Treze

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        Ravi estava admirando o colar de Lua desde o momento que Eric o colocou em seu pescoço. O mais novo usava o outro lado da lua, eles se complementaram.
Eles podiam usar alianças? Sim, mas isso era mais 'eles'.

— Gostou, amor? — Os braços de Eric rodeiam sua cintura.

Eles estão na varanda do quarto de Ravi, já que essa noite Hikon vai dormir no de hóspedes.
Eric vai dormir ali também, já que Ravi pediu.

— Sim, meu bem. — Ele se vira para Eric, as mãos do mais novo deslizando para sua cintura. Fofo. As de Ravi para os ombros dele, bem próximos. — Melhorou minha noite em mil por cento.

Eric leva a mão até os cabelos dele, o vento não está forte, mas é o suficiente para bagunçar os fios dos dois homens. Ele começa seu carinho de sempre ali, fazendo quem recebe fechar os olhos por instantes.

— Fico feliz.

Ele beija a bochecha de Ravi. A bochecha. Ele sabe que eles namoram, certo? Que são dois homens adultos em uma relação?

— Não quer entrar? Está ficando mais frio e pelo andar da carruagem daqui a pouco começa a nevar.

A temperatura estava quase chegando ha -1° C. Os rostos de ambos estão corados devido ao frio, as partes do corpo que não estão agasalhadas, estão arrepiados.

Eric segura sua mão e se vira para irem para dentro do quarto, mas Ravi a segura, fazendo o mesmo se virar para ele confuso.

— Eric, porque você não me beijou ainda? — Finalmente, ele exterioriza sua dúvida.

O mais novo cora, mas ainda assim da alguns passos à frente, ficando quase colado a Ravi. Ele não solta sua mão.

— Você quer que eu te beije? — A mão livre toca o rosto dele. A pequena diferença de altura não dificultava que eles se olhassem nos olhos.

— Sim, mas não que faça isso só porque eu estou perguntando.

— Eu queria ir com calma. Não queria apressar as coisas, nem te fazer sentir forçado há nada, por isso não te beijei ainda.

Ravi fica sem reação por um momento. Eric sempre teve esse senso moral de: nunca farei nada se não tiver certeza que a outra pessoa quer.
A questão é que Ravi quer.
Quer muito!

— Entendi. Bom, eu também não quero que se sinta forçado. Só perguntei porque nós estamos saindo ha cinco meses, você já dormiu aqui e eu na sua casa, você já até me deu banho. — Ele fala tudo rápido, estava nervoso, então passava a falar naturalmente no 2x. — E.. Bom, nós namoramos agora, então, ok… Eu entendo o que você quer dizer e-e não quero que faça só porque eu perguntei, está tudo b-

Seu discurso é interrompido pela risada de Eric, gostosa de ouvir. Ele solta a mão de Ravi, agora segurando seu rosto com às duas mãos, as de Ravi indo automaticamente para a cintura dele.

— Vi, querido, meu amor. — Eles estão com os rostos bem próximos agora. Os lábios há poucos centímetros um do outro, quase se tocando. — Eu quero te beijar desde a primeira vez que te vi.

Ao dizer isso, ele o beija, finalmente.
Depois de anos, finalmente!
Dez anos.
Um beijo calmo, somente um selinho no início, ambos de olhos fechados, aproveitando o quão mágico isso é.
O selinho se transforma em outro, outro e outro, até que Eric morde devagarinho o lábio inferior de Ravi, pedindo passagem.
Ele cede no mesmo momento, totalmente entregue. Sentindo a língua dele tocar a sua, seria poético dizer que às duas dançam uma valsa que parece ensaiada… Mas realista, pois parece isso.

O Que Restou De Nós? | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora