Capítulo 4 • Familiar name

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I'll do whatever you say to me in the dark

Scared I'll be torn apart by a wolf in mask of a familiar name on a birthday card

Blow out all the candles, blow out all the candles

Candles - Daughter

Monte Carlo
Mais tarde do mesmo dia...

CHARLES

-Querido, precisamos conversar. - estou sentado na varanda da casa de minha mãe enquanto olho para a costa. A vista é deslumbrante e o céu azul se encontra com o mar, a temperatura está baixa e o vapor escapa de meus lábios enquanto respiro. Mamãe senta-se ao meu lado, apoiando a mão em minha perna e coloca a xícara que traz consigo em cima da mesa de centro a nossa frente. Suspiro alto quando ela fixa seus olhos em mim, sabendo que seja lá o que tenha para dizer é importante.

-Sabe que evito opinar sobre sua vida e suas escolhas, você já se mostrou maduro o suficiente para tomar suas próprias decisões. Mas que tipo de mãe eu seria se não o aconselhar quando achar que devo? - Pascale mostra um sorriso sem dentes, suave, mas cauteloso. - Estou preocupada com você.

Evito olhar em seus olhos, volto meu olhar para a paisagem diante de mim e Pascale aperta mais a sua mão em meu joelho. Imagino o assunto que ela pretende abordar e sei que será frustrante, mas não tenho escolha a não ser ouvi-la.

-Você saiu há pouco tempo do seu relacionamento com Charlotte e não sei se foi a coisa certa a fazer, não posso julgar suas escolhas. - Deixo minha cabeça pender de encontro ao encosto do sofá, fechando meus olhos.

-Então não julgue, por favor. - falo com suavidade para atenuar a situação. Não costumamos discutir, mas somos teimosos e gostamos de deixar nossas opiniões bem explícitas. - Eu sei que foi a coisa certa a fazer. Charlotte esteve abrindo mão da própria vida pelos meus objetivos. Não tínhamos mais objetivos em conjunto, mamma, os meus sonhos passaram a ser os dela e isso não é justo com nenhum de nós.

Ela suspira virando-se para a frente, a mão ainda apoiada em meu joelho.

-Entendo querido. Talvez a escolha não devesse ter sido sua, mas entendo.

Viro-me para mamãe, dobro meu joelho em cima do sofá e apoio um cotovelo no encosto. Minha voz pesa ao dizer:

-Ela também queria isso. Ela não lutou por nós, disse que seguiria sua vida e eu senti o alívio dela.

Pascale se vira em minha direção novamente, numa posição parecida com a minha.

-Charles, pense bem no que fará daqui para frente. - Solto uma risada sem humor quando finalmente chegamos ao ponto do assunto.

-Você precisa investir mais em você, no seu autoconhecimento, querido. Você saiu de um relacionamento e então entrou em outro e agora não sei o que se passa na sua cabeça. Você vive sob pressão e me preocupo em como você lida com tudo isso.

Mantenho meus olhos carinhosos, sei que mamãe quer meu bem e ela não deixa de ter razão, mas gosto de pensar que tenho ideia do que fazer da minha própria vida.

-Mamma, ainda não sei o que fazer, mas quero descobrir. Sei que você gosta da Charlotte e eu sempre vou ter carinho por ela, mas estamos seguindo nossas vidas. E se a minha vida vai seguir com ou sem alguém, eu não sei dizer, mas ter seu apoio é muito importante, é uma ótima forma de aliviar a pressão, saber que posso contar com você e com meus irmãos.

LOVE BEYOND THE TRACK  •  CHARLES LECLERCOnde histórias criam vida. Descubra agora