Capítulo 9

1.1K 108 7
                                    

Amélia on:

Resmungo ao sair do banheiro , vestindo um pijama no estilo da corte noturna.

A reunião tinha acabado há pouco tempo e eu tinha passado no apartamento de tia Amren antes de vim para casa.

Eu fiquei lá por algumas horas, treinando minha magia.

Tia Amren me ajudava há um tempo e eu estava evoluindo com a magia que herdei dos meus pais.

Meu principal obstáculo era a escuridão, poder herdado do meu pai.

Eu a tinha em maior quantidade e isso tornava difícil para mim controlar tanto poder.

Por isso eu não usava com frequência, mas isso mudaria.

Eu tinha que controlar a magia e não o contrário.

Penteio meus cabelos e os deixo soltos, observo meu reflexo no espelho.

- Devo dizer que é um imenso prazer vê-la novamente, Amy querida - Congelo ao ouvir a voz atrás de mim.

Eu me viro, lentamente, sentindo meu coração acelerado e o medo tomar conta do meu corpo.

Aleksander estava ali, parado há alguns metros, ele tinha o ombro encostado no arco que levava a sacada da casa, os braços estavam cruzados e ele sorria.

Usava um couro negro de batalha que não escondia os músculos adquiridos pelo treino que Amélia deduziu ser intenso.

Os cabelos estavam soltos, o branco dos fios formando um contraste com o preto do couro que usava.

- O que faz aqui? - a pergunta sai antes que eu consiga me impedir.

Ele ainda sorri satisfeito quando me responde, a voz arrastada como a de um amante.
- Estava com saudades.

- Como você entrou aqui? - Minha voz assume um tom sério e ele ri baixinho.

Com um pouco de esforço consigo conjurar uma adaga média.

O sorriso dele some.
- Vamos brigar de novo? Esperava uma recepção mais calorosa, amor.

- O que veio fazer aqui? Não vou deixar que machuque ninguém - Ameaço, erguendo a adaga.

Eu não sei como ele se move tão rápido, mas de repente está em minha frente.

Ele segura meu pulso, afastando a adaga e sua outra mão segura a minha nuca, me obrigando a olhar para ele.

Arfo com o susto repentino e arregalo os olhos ao ver nossa proximidade, meros centímetros nos separavam.

Aleksander sorri minimamente.

- Devo dizer que é ainda mais linda de perto - Ele fala baixo, os olhos vermelhos varrendo meu rosto, analisando - E seus olhos são incríveis, Amélia.

- Eu vou...

- Poupe-me desse discurso, Amy querida, eu realmente não vou lutar com você - Ele diz, arqueando uma sobrancelha.

Trinco a mandíbula, olhando-o com toda a raiva que consigo, mas ele apenas sorri.

Aquilo é a gota d'água.

Impulsiono o joelho para cima, acertando suas costelas.

O sorriso em seu rosto se transforma em uma expressão de dor e ele cambaleia para trás, pondo a mão no local atingido.

Fico em posição de batalha e abro um sorrisinho ao ver que  meu golpe doeu.

Ele vê meu sorrisinho, mas ao contrário do que eu esperava ele não me ataca.

O Vilão Onde histórias criam vida. Descubra agora