Teresa precisou de toda sua coragem para ligar para Pedro. Era uma da manhã e não conseguia dormir. Estava enojada com o que Mauá a fez. Não conseguia acreditar que ele tentou força-la!
Quando ele saiu, ficou ali parada, com os braços ao lado do corpo, tremendo, enquanto não conseguia se mexer. Estava em choque! Não sabe como conseguiu ir até a porta e trancar, nem como teve forças para subir as escadas, mas ao chegar no quarto foi direto tomar banho, mesmo se lavando, sentia os dentes de Mauá arranhando seu pescoço, sentia como a mão dele acariciou seu seio de maneira dolorosa, e o que mais a assustou, como ele a imobilizou contra a parede com seu corpo!
Foi horrível! Sentiu tanto medo que não conseguiu fechar os olhos, muito menos dormir. Queria ligar para alguém para lhe fazer companhia, mas não sabia para quem ligar sem contar o que Mauá fez e causar escândalo! Ela só queria alguém para ampara-la!
Pensou em ligar para Celestina ou Pillar, mas sabia que elas suspeitariam na hora que algo teria acontecido, afinal nunca ligou nessa hora. Juntando sua força de vontade ligou para Pedro, e agora aqui com ele, está imensamente feliz por ter feito isso!
O agente Caxias estacionou perto da quadra de futebol do Palácio da Alvorada. É um bom lugar para estacionar, já que é parcialmente escuro. Ninguém os verá aqui.
-Estarei lá fora, senhor! -falou Caxias antes de sair do carro.
Pedro assentiu e então virou a cabeça para olhar para Teresa, que está com os olhos fechados. Manteve o braço em volta do ombro dela, a mão acariciando lentamente seu braço. Colocou a mão ao lado de sua cabeça, fazendo um cafuné suave em seus cabelos. Encostou a cabeça no encosto do banco e ficou somente a olhando, aproveitando o momento.
Teresa continuava quieta, com os olhos fechados. Não consegue adivinhar se ela dormiu ou apenas fechou os olhos. Tem tantas perguntas que quer fazer, mas não tem coragem. Está preocupado com ela, o que a levou até ele à uma da manhã? Onde está Mauá? Porque ela chorou?
E tem o ponto da questão, sua crescente atração por ela! Se importa com ela e a quer com ele! A razão lhe fala para parar, para ir embora e não olhar para trás enquanto pode. Quer falar a ela o que sente, mas que bem isso fará?
Nada, além de ruína!
Precisa se contentar com o que ela tem a oferecer...sua amizade, mesmo sendo em segredo. Ficou feliz por ela ter encontrado um amigo nele, porque ao que parece é tudo o que ele também pode oferecer...sua amizade!
Ficaram abraçados pelo que pareceu uma eternidade até Teresa erguer a cabeça e o olhar. Seus olhos estavam banhados com lágrimas não derramadas.
-O que aconteceu? -Pedro perguntou com a voz acima de um murmúrio.
Teresa respirou fundo.
-Tive um desentendimento. -sussurrou.
-Com Mauá?
Teresa assentiu inclinando a cabeça para trás em seu ombro. Se pudesse contar a ele o que aconteceu, o que a levou a buscar conforto em seus braços, mas sua língua está embolada. Finalmente entendeu porque quem passa por essa experiência acha tão difícil compartilhá-la.
-Está bem agora? -perguntou a ela.
Quando ouviu que a causa que o procurou foi Mauá, seu peito apertou! Está feliz por ela ter encontrado conforto nele. Se Mauá foi capaz de machucá-la ou decepcioná-la, faria o possível para fazer exatamente o contrário. Prefere morrer do que machucá-la. É exagero, mas é a mais pura verdade, se deu conta.
Teresa assentiu com a pergunta. Acha a pior das ironias encontrar conforto nos braços do homem que sua família e partido querem destruir! Mas, percebeu o quanto gosta de está aqui com ele. Pedro cheira a loção pós-barba e a roupa limpa. É quente e gentil. Sua outra mão, que segura o lado da sua cabeça, acaricia sem pressa seu cabelo, o som das batidas do seu coração é música para seus ouvidos. Seus braços é um lugar reconfortante para se estar e parece completamente certo, está aqui.
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Me Escolha - Pedresa
FanfictionPedro de Alcântara Bragança, foi eleito o 39º Presidente do Brasil! Apesar da carreira política de sucesso, foi eleito sobre fortes críticas ao seu comportamento nada convencional a um Presidente, já que é um solteiro convicto! Teresa Cristina Bourb...