Capítulo 86

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Cassandra suspirou desanimada, sentindo seu ombro latejar de dor.

Além do sangue que manchava suas roupas, escorrendo de seu ferimento no ombro.

A fêmea fez menção de caminhar em direção a uma rua estreita que ela sabia ser o caminho para a corte dos pesadelos, mas alguém atravessou seu caminho.

Ela travou.

Congelou.

Os olhos levemente arregalados denunciavam o terror que sentia e Cassandra odiou ver o sorrisinho no rosto da criatura.

Ela odiou sentir o terror que a fez travar, sem conseguir se mover, sem conseguir falar, como no dia em que o viu pela primeira vez.

Cérbero sorriu ainda mais quando se aproximou, mostrando aqueles dentes afiados que poderiam mastigar a carne dela sem esforço algum.

- Enfim nos encontramos de novo, ratinha - ele murmurou, a voz cruel.

Mas Cassandra lembrou de se mover, ficando em posição de batalha e o encarando de forma firme, mesmo que sua mão tremesse levemente.

Ela tinha que sair dali.

- Fique longe - ela rosna.

A criatura sibila.
- Mas já estou aqui e não pretendo sair sem antes dar um jeito em você - pura crueldade estava presente em cada palavra.

- Vou te matar, monstro - magia rodeou suas mãos, mas uma adaga afiada foi posta em seu pescoço, pouco antes de uma mão cobrir seu nariz.

A fêmea se debateu, tentando se soltar, mas arregalou os olhos quando sentiu seu nariz queimar, como se ácido tivesse entrado em suas vias respiratórias.

Faebane.

A fêmea usou magia para tocar a mão que cobria seu rosto e a criatura atrás dela sibilou de dor e se afastou.

Cassandra caiu de joelhos no chão, sentindo sua magia se esvair rapidamente, mais rápido que o normal.

Antes que isso acontecesse, ela abriu as asas antes ocultas e se ergueu, tentanto voar.

Mas uma pancada forte na parte de trás da cabeça a fez perder o equilíbrio.

A escuridão a reivindicou um segundo depois.

                                 {...}

Cassandra arfou assustada quando sentiu algo frio, muito frio ser jogado em cima dela.

Seus olhos assustados se moveram  e ela olhou os arredores, tentando saber onde estava, mas sua visão estava turva.

Ela ouviu uma movimentação ao redor, mas não conseguiu focar em nada que não fosse a dor incessante em sua cabeça.

Ela piscou diversas vezes, sua visão  retornando aos poucos e isso permitiu que ela soubesse onde estava.

Uma sala, com luzes feéricas para iluminar o ambiente.

A porta era de aço, sem janelas ou qualquer abertura de ar.

Ela fez menção de se mover, mas um grito fugiu de sua garganta quando a dor irradiou por seu corpo.

Cassandra fechou os olhos, sua respiração pesada e a dor aumentando conforme ela se movia minimamente.

Ela olhou para o lado, tentando ver de onde a dor vinha.

- Não...- sua voz falhou, encarando a parede ao seu lado.

Ela estava presa a uma parede, com correntes prendendo seus pulsos para cima e suas asas...

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