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" Há um provérbio africano que diz:

Borboleta que voa entre espinhos rasga as asas."

As vezes você é uma borboleta linda,leve, livre,cheia de vida. Porém,pode ter suas asas rasgadas se voar entre espinhos;ou ter seu amor próprio devastado, se amar alguém que não aprendeu a te amar de volta. Alina era sortuda nesse quesito,afinal,amava e era amada por Dylan,no entanto,esse grande sentimento recíproco não apaga o caos e as grandes marcas que Domínik deixara em seu coração inocente e amoroso.

Alina explorou tanto os sentimentos que nutria,desvendou cada uma das sensações que se apossavam de seu corpo. Se lembrava da forma como suas mãos se tornavam úmidas com a aproximação de Domínik,se recordava da forma como seu coração acelerava e parecia sair por sua boca,também se lembrava da sensação de sentir sua pele arder ao ter o toque dele. Ela acreditava ser recíproco aquele turbilhão de sentimentos,acreditou que ele seria capaz de lhe amar da mesma forma.

Por mais que lhe machuque se lembrar daquele ser desumano e desprezível,Alina tinha a certeza de que o amou em algum momento,o quis em sua vida até seu último suspirar,o deixou se infiltrar em seus planos,e isso jamais poderia negar. Era doloroso, cutucar uma ferida em processo de cicatrização,no entanto,era a sua realidade e nada a apagaria.

A advogada amava Dylan,sentia ser capaz de fazer qualquer coisa para lhe ver bem,e ela sabia,tinha consciência de que se chegasse um momento em que lhe dissesse querer colocar um fim em seus relacionamentos, seu coração entraria em ruínas e não saberia se entregar tão livremente, não se recuperaria.

Não era dependência o que existia entre eles,jamais seria, afinal,Alina sempre soubera administrar muito bem sua mente e emocional,e por mais que parecesse ter sido dependente de Domínik,ela sabia que havia sido apenas uma fase de negação,uma fase onde ela ainda conseguia enxergar uma salvação para aquela união,mesmo que fosse tóxica e abusiva ; mas Alina não enxergava esses detalhes, ignorava cada uma das pistas.

Com Dylan,ela queria uma vida inteira: mais planos,mais viagens e experiências,mais conquistas e sonhos,uma família. A advogada queria tudo com o empresário,e seu desejo havia se multiplicado quando se entregou para ele,quando se permitiu o amar com tão pouco tempo que estavam juntos. Então,tudo parecia confuso quando pensava em seus sonhos: jamais se viu construindo uma família com Domínik,mesmo que seu sonho fosse aquele e mesmo que pedisse para o ex marido.

- Amor, está tudo bem? Você está nesse banho a mais de trinta minutos! - do quarto de hotel onde estavam hospedados, Dylan questionou, preocupado.

Então, despertando de seus pensamentos e desligando o registro do chuveiro,Alina suspirou buscando pela toalha e secando seu corpo. Parando em frente ao espelho, passando a mão no objeto ao perceber estar embaçado,Alina sorriu por conseguir ver sua imagem, conseguir enxergar o mundo como ele realmente era, não como as pessoas descreviam. Estava feliz,pois voltaria a ter sua vida de volta,poderia ser a antiga Alina,com a diferença de que tinha um grande amor ao seu lado.

Trocando a toalha pelo roupão,a advogada deixou aquele banheiro e correu até seu noivo,esse que se encontrava deitado na cama desarrumada,e o pegando desprevenido,se jogou sobre o corpo forte e encheu o pescoço pálido com beijos molhados e estralados. Rindo por ele sentir cócegas e ter se arrepiado,uma reação que conhecia muito bem dele,pois mesmo que tivesse passado certo período sem enxergar,sentia pelas pontinhas de seus dedos.

- Eu te amo! Dylan, você não tem ideia do quanto eu te amo - sua declaração por meio de um sussurro,fizera com que Dylan suspirasse.

Alina sorriu abertamente ao sentir os batimentos cardíacos dele se acelerarem, então,como uma criança curiosa,pousou a cabeça do lado esquerdo do peitoral de Dylan e fechou os olhos. Se lembrava do quanto gostava de fazer tal coisa com seu pai e irmão,de como se sentia entre a linha da vida e da morte, afinal,quando se ouve os batimentos cardíacos de alguém, é sinônimo de vida,mas quando ambos diminuem a frequência, é como se lhe dasse um empurrão dizendo: uma hora eu paro de funcionar!

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