Era tarde da noite quando Arthuria já adormecia em seus aposentos, com os cabelos soltos e usando um vestido de cetim branco quase transparente, ela parecia ter um sono agitado. Seu rosto expressava claramente dor, e a garota até mesmo resmungava baixa enquanto apertava os lençóis, o suor até mesmo escorria de sua testa a fazendo se sentir extremamente desconfortável.
O sonho em sua mente parecia tão vivo, era quase como se ela estivesse de volta ao lugar da morte de sua tia Morgana e seu pai, Rei Arthur. Aquela montanha, o precipício, tudo era como tinha visto e ela tentava segurar com todas as suas forças a mão do homem de cabelos loiros, que a olhava com desespero, como ela se lembrava muito bem naquele dia.
— Por favor não solte minha mão! — Arthuria pediu com súplica, os olhos em lágrimas enquanto tentava puxar seu pai daquele precipício. — Não solte! Não!
— Arthuria por que me soltou? — Arthur perguntou a encarando, soltando aos poucos sua mão grande das pequenas da garota, mas mostrando claramente para a ruiva a expressão de fúria do homem — Traidora, eu sabia que no fim você só queria usurpar de meu trono!
— Não é verdade! — Arthuria respondeu colocando a outra mão para puxá-lo — Papai eu só queria que... que nós dois pudéssemos nos dar bem! Eu nunca quis esse trono! Mas eu não posso abandonar Camelot, o lugar que você tanto amou e a minha tia Morgana também e nem todas aquelas pessoas! Elas ficarão desamparadas sem alguém para protegê-las!
— Mentirosa! Suas palavras não passam de mentiras e mais mentiras! — O loiro respondeu ríspido, e Arthuria olhou assustada e em lágrimas mais uma vez quando viu o homem cair do precipício sozinho, com o seu corpo totalmente ensanguentado ao redor dele e a Excalibur em pedaços.
Eu jamais a perdoarei Arthuria... jamais...
— Não papai! Não! Por favor me perdoa! — Arthuria falou vendo o sangue do homem começar a assumir uma coloração esverdeada e ele levantar a cabeça, totalmente ensanguentada e encarando a ruiva que ainda permanecia assustada.
Você nunca será digna... não importa se foi aceita por essa espada de merda...
— Papai o que está... — Arthuria se perguntou vendo como o homem parecia estar a encarando, com os olhos em uma coloração totalmente amarela e brilhosa, como se fosse a magia de sua tia emanando no homem. O que a fez se aproximar mais do precipício para ver o que estava acontecendo, até que ela escutou passos atrás de alguém se aproximando.
— Longa vida a rainha. — A voz, que soava feminina e masculina ao mesmo tempo falou em um tom de sarcasmo, e tudo o que a garota viu foi uma figura magra, usando roupas que lembravam a guerreiros selvagens por conta dos colares e os tecidos rústicos que cobriam seu corpo e o traziam um ar de perigo, além da grande máscara de caveira de algum animal que Arthuria não sabia qual era cobrindo todo a seu rosto.
Exceto aos olhos amarelos, tão chamativos e brilhantes que emanavam o puro ódio em sua direção.
Tudo naquela pessoa emanava terror à Arthuria.
— O que... — Arthuria não compreendeu, mas se assustou quando sentiu a pessoa atrás de si usar o cajado com um cristal vermelho em formato de losango para acertar diretamente no rosto da garota, a empurrando também contra o precipício e a fazendo cair do precipício assim como seu pai e sua tia.
Mas tudo o que Arthuria fez foi levantar seu corpo rapidamente naquela cama e olhar ao redor com terror em seus olhos azuis, vendo como seus aposentos continuavam o mesmo e como a luz fraca da vela deixava o local quase que totalmente escuro, se não fosse pela luz da aurora que adentrava pela janela aberta e deixava entrar também o vento frio daquele dia que estava para começar.
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Tales of Arcadia - Another Tale
Teen FictionHisirdoux Casperan, aprendiz do grande mago Merlim, passou exatos 905 anos trabalhando para Merlim, melhorando suas habilidades para ser digno de ser chamado de um mago. Contudo mal sabia Douxie que ele deveria enfrentar aventuras além do tempo atua...