Eight

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— Então você tá me dizendo que vai da uma chance pra ele se aproximar da Mina?

Jeongin e Felix estavam numa cafeteira, era horário de almoço e o Lee – que estava cuidando da garotinha – a levou para encontrar o pai, além de ficar ao ar livre.

— Não é como se eu fosse uma megera, ok?

— Eu não disse isso Innie.

— Minho e você duvidam muito da minha capacidade de ser bom e justo. – involuntariamente um bico se formou nos lábios rosados.

— É que a gente te conhece demais! – disse o Lee rindo da indignação do amigo.

— Foda-se. – bebeu um pouco do café antes de continuar – E como anda seu lance com o cara obcecado por pau?

— O Hyun?

— Conhece outro tarado?

— Ele não é tarado!

— E quem em sã consciência faz uma exposição sobre paus?

Um dos passatempos preferida do ômega era pegar no pé de seus amigos sempre os enchendo o saco com suas provocações infantis. Mas estava tudo bem, sempre foi assim, era a forma como ele demonstrava afeto.

— Olha eu vou ignorar porque o Hyun e eu estamos nos dando muito bem, ok? Ele é ótimo, é atencioso e carinhoso e eu to bem confiante sobre isso.

Depois de alguns minutos Jeongin se despediu do amigo e da filha – esta que chorou ao deixar o pai – voltando para a empresa onde trabalhava. Agradecia aos céus que estava na fase final do álbum de um dos artistas que costuma trabalhar.

α β Ω

A semana havia sido bastante corrida para o herdeiro Bang, entre reuniões -compareceu a todas sem atraso – papelada que precisa de revisão, ligações que pareciam drenar sua energia e três jantares com representantes de outras marcas que ao descobrir que estava solteiro não perderam tempo e ofereceram seus filhos e filhas ômegas solteiras.

Cansado dessa rotina que estava enfim seguindo a risca, passou as mãos bagunçado os cabelos castanhos que precisava de um corte na visão de suas mães. Um suspiro longo saiu de seus lábios então se permitiu abrir os olhos se deparando com o celular desbloqueado vendo o papel de parede de uma foto da pequena Mina sorrindo em uma das visitas diárias que começou a fazer, mas o que lhe chamou atenção foi o ômega atrás e mesmo com o desfoque pode ver o sorriso bonito. Instantaneamente seu lobo se revirou lembrando cheiro bom que Jeongin exalava e então uma súbita curiosidade veio em mente.

"Qual seria seu gosto?"

— Senhor Bang? – mal notou a secretaria ali – O Senhor In está aqui e insiste em lhe ver.

"Que porra esse velho quer? Não basta o jantar torturante de ontem?" pensou irritado.

— Mande-o entrar Shin, mas qualquer um que me procurar não sendo a minha mãe estou em reunião ou nem pisei aqui hoje.

— Sim senhor.

Então a beta saiu, logo depois um homem idoso, alfa, e de aprecia repugnante chegou. Bangchan o detestava por assediar qualquer ômega jovem que estivesse em sua frente. Era de fato nojento.

α β Ω

Sexta-feira estava no final, Jeongin estava virando a esquina do prédio carregando algumas sacolas do mercado quando viu Christopher estacionar ali, fazia dois dias que não via o alfa e odiou com todas as forças ter sentido a falta dele, sentia a falta da sensação de segurança que lhe cobria e do cheiro fodidamente gostoso de cedro que fazia seu ômega grunhir manhoso. Merda.

Mal teve tempo de raciocinar e ela estava ele vindo em sua direção e porra deveria ser crime alguém ficar tão gostoso usando roupa social e óculos escuros.

— Perdão por não ter vindo antes, mas minha agenda estava uma loucura. – pegou as sacolas de sua mão.

— Ah, tudo bem. – disse meio atordoado.

— Como está a Mina?

— Bem, Felix deve trazer ela a qualquer instante.

O elevador parecia menor na visão do Yang, sabe não era nada saudável ter um alfa tão gostoso e de cheiro tão bom perto de si, fazia tanto tempo que não transava com alguém, sentia falta de ser pego de jeito e fodido até as pernas estarem bambas. Mordeu o interior da bochecha tentando controlar os pensamentos depravados que mal notou as portas se abrindo. Saiu apressado se atrapalhando ao abrir a porta. O apartamento estava escuro, as janelas abertas com as cortinas balançando. Acendeu as luzes instruindo o alfa a deixar as compras em cima da mesa redonda. Depois de guardar sua bolsa foi até a cozinha abrindo as sacolas e guardando os lanches e frutas que tinha comprado para a filhote.

Sorrateiramente Bang foi se aproximando, mal notava os passos que tinha dado, seus instintos ficavam em alta sempre que se aproximava do Yang. Quando a geladeira foi fechada Jeongin sentiu um par de mãos segurarem sua cintura e o deslizar do nariz pela tez pálida e macia de seu pescoço. Fechou os olhos e puxou o ar com a boca sentindo os pelos de seu corpo se arrepiarem. Céus por que tinha que ser tão sensível? E tudo pareceu desandar quando ouviu aquela voz aveludada sussurrar em seu ouvido.

— Você cheira bem.

O tom carregado de segundas intenções. Christopher não poderia negar que sentia uma vontade insana de ter aquele corpo em seus braços de novo.

Numa súbita coragem o ômega virou o corpo ainda tendo as mãos firmes do alfa ao seu redor, os lumes negros transmitiam desejo e selvageria, a presença de ambos se tornando ainda mais forte, o ar parecia denso e cobertos de feromônios. Inconscientes estavam sendo preparados para copular. Diferente da primeira vez em que se tocaram quando havia bebida e desejo humano por sexo, este era um momento exclusivo dos seus impulsos primários, onde seus lobos escolhem com quem copular, muitas vezes este se tornando o parceiro ideal para seus cios.

Do outro lado da porta havia um Lee carregando a pequena filhote e sem aviso prévio adentrou no apartamentos se dependendo com os dois prestes se beijar e ele deixaria aquilo acontecer se não fosse os resmungos descontentes da garotinha ao ver um alfa tão perto de seu papai, além do cheiro forte de feromônios irritando seu nariz sensível.

Retomando suas consciências os dois se afastaram totalmente envergonhados.

— Oi Felix. – disse um Jeongin sem jeito.

— Quer que eu leve ela e volte mais tarde?

— O que? Não! – o ômega quase gritou, o que foi uma pena para Christopher que aceitaria aquela proposta numa boa levando em conta a ereção entre as pernas.

— Tudo bem. – respondeu risonho – Saiba que a sua filha anda muito danada, apertou tanto o cachorro da vizinha que eu tive pena e oi Bang.

— Olá Felix. – se apoiou na bancada.

Enquanto Jeongin foi pegar a filha no colo Lee continuo.

— Desculpa por interromper vocês dois, eu não sabia que, sabe, estavam assim. – disse realmente arrependido.

Então Christopher respondeu com o sorriso ladino e autoconfiante:

— Tudo bem Felix, eu e Jeongin terminamos isso depois.

Jeongin sentiu vontade de poder virar um avestruz e enterrar a cabeça tamanha vergonha.

You Da One - JeongchanOnde histórias criam vida. Descubra agora