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     Quando acordei naquele quarto,com o pescoço imobilizado pelas escoriações e por minhas cordas vocais terem sido afetadas, não consegui sentir nada,era como se estivesse vazia,oca por dentro. Minha mente estava em turbilhão de pensamentos, confusões que deveriam ter sido solucionadas,mas que pareciam cada vez mais complexas e intrigantes. Estava me sentindo sendo enterrada em um poço escuro.

     Então,a porta foi aberta e meus pais adentraram o ambiente e me abraçaram,dizendo que Domínik havia sido preso no tribunal e que pegaria mais alguns anos em sua pena a ser paga. Confesso,aquilo deveria me causar algum alívio,no entanto,esse era o único sentimento que não estava presente em meu corpo e emocional, não conseguia me sentir livre das correntes,pois sabia,existia mais algumas coisas a serem resolvidas,coisas que foram influenciadas por aquele que chamei de marido.

     Me neguei a conversar com qualquer outra pessoa,me neguei a ouvir algo que não estava em meus planos, portanto,mesmo que estivesse fazendo o mesmo que meses atrás e arriscando perder as mesmas coisas,as visitas em meu quarto foram probidas por minha vontade. Não era como se meus pais não me compreendessem, não era como se fossem deixar de falarem comigo por uma decisão que me fará sentir um turbilhão de sentimentos.

     Dylan. Esse nome pairava em minha mente a cada segundo,era como se tivesse uma necessidade absurda de o ter por perto,para me abraçar,me beijar e me acolher em seu peito como sempre fazia. Mas,com toda essa situação,me sinto uma estranha ao seu lado,me sinto como se estivesse desafiando bem mais do que deveria,afinal, desde que começamos a namorar,tudo a minha volta,inclusive a nossa amizade,desmoronou diante meus olhos.

     Ele já não era aquele com quem poderia confiar de olhos fechados,havia deixado de ser o homem que me abraçaria a cada novo problema, não era aquele que me faria enxergar o mundo com outros olhos após um terremoto de sensações e pensamos destrutivos. Dylan Fromming havia deixado de ser aquele a quem poderia confiar cegamente,havia deixado de ser a minha primeira opção para desabafo e acalentos.

      Quando os três dias se passaram,recebi a visita da minha médica,essa que informou que poderia voltar para casa,mas que deveria evitar o maximo de movimento possível durante um dia, afinal,havia sofrido ferimentos em meu pescoço e cordas vocais, tive escoriações abdominais e sentiria algumas dores corporais. Então,a única coisa que pude fazer,foi confirmar de que seguiria suas orientações.

       Mamãe foi a pessoa quem me levou para casa. Ela insistiu que ficasse com ela e meu pai,pediu que me deixasse ser cuidada por ela,e por estar machucada, tanto fisicamente, quanto emocionalmente, não neguei sua oferta, afinal,estava limitada a fazer muitas coisas. Além de ter um pulso fraturado,me encontrava completamente dolorida e com meu pescoço imobilizado: Domínik não pensou duas vezes em querer me estrangular.

       Eu sabia que encontraria com Dylan,tinha certeza de que meu pai pediria por sua presença, portanto,quando encontrei seu carro estacionado na garagem da casa, não me surpreendi. Aquele homem era parte da minha família,era um grande amigo de Rafael e meu pai,era o genro que minha mãe pediu para ter,ele era de tudo um pouco.

        — Você está magoada, Alina! Esse sentimento lhe impedi de olhar para ele com carinho,com o amor que sempre esteve presente na relação de vocês — mamãe se pronunciou,ao perceber que encarava aquele carro como se desejasse removê-la daquela casa, juntamente ao seu dono.

         — Não quero ter que lidar com uma situação assim, mamãe! Não quero quero ter que ouvir,todos os dias da minha vida,que oitenta porcento do que aconteceu, é culpa minha. Isso dói e ele parece não entender.

         Poderia dizer outra coisa,dizer que compreendo suas palavras e o porque de serem ditas,dizer que ele está certo e que poderia jogar na minha cara. Contudo,jamais serei capaz de lhe entender,pois ele me acusou,me humilhou somente para defender a amiga,para defender uma pessoa que me mataria se tivesse a oportunidade. Dylan Fromming optou me magoar,me ferir somente para colocar Ashley como a correta de toda a situação.

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