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Ravka, Os Alta, Pequeno Palácio

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Ravka, Os Alta, Pequeno Palácio

Primavera

— Elas estão ainda mais bonitas — Alina comentou, observando as flores do jardim próximo à caverna.

— É a primavera — falei, pegando uma rosa branca nas mãos e a cheirando. Estava com o estômago embrulhado desde que acordei; por incrível que pareça, o aroma da flor me fez relaxar um pouco.

Estava com uma intoxicação alimentar, certamente por causa de um bolo de chocolate que comi ontem.

— Alina! — Maly gritou enquanto corria até nós. Quando finalmente nos alcançou, se abaixou com as duas mãos no joelho, respirando cansado. — Moya tsaritsa.

Ele ainda conseguiu fazer uma pequena e desajeitada reverência.

— Alina, tem um potro nascendo. Ouvi dizer que o rei quer que seja seu — Maly disse empolgado.

— Mãe, eu posso ir? — Alina pediu animada.

— Esteja nas aulas com Botkin depois do almoço — falei, e a garota me deu um abraço apertado antes de correr com Maly para longe.

Segurei a rosa com minhas duas mãos, dirigindo-me para dentro do pequeno palácio, onde em breve eu teria outra reunião.

Enquanto andava, cruzei com Nina. A garota tinha um sorriso de orelha a orelha e andava ao lado do seu drüskelle. Eu ainda tinha minhas críticas sobre esse relacionamento, mas se eles dizem que querem...

— Moya tsaritsa — os dois falaram, fazendo uma leve reverência.

— Olá Zenik, senhor Helvar. Gostaria de conversar com você — falei, e Mattia olhou para Nina como se pedisse socorro. — Vai ser rápido.

— Te vejo no jardim — Nina falou, apertando seu braço como forma de apoio e se retirando logo depois.

— Mattia, sabe que em breve os acessos para Fjerda estarão fechados, não é? — perguntei séria, e ele acenou. — Eu de verdade não entendo. Você, como um drüskelle, deveria amar seu país acima de tudo; sua casa deveria estar acima de tudo em sua vida...

— Moya tsaritsa, eu fui criado para isso, acreditando que grishas eram sempre bruxas malignas e abomináveis. Levei muitas grishas para a corte de gelo; hoje me arrependo profundamente porque entendo que eram pessoas, tinham famílias e uma história. Só entendi isso graças a Nina; ela me mostrou a verdade — ele falou e abriu um sorriso. — Nina me mostrou que as coisas que eu pensava eram apenas bobagens; aquele jeitinho dela... eu me apaixonei. No começo eu tentei negar e fingir que era apenas amizade; tentei me convencer de que minha casa era Fjerda e que eu tinha que voltar para ela, mas não é...

— Então onde é sua casa, drüskelle? — perguntei um pouco séria demais.

— É Nina Zenik; minha casa é onde ela estiver. Se para isso eu precisar fazer o sacrifício de nunca mais ver Fjerda, por mim está tudo bem — ele falou e eu respirei fundo.

Lights and Shadows- A.Morozova(Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora