Seven

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Quando acordou pela manhã Jeongin encontrou seu amigo em casa e estava ponderando em como contar as coisas do dia anterior. Enquanto preparava o café da manhã começou a dizer:

— Lembra do Christopher? Aquele que me trouxe em casa outro dia? – ouvindo uma afirmativa continuou – Então ele é o pai da Mina.

— O que?! Por que não me contou antes? Como o encontrou?

— Pra começar achei que você se lembraria dele já que foi você que nos apresentou aquela noite.

— Em minha defesa eu estava bêbado demais.

— Hm, foda-se.

— Ta, mas e ai?

— Ai que quando ele descobriu pagou de doido ai só que ontem ele chegou aqui depois do almoço falando merda, dizendo que não queria sujar o nome da família e essas coisas.

— E o que você disse?

— Disse que não queria porcaria nenhuma dele. Tava assim ó – mostrou um pequeno espaço entre os dedos – Assim de mandar ele tomar no cu.

— Disse que não queria porcaria nenhuma dele. Tava assim ó – mostrou um pequeno espaço entre os dedos – Assim de mandar ele tomar no cu.

— Certo então ele não vai aparecer mais?

— Não terminei ainda.. – suspirou – Depois de um tempo ele voltou e disse algo como "ela é minha filha também" e veio enchendo a porra do meu saco ai a gente jantou lá enfim ele, ou a família, não sei, quer se aproximar e eu não posso fazer isso com minha filha, sabe? Negar isso a ela seria injusto.

— Que bom teve bom senso, né Jeongin?

— É.. – suspirou – Eu sei que não é sobre mim, além do que ele não fez nada de errado, tipo ele foi babaca por me deixar só? Sim, mas não é como se me incomodasse de verdade.

Durante o resto da manhã eles apenas conversavam sobre trivialidades, Felix havia mandado diversas mensagens então Jeongin lhe explicou tudo desde o início não poupando a raiva que sentiu quando o Lee ficou com o Hwang na noite da galeria. Soube que seu amigo Lee anda se encontrando com o dono da exposição e isso não o surpreendeu.

No meio da tarde Mina esperava por seu pai, este que cortava frutinhas que a filha tanto gosta.

— Aqui amor.

O ômega entregou um potinho com formato de urso para a filhote que sorriu pegando a colher. A Yang adora frutas e Jeongin agradece aos céus por isso, ela não dava trabalho algum sobre alimentação. Distraído com o celular na mão não percebeu quando seu melhor amigo abriu a porta, muito menos quando ele entrou, só notou tarde demais, o cheiro de cedro já se espalhava pela sala. Jeongin arqueou as sobrancelhas olhando fixamente para o alfa. Que diabos ele faz aqui? Se perguntou.

— Desculpe vim sem avisar. – começou – Mas eu estava passando e vi isso e trouxe para ela.

Foi então que notou o urso, provavelmente maior que a criança, com fita vermelha no pescoço e pelo marrom claro, parecia ser tão macio e fofo de abraçar que Mina se levantou cambaleando – estava aprendendo a andar – e esticou os bracinhos para o urso. Bang sorriu se aproximando devagar.

— Gostou? – perguntou para a menininha – É todinho seu. – o sorriso de dentes salientes era fofo e seus olhos brilhavam com a animação da garotinha com o presente.

Jeongin observou a primeira interação entre eles dois, seu ômega se sentia aquecido, alegre e quase eufórico enquanto o humano apenas nervoso. A alfa deu seus passos desajeitados em direção ao pai com os bracinhos esticados querendo alcançar o presente. Bang também se aproximou se ajoelhando no tapetes felpudo da sala de estar. Do outro lado da sala estava Minho perplexo com a cena que se desenvolvida à frente.

Jeongin pigarreou chamando a atenção dos dois alfas enquanto a pequena Mina brincava com o urso.

— Bom, – começou nervoso – Minho esse é o Christopher Bangchan, lembra deles?

— Claro. – disse serio sentando-se no sofá – Como vai Bang?

— Bem. – disse um tanto incomodado com a presença de outro alfa ali.

— Eu sei que é o pai da Mina. Eu sou o padrinho dela.

O alfa Bang engoliu em seco olhando para o Lee. Por alguns instantes se perguntou qual seria a verdadeira relação entre o ômega e esse outro ai. Sentiu seu interior revirar-se com essa ideia. Voltou sua atenção a pequena filhote que agora abraçava o brinquedo contente e isso fez seu coração aquecer e mal notou quando um sorriso brotou em seus lábios.

α β Ω

O sobretudo pesado estava pendurado no sofá enquanto a sala era preenchida por um par de risadas, Bang estava deitado no tapete felpudo com a garotinha sentada no seu peito rindo das caretas que ele fazia. Jeongin estava chocado, realmente chocado. Um fato era que desde que reencontrou Christopher não imaginou que ele queria se aproximar da filha, muito menos que eles iriam se dar tão bem.

— Tá se incomodando com isso? – perguntou Minho sem tirar os olhos do notebook.

— Com isso o que? – ambos estavam na mesa redonda ali, Minho trabalhando enquanto Jeongin bebia café.

— Eu fico aliviado que eles estão se dando bem e por mais que eu não quisesse isso antes por ele parecer um babaca insensível não posso privar minha filha de correlacionar com o pai. – suspirou – Além do que vai ser bom que ele esteja por perto no desenvolvimento dela, sabe os feromônios dele são bons pra ela.

Antes que o Lee se pronunciasse Christopher apareceu tendo a pequena em seu encalço agarrada em uma de suas pernas.

— Acho que devo ir, já tá meio tarde e essa garotinha aqui tem bastante energia.

Jeongin nem mesmo percebeu que sorria todo bobo, seu ômega estava tão feliz.

— Ah, claro eu te levo até a porta.

Foi em direção a filhote pegando-a no colo o acompanhado até a saída do apartamento.

— Bom acho que tchau. – Bang colocou as mãos nos bolsos do sobretudo ainda sem conseguir conter o sorriso.

— Foi legal da sua parte passar essa tarde com ela.

— Ela é minha filha, acho que eu não fiz menos do que minha obrigação. Eu realmente quero estar por perto e agradeço por você não impedir isso.

— Tudo bem. – sorriu tímido.

— Tchau Jeongin, tchau Mina.

Christopher olhava para o ômega e a filhote enquanto as portas do elevador se fechavam com a certeza de que voltaria e não deixaria que nada ficasse entre eles ou seu alfa surtaria.

You Da One - JeongchanOnde histórias criam vida. Descubra agora