dar mais realidade ao nosso teatro, eu aprecio o gesto.

Seu sorriso parece sincero, seus olhos sorriem junto com os lábios. Não posso evitar que meus próprios lábios se curvem também.

Os segundos passam rápido e o homem sai do elevador em silêncio no andar que indicara. Quando as portas se fecham atrás dele, olho para Anya.

LOVE BEYOND THE TRACK  •  CHARLES LECLERCOnde histórias criam vida. Descubra agora