Seus olhos| Conclusão Em Breve |♡

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    Alina estava bem, não poderia dizer sentir-se feliz por estar longe de casa e em uma clínica à espera de sua cirugía,mas conseguia sentir um certo alívio em seu coração,uma sensação de aconchego. Queria ter uma unica pessoa a seu lado, segurando sua mão e dizendo confiar naquele procedimento médico. Alina não demonstrava,mas estava a ponto de repensar na decisão que havia tomado.

      Desde o momento em que desembarcou a três dias atrás,a advogada decidiu que insistiria em ter sua visão de volta e, logo após, tentaria uma nova conversa com Dylan, tentaria o fazer lhe compreender. Mas naquele momento,estando deitada em uma cama de hospital, sabendo que passaria por uma cirugia de alto risco e que havia poucas chances de ter sua vida de volta,colocou na balança,se deixou calcular até onde seu amor poderia lhe fazer ir. E não estava disposta a se humilhar,a perder a razão de suas decisões.

       Com os olhos fechados e as mãos cruzadas sobre seu baixo ventre,Alina se recordava das sensações que tinha pela manhã,de como era bom acordar e pensar que havia uma bebê em sua barriga. Não negava ser um pouco estranho, a possibilidade de uma criança estar crescendo dentro de seu corpo era algo surreal, contudo,sabia que se acostumaria e amaria cada uma das experiências.

       Não havia dito todo o ocorrido,omitiu algumas coisas de seus pais e irmão, não teve coragem de expôr todo o acontecido,mas faria por Dylan,se abriria para o rapaz e diria cada detalhe do "acidente" que tirou seu bebê. Entretanto,já não faria mais,ao menos, não após ter descoberto que por seu afastamento,o empresário já não lhe olhava com o mesmo sentimento e amor,havia uma enorme mágoa tomando frente a tudo.

         — Ainda me pergunto o que tanto se passa em sua mente, pequena criança! — ao ouvir aquela voz acolhedora,Alina sorriu.

         — O senhor nem imagina o caos que tenho aqui. Não gostaria de saber o quão problemática posso ser — suspirando,Alina se forçou a sentar-se naquela cama.

       Robert Tebet era um bom oftalmologista,a mais de trinta anos na carreira e um nome em ascensão. Teve suas pesquisas e feitos divulgados na revista Medicine's life, conhecida mundialmente e que atraía muitos pesquisadores, então, obviamente não havia sido difícil para Dylan ter entrado em contato com a secretária do mesmo e ter garantido um bom atendimento e chance para que sua amada tivesse a oportunidade de voltar a enxergar o mundo com seus belos e apaixonantes olhos.

       O médico havia feito incontáveis exames na advogada,uma série de questionamentos e exigências sobre os tratamentos e consultas que ela havia feito desde o momento em que fora diagnosticada com a perda total de sua visão. Então,no mesmo dia e com a exigência de agilidade,o homem pôde conversar com Alina e Rafael,esse que se assustou com os riscos.

        Alina passaria por um procedimento cirúrgico considerado de alto risco,seria submetida a cinco horas em uma sala médica. Todos os medicamentos utilizados teriam influência em cada parte de seu corpo,seu sistema nervosismo ficaria submetido a química intensa para lhe manter desacordada, então, consequentemente,as chances de uma complicação estava além do comprometimento cerebral. E fora exatamente isso que fizera com que Rafael entrasse em uma discussão com sua irmã e lhe deixasse sozinha naquela clínica.

        — Algo que envolva a cirurgia que faremos em algumas horas? Se sim,pode me questionar e expor todas as suas duvidas.— calorosamente,o senhor de mais idade, sentou-se juntamente a Alina e suspirou como se mostrasse estar preparado para responder as perguntas da paciente.

      Alina não podia enxergar,mas sabia em qual lado ele estava e como poderia ser sua posição corporal: sentado em uma poltrona no canto direito,próximo ao monitor cardíaco que acompanhava sua frequência até o momento de ser levada para o centro cirúrgico,o corpo apoiado por completo no estofado e um dos membros superiores no braço do acento: o cotovelo sustentando seu rosto sobre a palma da mão.