Capítulo 10

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ACERTANDO O PREJUÍZO

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ACERTANDO O PREJUÍZO...

" Dizem as más língua,  que o destino é uma madrasta má brincado com seus enteados. Quando você pensa estar livre das suas garras, eis que ele apronta uma das suas novamente..."

Bruno respeitou meu silêncio pelo caminho até a oficina. Mas aquele sorriso de canto nos lábios dele me incomoda.  O olhar que remete ao meu corpo me deixa desconfortável. Eu sou mais velha que ele,  uns cinco anos, sabe que sou casada, que tenho um filho,  que sou uma ex do "irmão", só que vejo seu desejo impresso ali. Fico feliz por estar de calça e não ter as pernas à mostra. No momento,  me acho uma  desleixada, com a cara limpa de maquiagem,  cheia de olheiras, o rosto marcado pelo acidente e cabelo preso num rabo de cavalo improvisado com elástico de prender dinheiro. Mesmo assim…

— Bom, chegamos.  — Eu fiquei gelada ao ver o carro de Marcos em frente da oficina. — Está tudo bem,  Ângela?

— Sim, eu só não esperava que meu marido já estivesse aqui.

— Tem algum problema nisso?

— Não. Eu só… Bom, eu acho que se soubesse de um acidente com ele também seria rápida,  né? — a chuva parou. Mas o tempo ainda é sisudo. Um mal sinal.

— Deve ser preocupação com a esposa amada… — Bruno ironizou. — Posso saber por que estão se separando?

Me dei conta que estava me delongando dentro daquele carro. Medo? Um pouco. Angústia? Sim, pois ele deveria estar ao nosso encalço para ter chegado primeiro que eu. O que demonstra que não está disposto a me dar o tempo que preciso para decidir sobre o que fazer dessa relação. Não acho que tenha demorado tanto para ir ao hospital e levar meu filho à casa da minha mãe. E um bolo indigesto de mágoa, se forma na minha garganta.

— Esse assunto fica pra um outro dia, Bruno.  Obrigado pela carona. — Dei um sorriso fajuto e desci do carro.

— Posso te esperar se quiser. — falou quando fui fechar a porta. — Se não quiser voltar com seu marido, sei lá,   a Cris é uma mulher muito ciumenta. — estalou a língua nos lábios com malícia. Deixando claro que uma carona com Gabriel não seria uma boa ideia.

— Eu me viro, obrigado.  —  já ia saindo quando tive que voltar a atenção à ele outra vez.

— Posso te ligar, caso você fique pela cidade e… — pigarreou tentando achar uma palavra. —  Sozinha?

Balancei a cabeça o ignorando e segui meu caminho. Era muita petulância dele. Nem me conhece direito e já me convida pra sair? Ele era problema. E deveria me manter o mais longe possível da sua presença.

E por falar nisso, a presença de Marcos ali ainda me preocupa. Daí lembrei que mudamos faz um mês para um apartamento novo que fica a uns duzentos quilômetros da cidade. O novo contrato que ele fechou para a construção de um  condomínio exigiu mais do seu tempo. E como o plano era "ser uma família feliz" , estar próximo ao canteiro de obras permitia mais tempo conosco. Uma vigilância mais acirrada  sobre meus passos e um controle maior sobre minha vida.

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