Sorte no Amor¹ ━━ Gabigol

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📍ℝ𝕚𝕠 𝕕𝕖 𝕁𝕒𝕟𝕖𝕚𝕣𝕠, ℝ𝕁
📆 15 de fevereiro de 2023

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— Porque não tá aparecendo?

Anna revirou os olhos, pela... que vez era mesmo? Já tinha se perdido na conta, de tão chato que estava sendo procurar o resultado da nota do ENEM, eles simplesmente esqueceram que o INEP já havia soltado o resultado, mas estavam tão focados no Mundial, que nem se deram conta. Era basicamente o último dia, pra manifestar interesse e se inscrever para uma vaga na universidade.

— Amor, você tá mais ansioso que eu. — Resmungou baixinho, e sorriu quando achou. Se acomodou no colo do namorado, que ajustou a postura na cadeira do escritório.

— Fico excitado toda vez que você me chama de amor. — Confessou, arrancando uma risadinha dela, se negou com a cabeça.

Anna colocou CPF e senha, nem acreditava que estava vendo su nota do ENEM com o cara, que a quase fez perder a prova a meses atrás. Agora era namorada desse cara. A sua maior fã. E tinha acabado de passar por um almoço em família, com esse mesmo cara.

— Caralho. — Sussurrou surpresa. Gabriel se inclinou para ver, abrindo um sorriso largo. — Tirei 900 pontos só de redação. — Levou as duas mãos a boca.

— Porra amor, você conseguiu. — Disse orgulhoso. A virou para si, afastando as mãos dela e selando suas bocas em um selinho leve. — Eu disse que meu beijo dava sorte.

— Eu nem acredito que deu mesmo. — Riu segurando o rosto dele com as mãos. — Novecentos amor, tudo isso eu tirei sozinha. — Estava mesmo muito chocada, eufórica e nervosa.

Olhou para a nota outra vez, viu que não foi tão bom em linguagens, mas foi excelente em matemática. As outras matérias, tiveram notas semelhantes com as de linguagem. Respirou fundo, e mordeu o lábio. Gabriel estava esperando ela entrar em outro site, e tentar insurreição e vaga em uma faculdade, como disse que queria. Sentiu ela ficar tensa, e a abraçou devagar.

— O que foi gatinha? — Sussurrou.

— Eu consegui. — Seus olhos encheram de lágrimas. — Eu realmente consegui a nota que eu esperava. — O queixo tremeu, mas não queria chorar. — Depois da briga com meu pai, eu meio que fiquei insegura com tudo, e nem estava esperando essa nota. Mas, eu consegui e não sabe o quanto queria correr até ele, e dizer que fui boa o bastante.

Aquilo lhe pesou no estômago, no peito. Em lugares específicos, onde ela só queria vibrar de felicidade, mas que foi consumida por uma coisa mais pútrida. Um sentindo de devastação, de uma decepção consigo mesma, nunca existente. A primeira lágrima caiu, dando lugar as outras que viriam logo após.

— Queria mostrar que sou uma boa filha, que sou esforçada e que acima de tudo, eu consegui sozinha. — Dizer tudo isso em voz alta, pareceu lhe reconfortar mais do que o abraço dele.

— Meu amor, eu me orgulho tanto de você. — Gabi a virou para si, segurando em sua bochecha molhada das lágrimas. — E não tem que se cobrar, por algo que não tem nada a ver com você. — Sorriu gentilmente. — É um mérito seu, e seu pai não vai entregar isso. Nada vai entregar isso.

Uniu suas testas, e ela fechou os olhos finalmente podendo respirar bem fundo e sorrir com ele. Todos os dias, ele confirmava que seu coração nunca esteve enganado, era como a azeitona da sua empadinha. Gabriel lhe complementava.

— Vice consegui. — Sussurrou. — Não pra provar a ninguém que conseguiria, mas por ser capaz. — Selou suas bocas em um selinho delicado. — Eu me orgulho do que você consegui, e de quem você é.