Quinze

137 20 110
                                    

     Quarto de hotel arrumado, a iluminação estava um pouco baixa, tinha uma garrafa de vinho ali—Embora eles não  precisassem, ja tinham bebido. Não muito dessa vez.—, chocolates, roupa de cama nova. O  serviço de quarto estava impecável. A banheira cheia, com a hidromassagem ligada, podiam ouvir o barulho dela e a música—Tocada na TV— estava baixinha, aconchegante.

— Você falou com eles para arrumar tudo aqui? — Eric pergunta, trancando a porta e logo abraçando Ravi pela cintura. O namorado concorda com a cabeça, lhe dando um selinho. Ele sorri após isso. — Hun ... Parece que alguém quer dar.

Ele recebe um tapinha no braço, tão leve que parece até um carinho.

— AÍ, que ódio! Não fala assim! 

Ravi briga, mas sorrindo, tentando se afastar de Eric.

— É mentira? — Ele aperta Ravi mais contra si, o impedindo de sair de perto, beijando seu pescoço e já afundando a mão nos cabelos dele. — Não é, viu?

Ravi suspira ao sentir a boca do mais novo em seu pescoço, adorava esse tipo de carinho.

— Não é mentira, mas não precisa falar desse jeito.

Sua voz sai quase como um suspiro, as mãos deslizando para a barra da blusa que Eric veste, a puxando para fora da calça jeans preta.

— Desse jeito, como? —Eric fala bem pertinho de seu ouvido e o mordendo devagarinho.— Que você quer me dar? Que eu vou te comer nessa cama como se minha vida dependesse disso? Ou...— Ele pausa quando Ravi geme baixinho e começa a abrir os botões de sua blusa.

Sorrindo, Ravi provoca, tão direto que sequer parecia o homem tímido de sempre.

— Ou o quê? — Ravi incentiva, agora é sua vez de agrir, ele desliza a mão para dentro do tecido que cobre o peito do namorado e começa a acariciar seus mamilos. — Esqueceu como se fala, gatinho?

O olhar nublado do namorado se encontra com o seu e, novamente, ele o beija.
Um beijo cheio de paixão. Que começa ali, perto da porta e logo estão— sem quebrar o beijo— andando para perto da janela próxima da cama. A vista é somente a cidade bem iluminada — Curitiba não deixava de ser bonita—, as estrelas bonitas em um céu de noite clara e a lua está cheia.

— É uma bela vista, não é? — Eric pergunta, virando Ravi de una vez para a janela. O mais velho apoia as mãos na mesma, olhando para a vista dos prédios próximos dali, sentindo o corpo já desperto do namorado contra o seu. Um pouco atordoado e sentindo um arrepio percorrer sua espinha. As mãos de Eric apertam cada canto de seu corpo, enquanto sua boca beija, lambe e marca cada lugarzinho do pescoço e nuca de Ravi.—Vai ficar melhor ainda quando eu te foder enquanto você se apoia nessa janela, olhando para esse céu ... Depois de te tomar nessa cama, claro.

Entregue, o mais velho não sabe como responder. Ele somente corresponde os carinhos que recebe. Agora ajudando o mais novo com a tarefa de irem para a cama. 

A paixão é interessante.
Seja aquela avassaladora e totalmente sexual ou a romântica que te leva ao Paraíso.

Ravi pode dizer que experimentou as duas naquela noite quando Eric começou a tomá-lo. Beijos molhados e calmos — As vezes mais quentes, porém na proporção certa.— o fizeram ter certeza que queria mesmo aquilo e estava sim, pronto. A boca do mais novo lhe acariciou cada canto com devoção, carinho, desejo. Sendo retribuído da mesma forma. O namorado fez questão de beijar cada cicatriz que fora causada no acidente, ou pelo pai na adolescência, cicatrizes que Ravi escondia com roupas longas, mas que Eric deixou claro com cada beijo e cada fala que, elas o faziam ainda mais bonito.
O nervosismo até estava o fazendo ficar tenso no início, mas logo a mão e a boca do atual namorado o fizeram se acalmar.

Seja com Eric lhe acariciando enquanto espera que Ravi se acostume com ele dentro de si. Ou com a voz baixa perto de seu ouvido lhe dizendo que sexo não precisava doer, que o prazer de ambos devia ser prioridade, lhe beijando e falando entre os beijos o quão incrível ele é e como tudo pode ser bon para os dois.

Ha tempos ele não sabia o que era  sentir somente prazer na hora do sexo.

Eric o tomou da forma mais prazerosa possível, de um modo que Ravi não esperava que alcançasse um dia. Com o mais novo olhando em seus olhos, lhe dando selinhos e beijando seu pescoço quando ele arqueava submerso em prazer, arranhando suas costas com a mão que estava livre.

Ele o acolheu entre as pernas, tendo Eric o preenchendo de forma tão boa que chegava a ser difícil respirar direito. As mãos juntas, não de forma dominante, no início, somente apaixonada. O colar de Lua que se completava com o seu arrastava em sua pele e até isso era ... estranhamente satisfatório.
Os suspiros do mais novo se misturavam a seus gemidos baixos e tudo parecia perfeito.

Lento, calmo, profundo, quente ... E bom de uma forma que ele sequer sabia que sexo podia ser.

Ou sabia. Tinha esquecido.

Eric estava tão hipnotizado com o rosto corado e relaxado de Ravi que até se esqueceu de começar a se movimentar mais forte— só o fez quando Ravi pediu entre gemidos..—, ele não conseguia parar de beijar aqueles lábios ou a pele suada do homem que ama.
Absorto e perdido no prazer, o sentimento se assemelhava ao nirvana, ele podia jurar, pois ali, naquele quarto, onde as cortinas estavam abertas e o que iluminava o quarto eram as luzez da Cidade; ele teve certeza de algo que já imaginava.
Ele ainda o amava da mesma forma que amava quando tinha dezesseis anos, da forma que vem amando todos esses anos.

Ele amaria Ravi para o resto da vida.

O Que Restou De Nós? | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora