One

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O emprego como produtor lhe pagava uma quantia razoável ao menos por enquanto. Hoje Jeongin completa seus cinco meses de gestação e não está sendo fácil lidar com olhares julgadores por ser um ômega jovem e não marcado carregando uma criança em seu ventre. Agradecia muito a Lee Felix e sua irmã Rachel que lhes deram suporte emocional e agradecia ainda mais a Lee Minho, seu melhor amigo e padrinho babão – coisa que ele mesmo se intitulava – por estar tão presente em sua vida, agora ajudando a adaptar o apartamento que dividiam para a mais nova integrante – descobriram no último ultrassom que seria uma menina.

Era noite e Jeongin alisava a barriga volumosa enquanto conversava com sua bebê, esse havia se tornado um costume seu desde que ouviu o coraçãozinho bater pela primeira vez.

— Sabe bebê eu não sei como vai ser quando você estiver aqui, mas eu vou fazer de tudo para ser o melhor pai desse mundo! – suspirou – Desculpe não ter achado seu outro pai, mas parece que ele virou fumaça. Mas não importa eu vou ser o suficiente pra você.

Ficou pensativo por alguns instantes.

— Será que você vai ser parecida com ele? Olha bebê ele era bonito pelo o que eu me lembre, mas se esforça pra ser pelo menos um pouquinho comigo, por favor.

α β Ω

O quarto de Jeongin havia sido adaptado para ter um bebê, a parede que ficava seus pôsteres do Poderoso Chefão e sua prateleira de livros e DVDs deu lugar ao lilás com um armário infantil branco e um berço da mesma cor junto a pelúcias que eram presente de seu irmão e amigos.

Há alguns meses, dois pra ser mais exato, os irmãos Lee e Minho estavam montando tudo e pintando a parede, já que Jeongin com uma gestação de sete meses não seria capaz de fazer tudo isso sozinho ainda mais com seus pés inchados e seios doloridos. Por isso seus três amigos fizeram tudo sob sua supervisão, ele ficou extremamente grato por tudo e agora o quarto estava apenas aguardando a chegada dela, Yang Mina. Não era um problema para nenhum dos três que fizeram tudo de bom grado construindo lembranças preciosas que posteriormente seriam compartilhadas com a pequena Yang.

α β Ω

Era início de Junho, o verão havia chegado à grande Seoul e junto a ele as contrações avisado que a pequena Yang estava pronta para vir ao mundo. Jeongin não imaginou que seria tão difícil assim dar a luz, as dores vinham em intervalos cada vez menores lhe deixando absurdamente assustado e com medo de não sobreviver a isso deixando sua pequena desamparada no mundo. Céus essa ideia lhe apavorava! Teria que ser forte e foi, depois de algumas horas lá estava ele de olhos fechados ouvindo o som estridente e forte do choro de sua filhote. Sorriu pensando que enfim tinha feito um bom trabalho.

Logo ela foi dada a si e quando pegou aquele corpo frágil pela primeira vez todo seu ser foi inundado por um amor tão grande e forte não sabia como descrever. Ela estava ali em seus braços com aqueles olhos curiosos lhe analisando por alguns instantes e então ela sorriu, um sorriso banguela tão lindo, doce e puro. Ali estava o real motivo para continua, perdido naquele rostinho rechonchudo viu todos seus problemas desapareceram.

Mais tarde ele recebeu a visita dos seus três amigos olhando a pequena deitada no berço tão tranquila. Mina que nasceu pesando um pouco mais de 3.900 com seu choro forte e cheirinho de menta tão suave, mas ainda presente e todos ali concordavam que Jeongin tinha dado a luz a uma garotinha alfa.

— Garota você deve ter acabado com seu pai! – disse Rachel rindo – Sério Jeon é grande pra um bebê.

— Se for uma alfa não. – constatou Minho sentando ao lado do melhor amigo – Como você tá se sentindo?

— Com sono. – disse o Yang – Mas aliviado que ela nasceu bem, teve uma hora na sala de parto que achei que iria morrer.

— A mamãe disse que é assim mesmo. – Felix pegou a bebê – Quando ela foi dar a luz a mim e a Rachel pensou que ia morrer lá, mas era só ansiedade mesmo, ela disse também que deu sorte de nós dois sermos ômegas. Bebês betas e alfas são grandes.

— E quando você vai poder voltar pra casa? É meio chato não ter ninguém pra encher o saco. – brincou o alfa Lee.

— Talvez amanhã a tarde, de qualquer jeito eu iria te avisar por que é você quem vem nos buscar.

Quando todos foram embora Jeongin voltou aos seus devaneios sobre o futuro, como seria quando ela crescesse e perguntasse onde está seu outro papai e isso lhe atingiu em cheio. Não se arrepende de ter dado continuidade a gravidez, olhando para esse rosto de olhos sorridentes percebe que não existe decisão melhor.

A equipe da maternidade passava pelo quarto com olhares curiosos, analisaram o alfa Lee de cima a baixo constataram não haver semelhança alguma, além do que a pequena alfa levou o sobrenome do pai ômega.

Seus pais não haviam ido visitar durante a gestação, ouviu palavras amargas de sua mãe e o silêncio ensurdecedor de seu pai. Para eles não existia vergonha maior do que o filho ômega ter dado a luz a um filhote sem ao menos saber quem é o outro pai. Os Yang sempre foram tradicionais demais, aceitar que o filho saísse de casa aos 18 foi uma guerra e ver que ele trabalhava com música – algo que para eles não existia solidez – foi terrível, mas isso... Ah isso os cortou no meio! Sua mãe até tentou fazê-lo mudar de ideia, entregar a criança a um orfanato ou procurar alguém para casar e assumir sua cria lhe dando sobrenome e seu melhor amigo foi cogitado para o papel. Ideia absurda diga-se de passagem, obviamente foram negadas de imediato e Jeongin assumiria toda a responsabilidade por seus atos de cabeça erguida, já que não havia do que se envergonhar. Ser ômega solteiro com um filhote para criar não seria fácil, mas estava mais do que pronto para enfrentar seja o que for.

Naquela mesma noite Jeongin ajeitava sua filhote para dar de mamar, já em seu colo ela cheirava seu peito em busca do alimento.

— Calma sua gulosa, papai já vai te amamentar. — assim que seu seio estava livre ela o sugou — Ah meu amor se não fosse esses seus olhinhos fofos ninguém diria que é minha. — suspirou alisando a cabecinha quase sem cabelo — Você é a versão feminina dele. — ela o encarnava com seus olhos redondos e tão escuros quanto a noite — Hm, mas você é só minha Mina.


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You Da One - JeongchanOnde histórias criam vida. Descubra agora