Capítulo 17 • Maybe it's the way you play your game

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Maybe it's the way you say my name

Maybe it's the way you play your game

But it's so good, I've never known anybody like you

But it's so good, I've never dreamed of nobody like you

Dandelions - Ruth B.

ANYA

-Você está linda.

Ergo meus olhos assustada com a interrupção. Paro no meio do salão pouco iluminado quando a voz de Charles percorre por todo meu corpo.

-Oi. - Digo à ele baixinho, surpresa com sua aparição. Não sei mais o que dizer, tivemos uma conversa civilizada em Maranello, mas me recordo da sua aspereza no hotel, a forma como me deixou estagnada no corredor, não sei o que esperar agora.

- Você tem um minuto, por favor? - Diz ele, os olhos verdes fitam os meus com intensidade. Quero negar, mas somos adultos e maduros o suficiente para termos uma conversa, apesar de que esse não é um ambiente em que confio em mim mesma de estar sozinha com Charles Leclerc.

-Sim. - Suspiro e mantenho meus braços abraçando meu corpo.

Eu estava conversando com Lissa e outros dois homens que trabalham na parte de engenharia da Ferrari quando senti meu sutiã tomara-que-caia abrir. Terminei meu champagne e pedi licença à eles, levantei da mesa fazendo o possível para disfarçar o desconforto e sei que o fiz bem porque eles continuaram a conversa animada.

O problema é que quando cheguei ao banheiro, as duas portas estavam fechadas, em uso, e havia uma pequena fila. Sorri amarelo para a mulher na minha frente e segui até o final do corredor, com a intenção se conseguir um pouco de privacidade para fechar meu sutiã antes que ele deslizasse até o chão por baixo do vestido.

-O que você quer, Charles? - Pergunto com certa pressa, tentando não ser grosseira. Preciso de privacidade!

Ele limpa a garganta e arruma o colarinho da camisa branca para em seguida passar os dedos pelo cabelo, parece um pouco desconfortável.

-Eu gostaria de dizer... Que estou feliz de ter você na nossa equipe. - Diz ele desviando os olhos, as mãos nos bolsos da calça social.

Preciso segurar o sorriso que tenta escapar, sua postura parece jovial e intimidada. Charles parece um menino inseguro agora e ele mal consegue me olhar nos olhos.

-Eu só pensei que como estaremos mais próximos durante o ano, seria bom acertar as coisas, não deixar nenhum desconforto entre nós no meio profissional.

Assinto com a cabeça no momento em que sinto o meu sutiã começar a deslizar. Engulo em seco e xingo mentalmente em todas as línguas que conheço. Faço o possível para manter a tranquilidade, mas posso sentir o tecido escorregando. Droga!

-Me desculpe, Anya. Eu não quis trazer uma atenção indesejada para você. Aquele casal fofoqueiro... Eu me afastei para não alimentar mais fofocas. Sempre tem alguém de olho. - Diz ele rindo sem humor, parece irritado com a lembrança e a sua frustração com a falta de privacidade é quase palpável.

Levanto meu braço devagar, como se eu precisasse coçar meu pescoço. Mantenho a mão alocada ali, usando o braço para segurar o tecido no lugar.

-Eu entendo. - Digo à ele rapidamente. - É uma atenção que de fato não quero.

Respiro fundo querendo me livrar daquele momento o mais rápido possível. Que merda! Essas coisas só acontecem comigo!

-Você está bem? - Charles nota meu semblante exasperado e se aproxima franzindo as sobrancelhas, estende a mão até o meu cotovelo dobrado o tocando.

LOVE BEYOND THE TRACK  •  CHARLES LECLERCOnde histórias criam vida. Descubra agora