Capítulo 14 - Plumerias

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Adorei escrever esse capítulo e espero que gostem também.
Um abraço e boa leitura.

Kara Danvers •
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Olhei em volta, investigando o lugar, notando a porta da varanda aberta, os porta-retratos caídos, uma garrafa de whisky com menos da metade do seu conteúdo e um copo vazio em cima da mesa.

— você bebeu?

— Faço isso de vez em quando. — ela comentou ainda sonolenta e foi se ajeitando no sofá até se sentar.

— Uma garrafa inteira? — perguntei séria e ela olhou assustada para a garrafa em cima da mesa.

— Não, costuma ser um ou dois copos, nada mais do que isso.

— Bom, não é o que parece aqui. — comentei séria, já me levantando e pegando a garrafa e o copo de cima da mesa e levando até a cozinha, colocando tudo dentro da pia e voltando pra sala, ela já estava de pé, fechando a porta da varanda.

— Eu estava chateada... — ela explicava quando se virou de frente para mim, cruzou os braços e me olhou seriamente. — E preocupada, você não deixou nenhum recado, não sabia onde você estava, não atendia minhas ligações... — ela se aproximou do sofá e se sentou novamente, passando as mãos pelos cabelos. — Juntando a tudo isso eu pensei que você estivesse magoada e que teria ido embora.

Me sentei na poltrona ao lado do sofá onde ela estava sentada, me inclinei um pouco em sua direção e peguei sua mão, à segurando. — Lena, eu quero te ajudar, seja lá o que for que esteja te chateando... — respirei fundo e olhei para ela. — Mas não posso fazer isso se você não conversar comigo. — me levanto da poltrona e dou alguns passos pela sala até parar de frente ao balcão da cozinha. — Sabe... — viro meu rosto para olhar para ela. — Quando eu acho que estamos indo bem, você dá um passo pra trás, você me afasta e não conversa comigo, não explica o que está acontecendo e quando decido te questionar você simplesmente me diz que está tudo bem. Lena... — fecho meus olhos e respiro fundo antes de continuar. — Você olhou nos meus olhos e mentiu pra mim, porque hoje quando eu acordei, estava sozinha. Então sim, eu estou magoada, mas diferente do que você pensa, eu não fui embora. — ela levanta o olhar e me encara.

— Eu não menti pra você. — sua voz saiu embargada.

— Não? — ela negou com a cabeça. — Então quando disse pra mim que estava tudo bem, que estávamos bem e que você estaria bem aqui, você não estava mentindo pra mim?

— Não, Kara! Não menti! — ela disse firme, quase implorando.

— Então onde você estava quando eu acordei sozinha hoje? O que era tão importante que não poderia esperar?

— Kara, não é que era mais impor...

— Vamos lá, me diz. — insisti

— Na casa da Andréia. — ouvir aquilo me deixou chateada então eu desviei o olhar e abaixei a cabeça, depois de alguns segundos ouvi ela se levantar depressa, caminhou na minha direção, e eu senti sua mão torcar meu braço quando ela se aproximou perto o bastante.

— Kara, por favor... Tenta me entender, eu precisava conversar com alguém.

— Eu estava bem aqui, Lena! — a encaro seriamente. — Estava do seu lado o tempo todo, porque é tão difícil conversar comigo?

— Kara...

— Não Lena... Eu estou te pedindo pra ser honesta comigo desde do dia em que nos reencontramos e você insiste em me deixar de fora.

Ela se aproxima de mim e segura meu rosto em suas mãos e me encara com um certo desespero. — Por favor, me escute! — ela respira fundo. — Não estou te deixando de fora, mas não sabia como conversar com você em relação a como eu me sentia desde aquele dia em que te reencontrei no alto da montanha, no nosso lugar. Eu desejei muito aquilo, Kara, você não faz ideia... — a voz dela embargou. — Mas isso era impossível de acontecer, não é? Você estava morta. — ela se afastou e se virou de costas pra mim, caminhando para longe até se virar de volta pra mim. — Mas você estava lá, bem diante dos meus olhos, a centímetros de distância, eu te senti Kara, tão perto, tão quente como da última vez que nos vimos. — ela abaixou o olhar e encarou o chão. — Eu preciso te contar e eu preciso que me escute, eu estava completamente feliz, mais do que eu poderia imaginar, Kara... Mas... Mas eu também estava com medo e eu ainda estou. — ela me olhou e uma lágrima desceu pelo seu rosto.

Say you won't let goOnde histórias criam vida. Descubra agora