Onde Jack Beauchamp é o novato gato e caladão que acaba de chegar no Bishop Union High School, e Nolan Urrea vira logo seu cadelinha. Mas Jack não é um cara de temperamento fácil, e tudo piora quando ele bate de frente com o valentão do colégio, Bai...
— Eu prometo que vou te compensar de algum jeito — Nolan fala, agora andando ao meu lado.
— Não precisa. Relaxa.
— Precisa sim! Você levou uma surra na minha frente e eu não fiz nada. Eu me sinto tão culpado pelo que aconteceu. Me desculpa. Eu não sei, mas se eu não estivesse lá, na porta do banheiro, o Bailey não teria implicado com você e nada daquilo teria acontecido.
— Nolan — eu seguro o seu queixo e o obrigo a me olhar nos olhos —, você não tem que pedir desculpas pelo que você não tem culpa! Aquele cara é um babaca! Se não fosse ali, ele implicaria comigo em outro lugar e daria no mesmo!
— Pode ser — ele fala, pouco convencido. — Mas eu ainda não fiz nada para te ajudar. Agora eu me sinto um... um idiota...
— Esquece isso.
— Seu rosto parece mal — ele fala, depois de um tempo.
— Eu vou ficar bem, cara. Relaxa.
Eu gosto do Nolan, mas já percebi que ele é o tipo de cara que precisa ser protegido. Ele é delicado e carinhoso demais. Não é um menino de estilo independente e selvagem. Não sei se aguentaria os socos do tal do Bailey. E se não fosse eu ter chegado, provavelmente ele teria estraçalhado o Nolan na porta do banheiro.
A gente segue agora pela Main Street enquanto Nolan encara o vazio como se ainda remoesse a culpa por não ter me ajudado enquanto me batiam. Eu rio sabendo que vai ser difícil fazê-lo esquecer isso. Ele parece gostar muito de mim e eu vou valorizar a amizade dele.
— Olha, Nolan — eu falo, ganhando a sua atenção. — Eu não tô com raiva de você. Você não tinha que fazer nada, esquece aquilo. — E sorrio.
Passamos o resto da pernada em silêncio. Já no final, quando estávamos chegando na minha casa, é que ele me disse:
— Eu saí da aula e te segui porque eu precisava pedir desculpas por aquilo. Eu sei que eu tenho um pouco de culpa no que aconteceu. — E aqui, pousou os olhos nos meus. — Mas você ainda não me disse que estou desculpado.
Sinto algo escorrendo do meu nariz e limpo com a mão. É sangue. Péssima hora para o meu nariz voltar a sangrar.
— Tá tudo bem, cara. Não se preocupe. Eu desculpo você.
E o abraço.
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