Capítulo 33 - Conversas, diversão e bons amigos

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Kara Danvers •
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Eu saí furiosa da casa da minha irmã, já estava engolindo muito coisa por causa de Diana, todas as atrocidades que ela fez pra atingir minha família, e para piorar, como se não fosse o bastante ela tinha que mexer com a minha mulher.

Eu fiquei estacionada em frente a casa dela por longos minutos, desejando descer do carro e enfrentá-la, dá-lhe uma lição que ela jamais esqueceria. Mas não consegui, não consegui descer do carro e arriscar tudo. Fazer isso, daria à ela um motivo à mais para nos prejudicar, um que seria irrefutável.

Eu não conseguia respirar, apertando com força o volante a ponto de deixar meus dedos brancos devido a pressão, eu imaginava a possível cena na minha cabeça das provocações dela com Lena, o desconforto e a falta de respeito. O desespero diário de Alex e Sam com toda a questão do processo, vivendo sob uma corda bamba onde a qualquer momento tudo pode desmoronar. O sentimento de impotência gritando alto, a raiva sufocando a cada segundo,  bati com força sobre o volante, descendo do carro, inclinei meu corpo para frente e segurei meus joelhos com as mãos, tentando buscar ar pra respirar.

Ao invés de me direcionar a casa da mulher peguei a direção oposta, caminhando direto até a praia.

Foi exatamente o que fiz naquela noite, caminhei durante horas para espairecer, me acalmar e colocar as ideias no lugar. Chorei, gritei porque era o máximo que eu poderia fazer, era a única maneira de colocar pra fora tudo que estava entalado na garganta. Quando enfim retornasse eu estaria pronta para ouvir o que quer que fosse de Lena, alex e de Sam. Enfrentaria as consequências de ter saído correndo sem dar à elas a oportunidade de conversar e por ter sumido quase que a noite inteira sem dar notícias.

Não entendia as razões de Lena por não ter me contado, mas também não esperei para que ela me explicasse quando tudo isso veio à tona.

Quando finalmente me acalmei e retornei para casa, Lena estava acordada me esperando, ainda vestia aquelo belo vestido preto que eu poderia tê-lo tirado aquela noite se eu não tivesse perdido a cabeça. Apesar da preocupação, sua irritação era perceptível, tanto pela minha reação quanto para saber onde estive durante todo o tempo que me mantive incomunicável.

Irritada, ela me perguntou onde eu estava e o tom frio nas palavras me gelou a espinha. Eu nunca à vi tão distante, seu olhar não se prendia aos meus e essa sensação doeu muito mais do que qualquer sentimento que eu tenha sentido nessas últimas horas. Suas palavras cortantes antes de sair da sala era o que eu escutava repetidas vezes na minha cabeça, a minha ausência de respostas fez ela se afastar.

"Quando você descobrir, você me fala"

Sabe aquela história que diz que você não pode culpar os outros pelos seus erros? pois bem, eu queria muito poder culpar Diana, mas sei que cometi o erro de cair nas provocações dela e por mais que eu não tenha de fato me encontrado com ela para dizer umas verdades, perdi a cabeça quando fugi de uma conversa com Lena, deixando o ciúmes me vencer.

Isso é como cair na água, ela pode ter me empurrado, mas fui eu mesma que me permiti afundar.

Disposta a resolver as coisas, subi as escadas correndo, inspirando e expirando rapidamente, tentando controlar o nervosismo. Abri a porta devagar e me deparei com a escuridão. Mesmo irritada, Lena me esperou durante horas, provavelmente preocupada por não ter notícias, e eu só a decepcionei. Engolindo em seco, senti uma pontada de dor me atingir em cheio, as mãos ficarem trêmulas e o ar fez falta, as lágrimas começaram a descer sem controle. Fechei a porta e saí.

O estrago estava feito, eu só precisava encontrar uma maneira de consertar.

Desci as escadas com dificuldade, peguei as chaves da caminhonete e saí. Precisava ir para o lugar onde eu sabia que de alguma maneira eu conseguiria externar toda essa dor, raiva, medo e culpa.

Say you won't let goOnde histórias criam vida. Descubra agora