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    Alina corria,apenas tentava se afastar dos gritos,dos surtos e chingamentos de Renan Vasconcelos. Seu peito e pulmões ardiam pela tamanha força que fazia ao respirar,suas pernas imploravam por um descanso,mas não poderia fazer isso,seu namorado estava louco e obsessivo. Então,ao virar a direita daquele corredor e encontrar as escadas que a levaria para a área de natação daquele colégio,ela apenas se apressou em descê-las. Estava amedrontada.

     Era em torno de nove horas da noite de sábado,haviam marcado de se encontrarem naquele colégio. Parecia ser algo comum e normal no relacionamento de ambos, sempre faziam coisas parecidas, então,o fato de estarem em um lugar como àquele, aberto nos fins de semanas para os competidores de natação treinarem,tinha sua explicação e justificativa. Renan fazia parte dos adolescentes que disputavam por um lugar no pódio,competia em todos os eventos e tentava um bolsa de estudos com isso.

     O rapaz havia lhe enviado uma mensagem pela tarde,lhe convidando para assistir seus treinos. Contudo,no momento em que Alina atravessou aqueles portões e caminhou pelo corredor principal do colégio. Sentiu seu braço ser puxado e seu corpo ser arremessado contra a parede. Ao menos entendia o que acontecia e o porque de estar sendo agredida por seu namorado.

     E tudo fez sentido. Renan passou a lhe ofender, acusá-la de ter lhe traído, quando na verdade,o infiel da relação era ele. O rapaz não poupou suas palavras ao gritar aos quatro cantos, não se importou com a forma na qual  os olhos dela expressaram medo.

     — Para, Renan! Você sabe que nunca faria isso,sabe que odeio esse tipo de comportamento deplorável — Alina tentou se defender. Queria que o namorado enxergasse a besteira que havia feito e continuava a fazer.

       Então,com uma gargalhada sarcástica,desferiu uma bofetada na face da menina e lhe empurrou de encontro aquele chão frio. Alina gemeu de dor,por ter caído sobre seu braço e pela ardência em sua bochecha,e no momento que o viu tentar se aproximar,lhe acertou um chute em algum lugar aleatório e se levantou apressada. Precisava sair dali,ou continuaria ser agredida.

       — Michel lhe viu, Lina! Acha que passaria despercebido a forma na qual você sorri para aquele idiota,o jeito que se joga nos braços dele? Transou com ele após sair daquele restaurante? Gemeu como faz quando está na minha cama? — andando atrás da namorada, Renan continuava a gritar.

      Era algo a se explicar. Alina sempre fora carismática e receptiva, mesmo que muitas pessoas lhe desprezasse,ou lhe tratassem maldosamente,ela jamais cultivaria o sentimento de rancor. Então,por sua personalidade e qualidade,acabou fazendo amizade com Gustavo Lombardi,um dos jogadores de basquete daquele colégio; saíam juntos,faziam sessões de cinema e até mesmo,frequentavam parques de diversões, algo que Renan sempre se negava a fazer consigo. E no dia em questão,havia aceitado sair com o amigo para conversarem, afinal,estavam a um passo do fim de ano e queriam saber o que fariam quando tivessem de se separar. Queriam continuar sendo amigos.

      Alina se encolheu atrás da arquibancada,pedindo mentalmente para que alguém aparecesse e parasse aquele homem. Estava trêmula e os soluços escapavam por seus lábios a medida que ouvia os passos cada vez mais próximos, então,em uma tentava de os abafar,cobriu sua boca com uma de suas mãos e abraçou suas pernas com o outro braço.

       Renan se aproximou,encarou cada canto daquele lugar e sorriu perverso ao perceber onde a namorada se encontrava. Não perdeu tempo. Se aproximou como um animal rodeando sua presa, encarou Alina sentada naquele chão enquanto chorava por medo,lhe olhou como se estivesse diante a um ser insignificante e desprezível.

       Seus braços foram segurados fortemente. Renan lhe arrastou até a borda da piscina onde tanto treinava,e sabendo que ela não sabia nadar,lhe jogou na água. Estava louco,ao menos percebia o que estava prestes a fazer: Renan Vasconcelos tentaria matar a namorada

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