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     Eram oito horas da manhã quando Alina desembarcou naquele aeroporto. Cinco de fevereiro e tudo parecia a mesma coisa do ano anterior; pessoas indo e vindo de suas viagens de férias,a comunicação exagerada que sempre se lhe deixava frustrada,os planos que todos faziam para quando voltassem para sua rotina,planos esses que seriam um fracasso total. Ela estava cansada,seu corpo parecia ter sido atropelado e sua cabeça parecia que iria explodir pela tamanha enxaqueca que estava tendo desde o momento em que entraram naquele avião na tarde do dia anterior. Alina realmente precisava de longas noites de sono.

     Quando deixou aquele prédio e aproximou-se de um ponto de táxi,acenou para um dos homens que aguardavam passageiros e o esperou lhe ajudar com a mala. Dylan estava logo atrás de si, encarando toda a cena, sentindo-se exausto pelo silêncio de sua noiva. Estavam falando somente o necessário, enquanto estavam naquele apartamento na Suiça,conversaram apenas sobre os medicamentos e avanços de sua recuperação, mais nada. Ele estava farto, queria uma conversa esclarecedora para colocarem um ponto final naquela desavença.

     Alina entrou no táxi e Dylan repetiu o mesmo ato,deram o endereço da casa de Leonardo e Sabrina. Mesmo que pudesse voltar a morar sozinho, sem alguém para lhe monitorar a cada cinco minutos, a advogada preferia descansar e somente depois,encontrar um apartamento. Tinha muito o que fazer, começando por reaver todos os seus bens que Domínik fizera questão de gerenciar, alegando que ela era incapaz devido a sua deficiência visual. Não gostava de vingança,mais sentiria prazer em vê-lo mendigar por piedade.

      A advogada sentiu um pequeno tremor em seu corpo ao pararem em frente a mansão de sua família, sentiu-se ansiosa para voltar a ver o rosto de cada um ali,para lhes contar poder estar enxergando tudo a sua volta,afinal,se mantiveram em silencio a cada mensagem e ligação, não contaram sobre o sucesso da cirurgia. Então,tendo a porta sendo aberta para si,Alina saiu do taxia e encarou aquela casa, percebendo que nada havia mudado.

       — Seus pais estão lhe esperando juntamente a seu irmão. Souberam que estávamos de volta à cidade e cancelaram todos os compromissos que tinham — se mantendo ao lado da noiva, Dylan murmurou enquanto suspirava.

      Alina apena assentiu e sorriu mínimo. Então,após pagar o taxista,a garota segurou no puxador de sua mala e seguiu para a porta de entrada,onde tocou a campainha e aguardou que fossem atendidos pela governanta da casa,e assim aconteceu. Sendo recebida por um abraço da mais velha,a garota sentiu seus olhos pesarem em lágrimas ao olhar além do hall de entrada, então, soltando-se do abraço, deixando Dylan cumprimentando a mulher,Alina apressou seus passos e se acomodou entre os braços de seus progenitores e irmão.

      Sabrina não escondeu a emoção,assim como seu marido e filho. Estavam felizes que sua menina havia tido sucesso naquilo que tanto desejavam de volta, contente por vê-la com aquele brilho no olhar em poder ter sua vida de volta. Contudo, analisando o genro afastado, observando tudo com um olhar distante e sem nenhum traço de felicidade,soube que poderiam estar comemorando algo,mas existia um novo conflito e problemas.

       Por cerca de uma hora,ambos ficaram conversando sobre como toda a cirurgia e os procedimentos pós operatórios haviam acontecidos,Alina explicava que criou um laço amigável com o médico e que agradeceria eternamente por tudo o que ele havia feito. Em momento algum,o nome de Dylan havia sido mencionado, mesmo que ele tivesse lhe ajudado em muita coisa, mesmo que fosse aquele que lhe acompanhou por todas aquelas semanas,Alina se calou todas as vezes que pensou em o incluir em seus relatos.

     Leonardo havia percebido o que estava acontecendo, então,quando o rapaz deixou aquela sala de estar e seguiu para o lado de fora daquela casa, o mais velho lhe seguiu. O homem sabia que àquilo tudo deveria ter uma solução definitiva; ou ambos assumiam a realidade que tinham e paravam de se machucarem,ou fizessem a ferida sangrar de uma única vez,assim poderiam se curar e seguirem adiante com outras pessoas. E amando a filha e tendo um enorme carinho pelo genro,pedia mentalmente para que escolhessem a primeira opção.

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