Capítulo 35

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Amélia on:

Grito quando sinto meus ossos queimarem, literalmente.

O frio envolve meu corpo quando reaparecemos em outro lugar, a brisa era gelada e eu estava tremendo.

Mas eu sentia meu corpo esquentar gradativamente, eu chorava contra o peito de Aleksander, sentindo minhas roupas queimarem pouco a pouco.

O fogo da outonal.

Eu estava descontrolada.

Eu deveria saber que depois de tanto tempo sem treinar meus poderes, a escuridão principalmente, uma hora se acumulariam e explodiriam.

Abraço o pescoço de Aleksander quando sinto a última peça de roupa que cobria meu corpo se transformar em cinzas.

Ele caminhava apressadamente, não olhava para mim, mas seus olhos estavam alarmados.

Vi um lampejo branco quando meus olhos dispararam para além dele e rapidamente notei onde estávamos.

Corte invernal.

Aleksander me apertou contra si quando o poder espremeu meus ossos e gritei, arqueando o corpo.

Aleksander não disse nada e ouvi quando ele diminuiu o ritmo de sua caminhada, eu não sei por quê.

É quando sinto uma água congelante entrar em contato com a minha pele nua.

Vejo o vapor subir, quando minha pele em chamas entra em contato com a água, que evapora, mesmo estando congelante.

A água era em um azul profundo e quando meu corpo está quase totalmente submerso, Aleksander para, se ajoelhando para apoiar meu corpo contra o seu.

- Você está em chamas - ele diz ao tocar minha testa.

Eu tremia, conforme sentia a água congelante ao meu redor.

- Ouça, iremos mergulhar - Ele avisa, assinto, sem dizer nada, mas o seguro com mais força.

Aleksander me abraça, envolvendo minhas costas e puxando meu corpo contra o seu.

Ele respira fundo.

- Quando quiser subir, bata duas vezes em mim, ok? - sussurra contra meu ouvido, assinto, gemendo de dor, mas consigo sentir a temperatura do meu corpo diminuir - Um... dois... três.

Prendo a respiração quando ele mergulha, meus olhos fechados quando a água nos cobre.

Abro os olhos, não vendo nada além da água azul, era escuro embaixo da água, mesmo estando de dia.

Me assusto quando não vejo nada, mas sinto os braços de Aleksander ao meu redor, olho para ele, sentindo que não aguentaria muito mais tempo embaixo da água.

Aleksander me fita, os olhos encarando os meus, ele procurava algo em meu rosto.

E quando bato duas vezes em seu ombro, sentindo meu pulmão queimar, Aleksander sobe, emergindo da água.

Arfo em busca de ar, fechando os olhos e respirando pesadamente.

A dor havia passado.

Autora on:

Aleksander não podia explicar o tipo de sentimento horrível que lhe abateu quando Amélia gritou e quando caminhou em direção àquela água, quase totalmente congelada, com ela nos braços.

Quando sentiu os tecidos da roupa dela se desfazerem em cinzas por causa do fogo em seu sangue, ele pode dizer que sentiu um verdadeiro desespero, ainda que se mantivesse firme.

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