28 - Lucca

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Eu passei uma noite de cão! Alice me ligou e ficou choramingando que não era justa, que eu não poderia deixá-la. E ela fez algo que eu odeio: tentou me fazer sentir culpa pelo o que o meu avô tinha feito e, claro, por eu ter me casado com Victória.

Quando ela tentou falar mal da minha mulher, eu não me aguentei. Foi quando eu perdi a paciência.

— Chega! Meu avô pode ter errado, mas o que está feito, está feito! Alice, eu não posso ficar com você por pena! — Porque me parecia que era isso o que ela queria! E eu não acreditava que o meu avô tivesse chegado àquele ponto.

Na verdade, eu iria descobrir isso. Deixei passar e tomei a palavra de Alice como verdade, mas está mais do que na hora de eu procurar saber como aconteceram as coisas.

— Pena? — Ela soluçou do outro lado — Você ficou casado com aquela mulher e tocou nela por pena. Agora, você e eu nos amamos! Você não gosta dela de verdade! Isso... Você tem pena dela e está jogando o nosso amor pela janela!

Nunca encostei em Victória por pena. Nunca.

Pelo amor, ela é uma mulher linda! Como é que um homem em sã consciência não iria querer tê-la em seus braços? E ela era a minha esposa. Não, ela é a minha esposa. Alice tinha partido, e até o retorno dela, ela tinha me deixado porque queria. Sim, usei Victória para tapar o buraco do meu coração, porém, ela deixou de ser uma substituta.

Merda! E eu estraguei tudo! Preciso ter Victória de volta e...

— Lucca! Você ainda está aí? O que está fazendo que não fala comigo?

— Tchau, Alice. Falamos depois.

E desliguei.

Tentei dormir, após um banho, mas eu queria ir até onde Victória estava. A mãe dela devia estar cuidando dela, ou aquela amiguinha que eu não gosto, Bella. Má influência. Nenhuma das três gostava muito de mim, então... Achei melhor não estressar mais ainda Victória e fiquei no apartamento, esperando até o dia amanhecer.

Ao chegar no hospital, eu estava com uma sensação de aperto no peito. Mas se tivesse acontecido algo com Victória ou com o nosso bebê, teriam me avisado, certo? CERTO?

Assim que a minha entrada foi liberada, eu apressei o passo. Mas, ao abrir a porta do quarto com cuidado, a cena que eu vi me fez perder a capacidade de respirar.

Victória estava deitada na cama, mas na cama estava o cretino do Walsh! Victória estava deitada abraçadinha com ele! A MINHA Victória!

Bati a porta com raiva e, claro, ela despertou, olhando em volta, confusa. O Walsh fez o mesmo. Ele me viu e a expressão no rosto dele mudou. Vi o braço dele passando ao redor da minha mulher. Colocando a mão na barriga dela. A barriga que carregava o nosso filho!

— Tira a porra das mãos dela!

— Lucca! — Victória gritou quando eu segurei o Walsh pelo colarinho, mas ele não abaixou a cabeça — Solta ele!

— Victória, o que pensa que está fazendo? — Eu gritei, mas sem tirar os olhos do Walsh — Eu sou o seu marido! Eu!

— Só porque você não assina o divórcio.

— Cala a boca, Walsh! — Eu o sacolejei. Senti a mão de Victória sobre a minha e aquele calor viajou até o meu coração, aquecendo-o. Isso é, até eu olhar para o rosto dela.

— Eu vou à Justiça! Você vai me dar o divórcio, por bem ou por mal!

— Para você ficar com ele? — Eu não pude esconder o nojo em minha voz — Victória, você... Você...

O meu peito estava apertando cada vez mais. Porra, que dor insuportável. Soltei Lucca, sentindo que estava difícil de respirar.

— Lucca? — A voz de Victória estava longe e tudo girava. A única coisa fixa era a maldita dor e eu me vi caindo. 

O CEO arrependido - o ex-marido quer casar!Onde histórias criam vida. Descubra agora