O CEO arrependido - o ex-marido quer casar!

07 - Lucca

— O que, meu amor?

Certo, era preciso coragem.

— Eu me casei.

Alice pareceu confusa e chocada.

— V-você ama outra?

— Não! — Eu me apressei em falar, sacudindo a cabeça. Eu não amava Victoria!

— Então?

— Meu avô... — E ao pensar nisso, ele poderia mesmo ter arranjado tudo aquilo, não é? E Victoria provavelmente sabia de tudo! Sonsa!

Ela me pegou desprevenido e me beijou. Eu coloquei as mãos na cintura dela, porém, não houve aquele choque elétrico que me atingia quando eu a beijava, antes. Talvez fosse o choque sobre o motivo de ela ter ido embora.

Foi quando eu ouvi a porta e o grito de pavor de Victoria atrás de mim. Eu sabia que era ela.

Meu coração disparou e eu senti uma certa vergonha, como se estivesse fazendo algo muito errado. Bom, ela era a minha esposa, não é mesmo? Eu gostando disso ou não.

Levantei-me com Alice no meu colo e ela olhou para Victoria, com medo. Colocou-se atrás de mim.

— Lucca, o-o que é isso? — Os lábios de Victoria tremiam e eu não gostei nada daquilo. Ela parecia prestes a desmaiar de dor.

Então lembrei que ela e o meu avô deviam estar juntos no que aconteceu a Alice. Caso contrário, por que ela aceitaria se casar comigo daquele jeito? E ela parecia apaixonada demais... sim, ela devia ter dedo naquilo!

— Alice, meu amor, esta é a mulher com quem eu me casei.

— Amor? Como pode dizer isso, Lucca? Eu sou a sua esposa, eu... Eu... Como pode estar se atracando com essa mulher na nossa casa? Você não tem o mínimo de respeito por mim?

Eu não me arrependo do que eu disse a ela. Nem um pouco. Ok, talvez, agora que eu parei para pensar sobre isso. Mas era bom que ela soubesse logo da situação.

Eu fui embora com Alice, a levei para a casa dela e depois tive que voltar para o escritório. Eu não podia desmarcar aquelas reuniões, infelizmente. Eu visitaria Alice no dia seguinte, com calma.

Como de costume, sai do escritório e fui para casa. Eu precisava descansar um pouco, o dia foi repleto de emoções e a minha cabeça latejava de dor.

Ao chegar em casa, entrei, deixei as minhas chaves como de costume na mesinha de entrada. Victoria não se aproximou de mim para me ajudar a tirar o casaco. Aquela era a primeira vez. Ela sempre estava ali esperando por mim.

Eu não esperava que Victoria se desse por vencida. Sempre que brigávamos por algo - nas raras vezes, porque ela não costumava me responder, mas de vez em quando eu acabava ficando com raiva - e ela vinha tentar acertar as coisas. Sempre.

Ah, provavelmente resolveu fazer algo especial de comer. Ela tentava me comprar pelo estômago, muitas vezes, cozinhando ela mesma. Não nego, ela era uma excelente cozinheira e eu me sentia mimado. Não era errado eu gostar, certo?

Fui para a mesa de jantar e o cheiro era delicioso. Eu podia sentir o cheiro da torta de maçã vindo da cozinha e sorri. Claro que ela não desistiria tão fácil. Uma pena pra ela, porque eu não a queria de jeito nenhum. Eu tinha... Alice.

— Ah, patrão! — Ana falou e sorriu de um jeito estranho. Eu sabia que ela e Victoria se davam muito bem — Eu já vou trazer a comida.

Eu me sentei e esperei. Olhei para a escada. Victoria estava me testando, ela sabia que eu odiava comer sozinho e detestava quando ela se atrasava. Era assim que ela pretendia "virar o jogo?" Patético.

Ana colocou a comida na mesa e eu comecei a comer, mas eu não estava confortável.

— Ana, por favor, diga a Victoria que eu já cansei de esperar! — Ana me olhou estranho, como se eu tivesse falado em outra língua — Ana, por favor, peça a Victoria que desça.

— Mas, senhor...

— Eu sei que gosta dela, Ana, mas eu não estou com paciência. Sabe que eu odeio comer sozinho e não vou tolerar esse comportamento dela!

— Senhor, a senhora Victoria não pode descer — Ela falou e mexeu nos próprios dedos.

— E por quê? Por acaso ficou doente de repente? — Eu estava tremendo de raiva. Maldiç@o! Eu odeio esperar e detesto ficar com fome por ter que esperar! Hoje era um péssimo dia para que Victoria começasse a me desafiar.

— Ela foi embora, senhor.