Capítulo 60

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Cassandra e Kieran caminharam por várias horas, entre pequenas conversas e o silêncio absoluto.

Ela sabia que as chances de passarem a noite ali eram grandes, mas esperava estar errada.

Quando a noite ameaçou cair, ela e Kieran montaram um pequeno acampamento no alto de uma árvore.

Não sabiam o que encontrar ali, então não arriscariam dormir no solo, qualquer coisa poderia aparecer e atacar eles e sem magia não podiam criar um escudo.

Kieran ajudou Cassandra a subir na árvore, a fêmea escalou os galhos secos com cuidado para não se quebrarem.

Quando se estabilizou em um galho, alto e grande o suficiente para ser mais seguro, ela arrumou sua bolsa no galho deu a mão ao macho, que segurou e subiu no galho ao lado, as costas de ambos estavam encostadas no tronco da árvore e eles encaravam a floresta silenciosa e escura.

- Aqui é estranho, parece estar vazio mas ao mesmo tempo é como se tivesse olhos em qualquer sombra escura - ela comenta.

- E tem, ainda que não se aproximem, criaturas pequenas nos observam, se parar para ouvir, vai escutar eles - ele diz baixo.

Cassandra se concentra, ouvindo além do som do vento e de suas respirações, ela conseguiu detectar pequenos ruídos, como se as criaturas estivessem caminhando quase silenciosamente pela floresta.

- Estão nos vigiando? - questiona e ele assente.

- São fadas criadas pelo Belel, ele sempre sabe quem está aqui e quem não está - ele diz baixo - são inofensivas.

- Ainda sim, não é confortável ser observada - ela fala e ele concorda.

- Acho que irão nos guiar - ele diz, pegando o papel que Amélia deu mais cedo - aqui fala algumas coisas sobre essa criatura, amanhã veremos com mais clareza e assim não iremos nos surpreender quando o encontrarmos.

Cassandra sorri.
- Espero que ele não mate a gente.

- Relaxa, como eu disse, são inofensivos - ele fala.

A fêmea o olhou, Kieran estava perto, encarando a escuridão da floresta.

- Que bom que você veio, eu odeio esse tipo de silêncio - a voz baixa dele soou.

- O silêncio? - ele assente.

- Aquele silêncio absoluto, quando você está sozinho e se sente vulnerável de alguma forma - explica.

- Eu definitivamente não sirvo para ser espiã - ela comenta.

O macho sorri.
- Você é barulhenta demais pra isso, seria uma General perfeita - ele diz.

A fêmea sorri levemente.
- Um dia eu vou ser a General de Amélia, quando ela for Grã-senhora - Cassandra diz.

- Ou Grã-Rainha - ele rebate, um sorrisinho nos lábios.

Ela nega.
- Amélia nunca lutaria contra a própria família por causa de um titulo, embora eu ache que ela seria uma Grã-Rainha fenomenal - o sorrisinho de Cassandra foi fraternal.

- Nisso temos que concordar, só ela pra botar juizo em Aleksander - ele diz.

Cassandra franze o cenho.
- Acha que Aleksander vai...- ela não termina.

Kieran nega na mesma hora.
- Ele nunca mataria ela.

- Não é isso, digo, se ele estiver morrendo, ele vai ter que tomar o poder, não é? Caso contrário a magia vai despertar? - ela estava verdadeiramente confusa.

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