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O baile estava sendo divertido. Tocava algumas músicas legais, agitadas, lentas para se dançar em casal.
— Então... O que os monitores fazem? -Toquei o braço de Enid com meu cotovelo.
— Cuidamos para nenhum casal se perder no banheiro, sabe como é. -riu fraco.
— Como vocês estão esta noite? -Eugene o cara que se declarou meu SUPER fã, subiu no palco e pegou o microfone. — Há pedidos de todos os alunos presente, e dos professores é claro... Gostaria de perguntar encarecidamente se nossa convidada especial, Wednesday Addams não gostaria de cantar algo aqui em cima... -todos bateram palmas gritando e Sinclair me olhou como "eu não fiz nada".
— Como uma monitora irei prender eles com as músicas e assim ninguém se perderá nos corredores. -pisquei para Enid saindo de seu lado e caminhando até a frente do palco. — Claro que sei aceito, meu amigo, Eugene!
— Ai meu Deus, ela me chamou de amigo. -Brincou como se fosse desmaiar e me esticou a mão para subir no palco.
— Disse que é meu fã, certo? O que acha de tocar a melodia? -O olhei divertida e ele arregalou os olhos.
— Eu vou ficar no palco com você? Logo eu?
— Se não quiser eu entendo. -dei de ombros. — Lembra ainda de After Love?
— Lembro muito! -agarrou o violão ao seu lado e tocou uma nota.
— Vamos lá. -andei até o meio do palco e sorri para aquele público adolescente. — Essa música que eu vou cantar, é uma das primeiras da minha carreira, provavelmente nem devem conhecer.
— VAMOS WED! -um gritou agudo ecoou me fazendo rir. Era Enid.
— Longas noites em seu carro, manhãs em seus braços... -comecei a cantar com receio de ninguém saber a letra. — De chamadas de cinco horas para nada. Eu acho que o tempo é um sinal, escrevendo na parede, oh. - Eugene me acompanhava com o violão no tempo certo. — Não sei onde tudo deu errado...
Por enquanto até Enid dançava dando dois passos pra cada lado e fazendo uma voltinha.
— Mas é assim que tem que ser Eu preciso de alguém para me dizer, me diga, me diga, me diga...
— O que vem depois do amor? -quase todos começaram a cantar o refrão batendo palmas.
— Eu quero saber se há algo para mim depois de nós... Eu não acho que meu coração foi feito para quebrar tanto.
— Diga-me que há amor feliz para sempre. Diga-me que há felizes para sempre depois de nós. -Pude ouvir a voz de Eugene.
— Eu sei que você disse que isso era para ser. Agora essas palavras são história antiga. Pelo menos eu consigo manter as memórias, uh? -sorri procurando Enid que dançava entre os alunos. — Espelho, espelho, espelho na parede.
— Alguém vai me pegar quando eu cair? Então eu vou continuar dançando sozinha! -As vozes cantavam juntas.
— Eu acredito, eu acredito, eu acredito no amor. -começamos a bater palmas mais uma vez e dessa vez meu olhar encontrou o de Nid. — Mesmo que, mesmo que não fosse para nós...
***
Depois de descer do palco eu e Enid conseguimos ficar um pouco juntas e dançar mais um pouco como um casal.
Logo o baile foi acabando e decidimos ir embora, ou no caso, fomos para a casa dela.
— May ainda está na casa de... Ajax, seu ex? -questionei quando a Sinclair abriu a porta e tudo estava escuro.
— Só pegarei ela na segunda feira. -respondeu fechando a porta depois de eu já ter entrado. — O que quer fazer agora?
— Músicas, vinhos, danças? -sugeri vendo que ele tinha um... Toca discos? — Por que tem um toca discos? -cheguei perto do objeto empoeirado.
— Era da minha mãe, sempre fui acostumada a ouvir músicas com ela.
— Ouh, sério? Quais músicas ouviam?
— If ever i would leave you. Robert Goulet.
— Música clássica? Nunca ouvi, pode colocar para eu escutar, Nid? -pedi carinhosamente e ela me olhou estranho.
— Não acho que agradaria você.
— Ela não vai me fazer vomitar igual o cachorro quente. -argumentei e ela negou com a cabeça caminhando até um armário e de lá retirando um disco antigo.
O colocou do jeito certo e arrumou o toca discos, logo, a música começou a tocar e me levei até Enid. Deixei meus braços em volta de seu pescoço me balançando lentamente.
— Gostei da música. -falei baixo me aproximando de seu ouvido. — Se um dia eu deixar você, não será no verão. Vê-la no verão, eu nunca iria embora. -sussurei em seu ouvido a fazendo suspirar pesado.
— Wed, isso não é um erro? -Nid cochichou num tom triste.
— O que é errar agora para quem cometeu uma loucura há meses atrás? -segurei seu rosto a fazendo me olhar nos olhos. — Vamos deixar os momentos acontecerem afinal, são ele que nos sobram depois.
— Está bem. -Sacudiu a cabeça em concordância e fechou os olhos. — Eu só não gostaria que a nossa noite fosse ao som de Robert Goulet. -riu fraco.
— Essa música combina com nós duas, Nid. Eu não quero ir embora. -aproximei mais ainda meu rosto do seu encostando nossos lábios devagar.
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