Capítulo 13

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    E como prometido, Domínik aprisionou Alina naquele apartamento,lhe impediu de sair por longas semanas,assim como proibiu qualquer visita;afinal, ninguém poderia saber do que havia lhe causado. O empresário havia dispensado até mesmo a acompanhante,deu uma justificativa tosca para Lêda,essa que ao menos pôde se despedir,no entanto,ela sabia que algo estava errado.

     O mês de outubro chegou mais rápido para uns,e lento para Alina,e estava a pouco tempo para se encerrar. A garota passou o período completo estando proibida de deixar aquele duplex,sob vigia das câmeras que Domínik tinha acesso. Estava vivendo em cárcere privado,sendo mantida em cativeiro pelo próprio marido,esse que não passava de um agressor.

      — Alina — o chamado do homem fizera o corpo magro se arrepiar.

       Encolhida contra ao estofado daquele sofá,Alina apenas se manteve em silêncio enquanto suas lágrimas de medo molhavam sua face livre de qualquer hematoma; usara tanto medicamentos e pomadas que seria impossível de se ver algo,no entanto,o corpo ainda continuava em processo de recuperação,afinal,ainda tinha as manchas amareladas cobrindo a pele branca e delicada.

         — Não passarei a noite em casa,estarei em reunião com alguns acionistas — era até um pouco entranho para Alina, Domínik nunca lhe dava satisfação de seus feitos.

         Apenas concordando,Alina teve o desprazer de sentir um beijo ser depositado em sua testa. Os papéis haviam se invertido; antes, Alina tentava a todo custo manter aquele casamento,fazer com que ele seguisse adiante após toda aquela turbulência,mas naquele dado momento,a menina havia desistido, não queria viver sob o mesmo teto que um infiel e agressor. Já Domínik,após se sentir ameaçado naquela noite,passou a tentar contornar a situação.

       Se levantando e ajeitando suas vestimentas,Alina também deixou o apartamento, afinal,naquele dado dia,seu marido não poderia lhe aprisionar,caso contrário,seus pais invadiriam aquele prédio somente para questionar o motivo pelo qual havia deixado de ir ao oftalmologista e na clínica onde realizava seus exames de rotina. Então,quando chegou no hall do edifício,fora guiada com ajuda do porteiro até o táxi que lhe aguardava a certo tempo.

       Alina cobria seus olhos com os óculos escuros, disfarçava o nó preso em sua garganta e emgolia o choro de angústia e dor. A menina não sabia como se perdeu naquele homem,se perguntava como fora capaz de amar um monstro,se questionava como poderia ter sido tão cega a ponto de ignorar a realidade e ter se afundado no mar de ilusões. Eram tantas perguntas,tantos acontecimentos que serviram como um alerta.

       E quando chegou ao seu destino,Alina agradeceu pela ajuda do taxista,esse que a levara de encontro a recepção. Todos os meses,a advogada voltava naquela clínica,fazia exames que sempre davam os mesmo resultados,era algo tão rotineiro que ao menos se importava com as próximas falas de seu médico. Alina estava cansada de tudo aquilo,de sempre passar por aqueles mesmos procedimentos,por ter de se submeter a ouvir as mínimas chances de recuperar sua visão. Estava farta da vida que levava.

       — Bom dia,Lina! Hoje teremos outro medico para lhe atender,o doutor Richard está de férias — alegremente, contagiando qualquer um que passasse por aquela recepção, Hanna usava toda a sua seretonina.

        — Fico feliz que não seja aquele velho rabugento. Não aguentava ter de ouvir sua voz a cada segundo — rindo,pela primeira vez em dias, Alina se apoiou no balcão e suspirou umedecendo seus lábios.

         — Não vejo a hora dele se aposentar,o homem deveria estar em uma casa de campo, pescando enquanto ouve os netos contarem como foram suas semanas. Mas não,o velho insisti em trabalhar — revoltada com a situação,e por odiar o mencionado, Hanna dramatizou deitando sobre seus braços.

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