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     Há certos acontecimentos em nossas vidas que nos torna fragilizados,nos trás a sensação de insuficiência e de instabilidade,e naquele momento,sentada naquela sala de espera em companhia do homem que um dia chamou de melhor amigo,mas que naquele momento parecia um desconhecido, Alina tinha tais pensamentos em sua mente.

      Contudo,em algumas excessões,o ser humano pode se tornar mais forte,mais corajoso e inabalável,pois esses mesmos acontecimentos que causa fraqueza em uns,pode ser a vitamina para outros. E a advogada queria que acontecesse consigo,queria que ,ao sair daquele consultório,a única coisa que lhe machucasse fosse o seus pensamentos e lembranças cruéis de um passo tortuoso.

      Ouvindo os saltos de uma mulher qualquer acompanhando uma adolescente,de aparentemente dezessete anos de idade,Alina suspirou sabendo que não tardaria a ser chamada naquele consultório,onde deveria expôr toda a verdade e fazer com que Dylan lhe ouvisse, mesmo contra a sua vontade. E quando a secretária apareceu, chamando por seu nome, Alina suspirou se colocando de pé e acenando para que o empresário fizesse o mesmo.

      Caminhou pelos corredores em passadas lentas, mantendo-se de cabeça baixa e pensamentos distantes, brincando com os dedos repletos de anéis e de unhas perfeitamente decoradas por uma tonalidade rosea. Alina estava nervosa pelo que ouviria ao fim de tudo,nunca pelo que diria e tentou milhares de vezes. Ela estava segura de si,mas não sabia o que esperar daquele que lhe acompanhava silenciosamente.

        Alina aproximou-se da porta com o número vinte e bateu,tendo a liberação para entrar. Suas mãos giraram a maçaneta com certa delicadeza, rapidamente seu corpo estava diante a visão da psicóloga,essa que sorriu por saber o que realmente aconteceria ali. Havia certo tempo que queria ouvir toda a história,entender o que realmente não estava sendo dito nas consultas e que ficava lhe atormentando.

        — Estou surpresa que tenha marcado essa consulta encima da hora. Mas me sinto feliz por isso,sinal de que realmente está dispostas tomar a às rédeas de sua vida — aquelas palavras causaram certo aconchego no coração disparado de Alina.

        Deixando sua bolsa na cadeira de frente a mesa da psicóloga,Alina tirou os saltos de seus pés e se sentou no divã. Dylan suspirou,sabendo que participaria daquela consulta e deveria ficar em silêncio e ouvir atentamente, então,sob instruções da mulher em um jaleco branco, sentou-se na segunda cadeira e cruzou os braços sobre o peitoral forte.

        — Quando sai de casa,abandonei meu casamento tóxico e abusivo,voltei para casa de meus pais,mesmo que meu desejo fosse encontrar um lugar somente meu...— Alina iniciou seus relatos.

         — E por que? Qual motivo lhe deixava incomodada ao voltar a morar com seus pais? — o questionamento foi anotado,assim com esperava fazer o mesmo com alguns relatos da resposta.

         — Aceitei que estava cega,aceitei que minha vida seria limitada,mas nunca aceitei o fato de ser monitorada e ajudada com tudo o que fosse fazer. E morar com meus pais era pedir para ser tratada como uma inválida para noventa porcento do que fosse fazer. Estava cansada de ter alguém cuidando de mim, não queria que eles fizessem tal coisa. — em um suspirar,Alina fechou seus olhos e relaxou o corpo contra a maciez do móvel abaixo de si.

        Dylan se mantinha atento, analisando cada uma das reações da profissional, curioso para saber o que ela estava anotando em sua prancheta. Mas não questionaria,afinal, sabia que cada um entendia de sua formação, respeitava os estudos da mulher, e também,tinha uma noção do que seria.

       — E o que aconteceu depois, Alina? — voltou a questionar, cruzando as mãos sobre suas anotações.

        — Dylan se aproximou, éramos apenas melhores amigos,mas acabamos no envolvendo de forma romântica. Depois, descobri minha gestação...— Alina tencionou e engoliu a seco — precisava de alguns documentos do escritório,papéis importantes e que deveriam ser entregues a minha secretária. Meu ex marido estava no apartamento e acabou por me abordar...

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