20 - Lucca

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Ela abriu os olhos, claramente embriagada pelos remédios e olhou em volta, atordoada. Então, ela me viu.

Eu sorri, mas Victória tentou puxar a mão dela da minha, com... Medo? Repulsa? Não...

— Victória, sou eu...

— Eu sei... — Ela tentou puxar de novo — Me solta!

— Eu...

— Meu filho! Meu.. Filho! — Ela levou a mão à barriga.

— O nosso filho está bem — Eu tentei acalmá-la, levantando-me e colocando a minha mão na cabeça dela, mas Victória me estapeou a mão.

— Fica longe de mim! — Ela falou, alterada — Onde está Henry?

Ouvir o nome dele saindo da boca dela me fez sentir um gosto amargo subindo pela garganta.

— Eu sou o seu marido e estou aqui.

— Você é meu marido nos papéis, apenas! — Ela falou com o que me parecia desdém. Victória não era daquele jeito! Ela era... Meiga.

Aquilo era influência daquele filho da puta!

— Eu sou o seu marido e pai dessa criança! — Eu a segurei pelos ombros e a fiz olhar para mim — E vou cuidar de vocês dois.

— Oh, não precisa, senhor Mancini! — Ela tentou se ver livre de mim, mas... Eu não queria soltá-la. Então, a abracei — O que pensa... Me solta!

— Shhh, calma. Eu só quero ajudar.

— Então me solta — Ela falou, baixo e sem se mover.

— Eu te causo tanto nojo? — Perguntei e ela suspirou.

— Me solta — Por mais que eu quisesse mantê-la ali, eu não podia. Isso poderia prejudicar a ela e ao bebê.

A sensação do corpo de Victória nos meus braços foi... Foi como se eu pudesse sentir sossego como muito não sentia.

Sentei-me na cadeira.

— Victória, eu sei que temos os nossos problemas, mas... Eu não vou assinar divórcio algum.

Ela me olhou, com a boca aberta. O que ela esperava?

— Eu vou processá-lo, então. Eu quero o divórcio — Ela falou, ainda levemente apática.

— Teremos um filho. Ele tem que nascer dentro dos laços matrimoniais. Ou você quer que o nosso filho seja visto como um bastardo? — Eu não ia dar a merda do divórcio. Não mesmo!

— Meu filho não precisa de você. Ele ficará muito bem apenas comigo. Finja que ele não é seu — Ela me olhou diretamente nos olhos — Eu não quero você por perto.

Aquelas palavras doeram. Eu deveria detestar Victória por ter ajudado o meu avô a mandar Alice para longe, mas... Eu não a odiava. Sim, fiquei com raiva quando Alice retornou e quando as emoções do passado se abateram sobre mim. E eu me arrependia por ter tratado Victória daquele jeito.

— As coisas vão mudar.

— Mudar como? Ah, já sei: eu vou ficar em uma casa com a criança, enquanto você e Alice se divertem. Claro — Ela falou com deboche — Pois perante os outros, Senhor Mancini, eu e meu filho seremos os intrusos. Nao vejo o motivo de não querer me dar o divórcio de vez.

Eu me levantei, passando a mão pelos cabelos. Porra, Alice! O que eu faria com ela? Tive meses para sentir algo e... Nada! Era como se eu nem a conhecesse!

— Isso não vai acontecer. Eu não vou me divertir com mulher nenhuma — Eu falei e me aproximei da cama — Eu não trai você.

— Não interessa. Não mais — Ela falou e levantou o queixo — Quero o divórcio!

— Pra você se casar com aquele cara? — Eu perguntei — Ele não ama você!

— O que eu vou fazer depois do divórcio não lhe diz respeito. Agora, por favor, saia. Eu não aguento mais lidar com você.

Ela fechou os olhos e se recostou nos travesseiros. Merda!

Olhei para ela, para o rosto de Victória e... Os lábios dela estava ali, tão convidativos. Levemente cheios, perfeitamente desenhados. Ela tinha um leve biquinho natural e eu acha aquilo extremamente sexy. Bom, eu não pensei duas vezes. Aproximei-me dela e passei a mão pela parte de trás da cabeça de Victória. Eu queria um beijo.

— O que pensa...?

Não a deixei finalizar. Eu sabia que ela me queria. Um beijo a faria se lembrar que ela também me queria! 

O CEO arrependido - o ex-marido quer casar!Onde histórias criam vida. Descubra agora