Capítulo 7 - Você não pode fugir

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Boa noite pessoal!
Decidi postar pra não deixar vocês muito tempo sem atualização, a intenção era escrever mais uma parte mas eu não teria tempo hoje. Então como essa parte estava finalizada, postei pra vocês. Espero que gostem, um abraço e boa leitura!

Kara Danvers • Point of View

Logo depois que Lena terminou a conversa com minha mãe, fiz questão de levar ela até o aeroporto. Queria aproveitar cada oportunidade de ficar perto dela, por mais curto que aquele tempo seria. No trajeto, minha cabeça não parava, era um turbilhão de pensamentos confusos, um aperto no coração por toda aquela verdade dolorida recém descoberta, uma angústia de nunca saber o porquê. Porque nos afastar? Porque impedir um amor de florescer? Ele, que enchia o peito pra falar de amor, destruiu a única boa chance que eu tive de ser feliz de verdade. O pior é que nunca vou saber as razões dele, meu avô se foi e levou com ele cada resposta que eu precisava. Eu não toquei no assunto e nem ela falou nada. Estávamos em uma conversa mais leve e tranquila, eu ainda estava triste por ela estar indo embora, queria um pouco mais de tempo, queria a chance de consertar as coisas, de começar de novo. Mas agora eu só podia confiar e esperar que ela voltaria pra mim.

No aeroporto, logo depois que Lena realizou o check-in e despachou as malas, voltou para perto de mim e me abraçou apertado, segurei ela bem firme em meus braços e fiquei assim até o nome National city aparecer no painel, indicando o embarque. Eu a apertei mais forte em meus braços, não queria solta-la porque eu sabia que ao fazer aquilo eu teria que me despedir de verdade e tudo o que eu não queria agora era me despedir dela. Demorei tanto tempo pra reencontrar ela e ter que me despedir de novo tão cedo era difícil, mesmo que sejam situações diferentes, momentos diferentes, que o local de destino seja agora conhecido e que nós estamos mais maduras e bem capazes de decidir por nós mesmas, ainda me deixava com frio na barriga, um medo de ser a última vez.

Percebendo o quanto eu a apertava e sem a mínima intenção de soltá-la, Lena me olhou nos olhos tão profundamente, que eu soube que ela queria que eu percebesse pelo olhar dela que ela não mentiria para mim. — Isso não é um adeus, Kara. Não é como antes, você sabe exatamente para onde estou indo e eu sei exatamente pra onde eu quero voltar. — ela disse com ternura, sem desviar o olhar um segundo sequer do meu, e alí diante daquelas esmeraldas brilhantes eu soube que ela voltaria pra mim.

[...]

Faz uma semana que Lena retornou para National city, a gente conversava por mensagens durante o dia e as noites ela me ligava por chamada de vídeo, uma forma que encontramos de ficar mais perto uma da outra, mesmo distantes. As conversas eram sempre sobre o dia a dia, eu contava sobre as minhas tarefas da fazenda e ela como estava o andamento para as possíveis mudanças na empresa, eu contava sobre as muitas vezes que as meninas me perguntavam sobre ela e quando ela voltaria para Midvale. Ela me falou um pouco sobre National city e eu sobre o campeonato que irei participar de steeplechase. A gente combinava vários passeios em diversos lugares para quando ela voltasse. Prometi que mostraria a ela um treino de saltos que estava fazendo para o começo do campeonato e ela prometeu que estaria aqui para assistir a primeira competição. Apesar dos dias que se passaram, o contato não diminuiu, sempre dávamos um jeito de falar uma com a outra.

Tinha acabado de enviar uma mensagem para Lena dizendo que estava indo treinar e ela me respondeu dizendo que estava entrando em uma reunião. Depois não conversamos mais.
Eu estava chegando na fazenda de Margot, para iniciar mais um treinamento com Kripto pra o campeonato. Foi através de Margot que eu descobri esse mundo das corridas com obstáculos, ela foi minha mentora, professora e amiga. Durante muito tempo, me auxiliou e me orientou a desenvolver meu lado profissional e pessoal.

Eu e meus amigos, quando éramos crianças, tínhamos muito medo de Margot, ela era sozinha e bastante reservada, nunca tinha visto aquela mulher sorrir pra nada e sempre pensamos que ela não gostava de crianças. Sua fazenda era bastante afastada das outras, muros e portões altos. Raramente alguém entrava lá. Porém quando Lena foi embora e eu passei a sair sozinha, procurando um lugar onde minha família não me encontrasse, acabei entrando na fazenda de Margot pelo bosque, sem me dar conta. Era uma fazenda grande, com muitos jardins, o casarão era grande com uma varanda rodeando a casa. Chegando pelo bosque um pouco mais a frente tinha uma pista de corrida bem grande, com vários obstáculos espalhados pelo circuito. Tinha algumas pessoas treinando com seus cavalos e tentando saltar os obstáculos. Fiquei tão vidrada que não percebi que estava apoiada nas grades da lateral, assistindo atenta toda a corrida.

Say you won't let goOnde histórias criam vida. Descubra agora