Twelve

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A aurora chegou aos céus trazendo com ela a alvorada arrancando todos os traços da escuridão não mais presente. A cidade se desperta novamente, as ruas tomam seu costumeiro movimento enquanto os amantes dormem juntos. Não saberiam dizer em que momento da madrugada chegaram aquela posição com os corpos tão colados e aconchegados um no outro. De fato parecia confortável. As cobertas cobriam apenas metade deixando da cintura para cima completamente livre.

A brisa fria da manhã adentrou o cômodo fazendo Jeongin se encolher – este por ser ômega sente batente frio – agarrando ainda mais o corpo musculoso ao lado. Christopher foi despertando lentamente com o aperto em seu tronco. Piscou devagar tentando se acostumar com a luminosidade, foi notando o quarto em que estava. Um segundos todas as lembranças da noite passada vieram a tona o fazendo sorrir e seu lobo rugir satisfeito.

Levantou da cama com cuidado para que não acordasse o ômega ali. Pegou a cueca e a calça ambas abandonas no chão e as vestiu. Assim que saiu do quarto checou as mensagens vendo que sua mãe Yoko lhe informava como a pequena alfa havia dormido tranquila sem dar trabalho. Suspirou aliviado. Foi até o banheiro afim de tomar um banho para começar o dia.

De banho tomado foi até a cozinha tentando se familiarizar com tudo, olhou na geladeira pegando alguns ingredientes, como não tinha o costume de cozinhar resolveu fazer uma sopa de brotos de soja com arroz, além de um suco natural e cortar algumas frutas. Não era nada muito elaborado, mas fez com ternura. Depois de tudo pronto voltou até o quarto onde Jeongin parecia uma raposinha todo enrolado na cama, se aproximou da cama devagar sentando ali ao lado. Com cuidado passou uma das mãos pelos cabelos claros o vendo despertar aos poucos. Os olhos miúdos foram se abrindo e um bico implantou nos lábios rosados.

— Jeongin. – chamou baixo, quase num sussurro – Tem café da manhã pronto. – levou uma das mechas do cabelo do Yang para trás da orelha deslizando os dedos pelas bochechas.

— Christopher? – perguntou baixinho ainda um tanto desnorteada.

— Sou eu Jeongin. – aproximou-se da face pálida deixando diversos selares por toda ela.

O ômega riu do afeto recebido. Espreguiçou-se esticando todo o corpinho magro logo sentou na cama apoiando-se em seus braços e só agora notou que estava sem roupa. Suas bochechas ruborizaram de imediato então desvio o olhar para o lado apertando os lábios totalmente envergonhado, notando isso uma risada sacana escapou do alfa achando tudo exatamente adorável.

— Vem. – disse Bang segurando a mão bonita – Vamos comer.

— Tudo bem. – segurou os lençóis – Eu vou me vestir, pode ir.

— Por quê? – um sorriso ladino se apossou de seus lábios.

— A-ah... Eu tô sem roupa.

— Ontem a noite não me lembro de ser tão tímido. – provocou.

— Christopher não diga isso! – respondeu enfezado.

— Tudo bem, estou te esperando.

Plantou um beijo suave na boca rosada e então saiu do quarto dando privacidade ao ômega.

Sozinho, Jeongin levantou da cama, olhou a janela ainda aberta mostrando o dia bonito lá fora. Pegou suas roupas largadas no chão colocando em cima da cama, foi até o armário pegando uma calça de moletom e uma camisa bege folgada. Com isso em mãos – e uma toalha na cintura – dirigiu até o banheiro afim de se limpar, visto que na noite anterior adormeceu rápido, sem ao menos notar.

Já te banho tomado foi até a cozinha encontrando a pequena mesa redonda posta e um Christopher sorridente para si.

— Você que fez? – perguntou o ômega.

— Ah, sim, sim. – disse – Eu não sei fazer muita coisa na cozinha. – disse tímido – Venha, sente.

Puxou a cadeira então Jeongin sentou, logo Christopher fez o mesmo ficando frente a frente.

α β Ω

Perto das sete e meia os dois já se encontravam na casa dos Bang. A pequena filhote abraçava o ômega com todas as forças fungando de tanta saudade – ela não tinha o costume de passar a noite longe do papai – e ele fazia o mesmo.

— Mas não se preocupem. – continuou Yoko – Ela se comportou muito bem, inclusive fez a Jinhyun relembrar a época em que Christopher era apenas um filhote. – seu tom era nostálgico – Sempre que precisar podem deixar ela conosco.

A alfa Bang apareceu na sala segurando uma xícara de café. Analisou o ômega Yang dos pés a cabeça e então sorriu olhando para o chão negando. O cheiro de Bang estava impregnado no ômega.

α β Ω

Mais uma vez Jeongin havia chegado atrasado no trabalho, Minho já estava no estúdio com fones enquanto ouvia atentamente uma mixagem. Notou o cheio do melhor amigo junto a outro, até então familiar, olhou para o Yang que usava uma camisa de gola alta mesmo que o tempo esteja quente.

— Vai, me diz o que rolou? Nem quis voltar pra casa ontem. – indagou o Lee.

— Nós jantamos. – disse simples sentando em frente a mesa ligando o computador – Ele quer o nome dele no registro dela o mais rápido possível.

— Achei que isso era meio óbvio.

— Sim, é. – suspirou – Acha que ele pode ser um bom pai?

— Innie, ele é um bom pai.

— Sim. Verdade. – disse pensativo.

— E quanto a vocês dois?

— No-nós dois?

Minho riu do nervosismo de Jeongin, que mesmo que quisesse não conseguiria esconder que existia algo ali.

— É Innie. O cheiro dele não impregnou em você do nada.

— Ah... Acho que não preciso dizer o que aconteceu.

— A mim não, mas tenho certeza que Felix vai te encher o saco para saber.

— Aish...

— Mas até lá relaxe e foque no que eu te enviei, acho que está bom, mas precisa de uma revisão sua e depois enviar para o Jyp que ele está esperando esse material para a revisão final.

α β Ω

O dia passou rápido, Christopher estava ansioso no trabalho por conta das ligações constantes do senhor Shin que insistia em lhe arranjar um encontro com sua neta ômega. Esse não era o tipo de coisa que ele gostava, esse tipo de aproximação forçada e regada de interesse. Sabia que Shin Yuna era uma boa garota, doce e muito bonita, porém não lhe interessava.

"— Garoto minha neta acabou de fazer vinte anos, é ômega e tem uma fila de pretendentes atrás dela, mas veja bem, minha família trabalha com exportação de joias e por que não unir o útil ao agradável? Sei que você como alfa jovem não pretende se prender a alguém, mas cá entre nós – abriu um sorriso esquisito – não precisa ter essa besteira de fidelidade, basta engravidar a garota..."

Passou as mãos pelo rosto desconfortável com as lembranças nada conversa que teve a algumas horas atrás. Não importava o quanto recusasse as propostas de se unir a garota, o alfa Shin vinha insistir mais uma vez.

Quando finalmente pôde sair não pensou duas vezes e foi em direção ao estúdio onde sabia que Jeongin trabalhava. O encontrou na porta do prédio olhando o celular enquanto caminhava devagar distraído.

Buzinou chamando a atenção do Yang.

— Christopher?

— Vem Jeongin, vamos.

α β Ω

A noite Bang estava sentado em uma das cadeiras enquanto dava comida a filhote, na sala Jeongin tentava controlar Felix – que havia trazido a alfa, já que ficava com ela pelo dia – que lhe perguntava sobre seu encontro. Minho ria das tentativas falhas do melhor amigo em conter o outro ômega. Só não imaginava que Christopher poderia ouvir tudo bem ria das perguntas um tanto provocativas.

Christopher Bangchan estava feliz. 

You Da One - JeongchanOnde histórias criam vida. Descubra agora