Seus olhos| Conclusão Em Breve |♡

0.2

      Alina estava tão cansada de encarar uma rotina que lhe desgastava, farta de sempre ter de sustentar um um sorriso em seus lábios e dizer que tinha esperança de que tudo seria o mais perfeito e mágico. Para ela,era o mesmo que dizer para uma pessoa em estado terminal,que a vida seria longa e radiante,dar esperanças a alguém que sabe onde tudo terminará.

     E quando acordou pela aquela manhã,suspirou profundamente ao encontrar aquela mesma escuridão,aquele mundo sem vida e nublado. Sentia braços em sua cintura,lhe abraçando de forma acolhedora e protetora; ela sabia ser Dylan, seu melhor amigo e confidente,aquele que não mediria esforços para cuidar de si e lhe garantir segurança,uma que nem mesmo seu marido se importava em lhe dar.

     Como todos os dias em que se encontravam, Alina desejou "ver" o rosto sereno dele, então,com cuidado e movimentos singelos,a menina girou seu corpo dentro daquele abraço e ergueu sua mão até a face adormecida de Dylan. Com as pontinhas de seus dedos, contornou cada centímetro da pele macia e suspirou deixando um pequeno sorriso em seus lábios: Alina era apaixonada pela beleza de seu melhor amigo.

      Era estranho para si. Muitas das vezes em que se pegava pensando no mais velho,  sentia seu coração se acelerar em ansiedade para tê-lo ao seu lado e consigo,imaginava detalhadamente como eram os momentos que costumavam a passar juntos e se distraindo. Ágatha contava os minutos e segundos para ouvir a voz daquele homem,e tudo isso a deixava incrivelmente confusa.

      Ambos cuidavam um do outro,sempre estavam por perto para garantir que os sorrisos estivessem presentes. Em muitos casos, passavam o dia em casa; faziam sessões de filmes na sala de cinema do duplex de Alina,saiam em alguns fins de semana, faziam pequenos passeios no central Park,se divertiam mesmo em mínimos detalhes. Dylan fazia para Alina o que Domínik deveria.

     Então,deixando um beijo na testa coberta pelos fios negros e cedosos, Alina saiu daquele abraço e se levantou de sua cama,caminhou em direção ao banheiro e se despiu tendo certeza de que seus pais deixavam tudo o que precisava naquele cômodo, inclusive os roupões. E, sentindo-se cansada,mesmo tendo despertado a poucos minutos,a menina se encaminhou para o box e deixou que a água caísse sobre seu corpo magro e pálido.

      Alina sempre fora uma pessoa que chamava atenção onde passava,dona de uma beleza estonteante e encantadora,tinha uma personalidade adorável. No entanto,a vida nunca fora justa consigo, estando sempre disposta a lhe ferir e arrancar lágrimas desnecessárias de seus belos olhos ,o que muitas das vezes frustrava algumas pessoas ao seu arredor e que dariam o mundo para que nada lhe afetasse tão brutalmente. Em muitas concepções partidas por outros, Alina deveria ser protegida a todo custo.

     Quando acordou e sentiu a cama vazia,Dylan se levantou de abrupto em alerta,mas no momento em que ouviu o barulho da água caindo contra o chão do banheiro, suspirou em alívio tendo a certeza de que Alina estava bem. E tendo liberdade,o rapaz caminhou até o cômodo e bateu contra a porta.

     — Baby,está tudo bem? — era uma pergunta rotineira, afinal,o medo que se apossava do coração do rapaz era enorme.

      Sabiam que Alina era capaz de fazer tudo sozinha e sem ajuda, no entanto,havia certas coisas que precisaria de monitoramento,de alguém para garantir que ela não se feriria. Dylan era uma dessas pessoas que cuidavam até mesmo dos mínimos detalhes, garantia que nada afetasse o bem estar de sua amada,mas também,era o que mais lhe apoiava em ser independente,a continuar sua vida como anteriormente, mesmo que haja certas mudanças.

     — Está sim, diabinho! — com a voz abafada pelo barulho da água e a porta estando fechada, Alina sorriu ao lhe responder.

     A intimidade e carisma de ambos era algo a se admirar,um relação na qual raramente se encontrava,e tudo isso fazia com que outras pessoas imaginassem como tudo poderia ter sido diferente; se Dylan tivesse tido coragem de se abrir, tivesse tido a iniciativa de conversar com Alina. Certamente seriam um excelente casal,afinal, obviamente nada daquilo mudaria.