Lucca

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— Alô — Eu atendi e ouvi a respiração do outro lado da linha. Victória. 

— Boa tarde, senhor Mancini. Eu gostaria de saber se os papéis do divórcio já estão prontos. 

O tom de voz de Victória em nada se parecia com ela. Não quando ela falava comigo. Eu senti falta de como ela falava tão doce comigo, mas pelo visto, ela estava tentando fazer pirraça. 

— Sim, está tudo pronto — Eu respondi do mesmo jeito, já que ela queria formalidade — Mas tem uma condição para que eu os entregue de vez. 

— E o que seria? 

— Você devepedir desculpas a Alice. 

— Desculpas pelo quê? — Ela perguntou, confusa. 

— Pelo visto, você tem memória curta, não é? Da última vez que nos vimos, você tratou Alice muito mal, inclusive a empurrou para o chão! Pois bem, peça desculpas a ela. 

Ouvi uma risada de Victória, uma que ela jamais havia usado comigo. Mas o que diabos tinha aquela mulher? Victória não era daquele jeito!

— Se não me enviar os papéis, eu acionarei a justiça e você vai ter que me dar o divórcio, Lucca Mancini. Eu não sei os seus motivos para ficar atrasando as coisas, pois estava com muita pressa para se ver livre de mim! — Eu podia ver o amargor nas palavras dela. Pressa. Sim, eu tinha pressa, mas não faria as vontades dela! — Eu lhe dou uma semana. 

E ela desligou o telefone. Ela desligou a porra do telefone na minha cara!

Victória Mancini! Eu cheguei a pegar o telefone para ligar de volta, mas a minha secretária ligou, lembrando-me da reunião que eu teria em quinze minutos com um investidor importante. 

Passei a mão pelos cabelos e respirei fundo. Eu tinha que me acalmar. Mas assim que essa reunião acabasse, eu ligaria para Victória e ela ia me ouvir! 

A reunião foi um saco e, mal eu terminei , Alice já me ligou, querendo ir jantar fora. 

— Eu estou cansado, Alice. Preciso ir pra casa — Sim, eu estava cansado. Principalmente de ficar ouvindo as perguntas dela a respeito do meu divórcio. 

— Aaah, Lucca! Ficamos tanto tempo longe! Podemos ficar na cama, assistindo TV, então… 

Na cama? Nem pensar. Era… Estranho. Quando eu pensava em ficar na cama, eu lembrava apenas de Victória. Falando nisso, eu tinha que ligar. 

— Eu tenho que ir pra casa. Tenho algumas coisas do trabalho para lidar. Nos falamos depois. 

Eu desliguei o telefone antes que ela continuasse com a ladainha. Alice não parava de pedir que eu e ela morássemos juntos, logo. E eu não queria. Por mais que Victória e eu não tivéssemos um casamento ideal, ela foi quem viveu comigo pelos últimos três anos. Ter outra mulher morando ali era algo para o qual eu ainda não estava preparado. 

Tudo estava confuso pra mim. Por três malditos anos eu fiquei imaginando como seria reencontrar Alice… Mas nenhuma dessas suposições chegava perto da realidade. Era como se eu nem mesmo a conhecesse! 

Peguei as minhas coisas e fui para casa. Chegando lá, tomei banho e me deitei. Era hora de falar com a minha adorada esposa. 

Ela não atendeu a primeira, e nem a segunda vez que liguei. Na terceira vez, porém, a ligação foi aceita. 

— Victória… 

— Ah, perdão. Ela está no banheiro. Eu só atendi porque pensei que poderia ser importante — Uma voz masculina atendeu o telefone de Victória e eu senti o meu sangue começar a borbulhar. Que caralho era aquele?

— Quem diabos é você? Por que está com o celular da minha mulher?


O CEO arrependido - o ex-marido quer casar!Onde histórias criam vida. Descubra agora